Deliver Us The Moon – Review

Facebook
Twitter
WhatsApp

Há uma frase, conhecida por todos, que diz: “a esperança é a última que morre”. Serve principalmente para que, em determinada situação, ainda há uma chance de algo dar certo, de a esperança valer algo no fim. Esperar que, apesar de todas as turbulências, ainda haja uma luz no fim do túnel. Mas, e se após a luz no fim do túnel, tudo ainda estiver perdido?

Deliver Us The Moon é um jogo que parte dessa premissa. Num futuro não muito distante, a Terra já não tem mais recursos suficientes para sustentar a humanidade. A população do planeta se vê à beira da extinção e decide tomar medidas ousadas para garantir a sobrevivência. Olhando para o céu, a Lua surge como uma possível alternativa.

dutm2

Helium-3 é um recurso abundante no satélite natural da Terra e pôde ser pesquisado para gerar energia. Se agarrando nessa última esperança, a humanidade reúne recursos e parte para uma colonização do pequeno astro. É realizado a mineração do Helium-3 para produção de energia e também criada uma gigantesca rede de transmissão via microondas (MPT) para que esse recurso chegue à Terra. A partir disso, nosso planeta então começa a se recuperar graças aos recursos da Lua e ao sistema de transmissão MPT.

Após anos vivendo da última esperança encontrada para a sobrevivência, o pior acontece. Sem nenhuma explicação, o sistema MPT para de funcionar e assim a energia proveniente da Lua não chega mais à humanidade. Tempestades de areia, fome e devastação voltam em maior escala e, sem qualquer chance, a vida na Terra começa a se extinguir de vez.

Numa última e desesperada tentativa, cientistas conseguem criar um única expedição definitiva, onde só é possível enviar uma pessoa para tentar descobrir as causas do interrompimento da transmissão do MPT e restaurar esse serviço primordial.

dutm5

O jogo parte desse ponto, uma última tentativa em manter a humanidade viva, e faz isso de maneira excelente. Sendo mais um aventura com quebra-cabeças, o jogador não tem outro objetivo a não ser acompanhar a história de um astronauta na sua jornada solitária a caminho da Lua. Segredos e revelações sobre o blackout do MPT vão sendo descobertos aos poucos e através de várias maneiras enquanto o jogo se desenrola.

Ainda que a impressão inicial seja de mais um walking simulator nessa geração, Deliver Us The Moon faz muito mais do que isso. A narrativa é direcionada e acontece em várias localizações com objetivos diferentes, transitando desde o lançamento do foguete do astronauta, passando pela estação espacial de retransmissão de energia e explorar todas as bases da lua. Não é um simples andar a esmo, sem direção ou objetivo, mas cada passo te levando mais perto do ponto final.

dutm1

O desenrolar da história vai mostrando mais do que causou o blackout e o que aconteceu com todos que estavam na Lua. O jogador se vê no meio de disputas interpessoais que vão sendo coletadas por documentos de texto, áudio e representações holográficas. Acompanhar o desvendar de cada passo e ver isso culminando no capítulo final, cria em cada um o pensamento de certo ou errado sobre cada ponto visto. No fim, mesmo detalhes mais simples da história e seus personagens acabam sendo impactantes.

Há várias experiências únicas no jogo e que vão empolgar qualquer fã de ficção científica ou astronomia. A sequência inicial de decolar seu foguete é muito bem construída. O impacto ao finalmente caminhar pelo solo lunar é talvez um dos mais notáveis no jogo. Toda a questão científica é muito bem elaborada e cria sensações verossímeis e que se aproximam do nosso mundo real.

dutm6

A jogabilidade de Deliver Us The Moon é simplificada, porém funcional. O jogador precisa andar e explorar os vários locais do jogo, procurando pistas que o levam a entender o que aconteceu anteriormente e também a reparar o sistema de transmissão de energia. Haverá vários quebra-cabeças no decorrer do percurso, como portas para serem abertas, senhas a descobrir, ativação de pontos de energia e muito mais. Nenhum é complicado demais, porém é provável que se perca bons minutos tentando entender a resolução de alguns.

Há alguns aparatos que vão auxiliar o jogador nesse empreitada. Há uma espécie drone que vai acompanhar o jogador a partir de determinado momento e será importante para acessar locais inacessíveis ou desbloquear portas. Há ainda veículos para locomoção em algumas partes e até um emissor de laser para quebrar acessos bloqueados.

dutm3

Boa parte da dificuldade do jogo vem dos períodos de locomoção em gravidade zero ou pelos locais sem oxigênio, fazendo o jogador pensar em cada passo antes que possa ficar sem ar. Não existe combate aqui e tudo é mais destino no avançar da narrativa e na resolução dos quebra-cabeças encontrados. Além disso, principal é o jogador ficar atento em cada detalhe do jogo, já que cada um pode ser uma pista, como senhas de portas, mapa do local ou até indicador de direção, já que não um marcador ou uma linha que guia o jogador até seu destino.

Ainda que pareça uma experiência monótona e entediante, isso está longe de acontecer. Como dito, há momentos impactantes e que intercalam bem com a exploração e puzzles. A campanha não é longa, possui 6 capítulos e dura cerca de 10 horas para se concluir. É possível voltar em cada capítulo após terminar para coletar os demais segredos e troféus.

Na parte técnica é onde encontramos alguns problemas no jogo. Apesar de ter uma boa qualidade visual, principalmente em áreas externas como na superfície lunar, é possível ver uma carência de melhorias aqui. Texturas quase sempre são de baixa qualidade e é fácil encontrar algumas que sequer são processadas. Há uma alternância entre primeira e terceira pessoa em locais mais fechados e, durante a visão em primeira pessoa, movimentação e câmera soam estranhos e não muito funcional. A possibilidade do jogo ser executado em 60fps no PS4 PRO, deixa a resolução 1080p bastante borrada, sendo preferível a versão comum a 30 quadros pro segundo. Em compensação, a trilha sonora é clássica, inspirada em obras sci-fi e de boa qualidade, mesmo que se destaque apenas em momentos chave.

dutm4

Deliver Us The Moon traz uma experiência de ótima qualidade baseado em ficção científica, mas que aborda termos cada vez mais preocupantes na nossa realidade. O consumo desenfreado de recursos nos aproxima mais da ficção contada aqui, e muito bem desenvolvida, do que de um futuro mais brilhante. Talvez é algo que poderia ser melhor explicado ou desenvolvido, principalmente no que acontece antes e posterior aos eventos do jogo. Ainda que seja uma experiência curta e única, sem muito fator replay, é uma que com certeza vale a pena acompanhar.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Wired Productions.

Veredito

Deliver Us The Moon entrega uma boa história de ficção científica com uma narrativa interessante, contada praticamente por artífices simples, sem muita narração ou diálogo. Mesmo que seja uma experiência curta e com pequenos problemas técnicos, impossível não se interessar pelo que é criado e não aproveitar momentos empolgantes no espaço.

84

Deliver Us The Moon

Fabricante: Keoken Interactive

Plataforma: PS4

Gênero: Aventura / Puzzle

Distribuidora: Wired Productions

Lançamento: 24/04/2020

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Deliver Us The Moon delivers a good science fiction story with an interesting narrative, told mainly by simple techniques, without much narration or dialogue. Even though it is a short experience with minor technical issues, it is impossible not to be interested in what is created and not to enjoy exciting moments in space.

[/lightweight-accordion]

Deliver Us The Moon delivers a good science fiction story with an interesting narrative, told mainly by simple techniques, without much narration or dialogue. Even though it is a short experience with minor technical issues, it is impossible not to be interested in what is created and not to enjoy exciting moments in space.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo