DiRT Rally

Facebook
Twitter
WhatsApp

Depois de um hiato de praticamente quatro anos, a série DiRT volta em grande estilo com um jogo que promete entregar aquilo que os fãs vêm pedindo há um longo tempo: um autêntico jogo de rally. Após DiRT 3 ter dividido opiniões por conta da maior quantidade de eventos de drift e gymkhana do que de rally propriamente ditos, e da total ausência de rally em DiRT Showdown, a Codemasters viu que precisava de um tempo para repensar e recomeçar a série que ao longo dos anos se tornou a sua menina dos olhos.

De início logo se percebe uma grande mudança no jogo. Os menus estão mais simples, práticos e menos coloridos e mirabolantes do que nos jogos anteriores. Mas a grande novidade se torna evidente assim que o jogador é posto atrás do volante do carro: a jogabilidade. Para aqueles que se achavam os deuses da poeira por guiar sem nenhuma assistência nos DiRTs anteriores, fazendo as curvas apenas puxando o freio de mão, sem grandes dificuldades, atentem-se ao fato de que para fazer o mesmo em DiRT Rally será necessário muito, mas muito treino. E já que não há mais os flashbacks (acabou o mel na chupeta, e sem chorumelas), para alcançar um nível pelo menos aceitável de pilotagem será preciso capotar, quebrar rodas, cair em ribanceiras, ou seja, bater, bater… e bater de novo. Durante as corridas também não há um mapa sendo mostrado na tela. Portanto, o jogador tem de se fiar totalmente no copiloto e nas informações que aparecem no topo da tela, indicando a intensidade da curva e possíveis obstáculos na pista. E acredite, se o copiloto disser “Não Corte”, definitivamente não corte caminho!

Quanto ao copiloto, porém, há alguns problemas. A escolha do dublador na versão brasileira parece não ter sido muito feliz. Há de se convir que não seja de se esperar que um copiloto tenha uma voz de radialista nem a loquacidade de um bom palestrante. Mas nesse caso, em determinados trechos de certas pistas onde o traçado é mais truncado, há momentos em que pouca coisa do que o copiloto fala é compreensível. E pra piorar, em algumas pistas, por conta de um bug, as informações dadas pelo copiloto não conferem com o traçado. Porém, felizmente, as indicações que aparecem no topo da tela coincidem com a pista. Isso seria remediável se fosse possível mudar o idioma do jogo para o inglês. Entretanto, na versão do jogo disponível na PlayStation Store brasileira não há a opção de textos e áudio em inglês, apenas português e espanhol.

Historicamente, em relação aos consoles, os jogos da Codemasters nunca tiveram visuais deslumbrantes. O seu foco sempre foi declaradamente os PCs. Apesar disso, DiRT Rally, mesmo não tendo gráficos estonteantes, tem um visual muito limpo e bonito. É interessante notar o esforço do estúdio em ressaltar alguns detalhes que fazem toda a diferença quando somados. Por exemplo, o terreno se deforma conforme o veículo se desloca, particularmente em condições de chuva. A própria chuva em si também é muito bem feita, especialmente quanto aos pingos que caem no para-brisa e são repelidos pelos limpadores. Já em terrenos mais secos, o carro deixa um enorme rastro de poeira, chegando às vezes a dezenas de metros de comprimento. E o que é melhor, tudo isso rodando a 60 quadros por segundo, sem nenhuma queda aparente, ou pelo menos significativa o bastante para fazer menção.

Algo que a Codemasters sempre soube trabalhar muito bem é o áudio em seus jogos. E em DiRT Rally ele é simplesmente espetacular. Os roncos de cada veículo são muito bem reproduzidos, inclusive com a variação de percepção ocasionada por cada um dos diferentes ângulos da câmera. Mas não é só isso. Os famosos estouros de pipoca do escapamento dos carros, os sons estridentes das derrapadas no asfalto, os discos de freio rangendo depois de algumas pancadas, os pingos de chuva caindo sobre o teto, o cascalho resvalando pela lataria e por baixo do carro, enfim, cada pequeno detalhe no som ajuda a criar uma atmosfera ainda mais imersiva.

Outra marca registrada da Codemasters são os danos nos veículos. Em se tratando de um jogo de rally, não poderia ser diferente neste caso: para-choques caindo, rodas se soltando, porta-malas abrindo, amassados profundos na lataria, falhas na direção, problemas no radiador, enfim, um sem-número de contratempos pode surgir de acordo com a (falta de) perícia do piloto. Há apenas uma ressalva quanto aos danos nos veículos: eles são maiores ou menores conforme o nível de dificuldade da inteligência artificial. Deveria ser possível mesclar a dificuldade com diferentes níveis de danos.

Os modos de jogo não são muito variados – o que é bom, neste caso. Sem espaço para as firulas que permeavam os jogos anteriores da série, em DiRT Rally o que prevalece é obviamente o rally. Mas há também lugar para competições de rallycross e hillclimb. Quanto ao primeiro, o jogo possui a licença oficial do campeonato mundial de rallycross, o que significa pistas e carros autênticos aos usados nas competições. Já em respeito ao hillclimb, temos a presença da cultuada e temida subida de Pikes Peak em três versões: cascalho, asfalto e mista. Independente de qual das três versões você pilotar, o desafio é imenso. São praticamente 20 km de retas extensas e curvas fechadas, sem a ajuda de um mapa nem muito menos de um copiloto, tendo que guiar sempre próximo dos 200 km/h apenas no golpe de vista.

As pistas de rally são localizadas em seis países, cada um com suas características próprias bem distintas: o asfalto liso na Alemanha; a terra solta na Grécia; o asfalto com gelo em Monte Carlo; a terra úmida e barrenta no País de Gales; a neve na Suécia; e a terra seca com retas insanas na Finlândia. Em todas as pistas, mas especialmente nas de terra e cascalho, há muitas ondulações, dificultando muito a pilotagem em alta velocidade – o que é um dos grandes charmes e um deleite para guiar os carros em DiRT Rally.

Outro fator positivo dos eventos de rally é a sua duração. Eles têm em média de 3 a 4 minutos, chegando às vezes ao dobro disso, o que torna o jogo ainda mais desafiador. Você pode guiar na ponta dos dedos pelo trajeto todo, durante 4 minutos, mas basta um erro na última curva para jogar toda a corrida para o ralo.

Os carros são das mais variadas épocas. Desde clássicos como o Alpine A 110, Lancia Stratos, Audi Quattro, até os mais recentes Lancer Evolution X, Ford Fiesta e Volkswagen Polo. Todos eles são acessíveis desde o início do jogo, sem a necessidade de desbloquear nada.

Já no modo carreira, o jogador começa com uma pequena quantia de dinheiro, tendo então que comprar um carro. As despesas de manutenção após cada corrida também são custeadas pelo jogador, tornando cada batida dolorosa não só no carro, mas também no bolso. Para tornar a vida do jogador mais fácil, a Codemasters disponibiliza constantemente eventos online, tanto diários, como semanais, ou até mensais, onde é facilmente possível angariar fundos para bancar a possível falta de perícia no volante.

Os ajustes nos carros, mesmo que não sejam de extrema importância, fazem muita diferença depois que o jogador passa a conhecer melhor o carro e os diferentes tipos de terreno. Conforme você joga com determinado veículo, são liberados ajustes mais finos, podendo acertar o carro ainda mais ao gosto do piloto. Também são desbloqueadas vantagens, como engenheiros que fazem os consertos mais rapidamente – já que são apenas 30 minutos disponíveis após cada etapa, isso pode ajudar muito.

No modo multiplayer é possível competir em eventos de rallycross. Na maioria dos casos, as partidas ocorrem de maneira fluida quanto à conexão. O problema, entretanto, é sempre o mesmo: open lobbys. Sempre, sem exceção, há pelo menos um (mas na maioria são dois ou mais) jogadores com carros cujas mangueiras de freio foram sabotadas, passando assim a seguir um traçado próprio ao invés daquele delimitado pelas marcações da pista, levando consigo todo e qualquer obstáculo, sejam placas, barreiras de pneus, ou os carros dos oponentes.
 

Veredito

A Codemasters acerta ao homenagear e resgatar as suas origens em DiRT Rally, criando um simulador de peso, que não só é um dos melhores jogos de rally lançados até hoje, mas também no gênero de corrida como um todo. Mesmo tendo uma acessibilidade reduzida por conta do alto grau de simulação, DiRT Rally é recomendado para todos os amantes de jogos de corrida, tamanha é a satisfação aos guiar os carros aliada à enorme sensação de recompensa ao dominá-los por entre ruas estreitas a altíssimas velocidades.

Jogo analisado com código fornecido pela Codemasters.

Veredito

95

Fabricante:

Plataforma:

Gênero:

Distribuidora:

Lançamento:

Dublado:

Legendado:

Troféus:

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"][/lightweight-accordion]

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui