Dead Island Definitive Edition

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Dead Island. Poucos jogos tiveram trailers tão marcantes quanto o feito em CG do primeiro Dead Island, tanto pela sua qualidade técnica altíssima quanto pelo impacto emocional que o trailer possuía. Infelizmente, o jogo desenvolvido pela Techland e publicado pela Deep Silver não teve o mesmo impacto que aquele trailer teve, apesar de ter rendido uma expansão, chamada Dead Island: Riptide e outro jogo, Escape Dead Island.

Para muitos, o jogo acabou não justificando todo o hype que possuía, seja por problemas técnicos ou porque a mistura da temática zumbi com a possibilidade de co-op para até 4 jogadores fez muita gente esperar que o jogo fosse mais parecido com Left 4 Dead do que em qualquer momento Dead Island chega a ser (já que muita gente parecia esperar um FPS) e o lançamento de Riptide não ajudou muito retirar essa impressão.

Felizmente, a Square-Enix traz o jogo de volta com o lançamento de Dead Island Definitive Edition, remaster contendo tanto o jogo original quanto a expansão Riptide e faz um trabalho primoroso com ambos. Esqueça as comparações com outros FPS, Dead Island é muito mais um RPG de ação em primeira pessoa ou um survival horror com elementos de RPG em um mundo aberto do que um FPS, armas de fogo são raras e estrategicamente utilizadas, não a norma.

Aquilo que se espera de uma remasterização é o que se encontra aqui. Tanto Dead Island quanto Riptide são jogos lindos. O trabalho visual feito para adequar o jogo ao poder do PS4 é de deixar qualquer um boquiaberto. Da iluminação às texturas, tudo impressiona e contribui pro clima tenso do jogo, com diferentes escalas de iluminação para construir os ambientes. Tudo roda muito bem (eu só tive uma queda de framerate durante as mais de 30 horas de jogo) e os loadings são ínfimos (só ocorrem nos momentos de fast travel), o que surpreende, dada a escala do tamanho do mapa.

Quanto ao jogo em si, Dead Island Definitive Edition é ótimo tanto para quem nunca teve contato com a série quanto para quem quer reviver as experiências da época de PS3. A história é um misto de clichês de histórias de zumbis e que serve mais como pretexto e pano de fundo pro desenrolar do jogo e que em nada é auxiliada pela dublagem pouquíssimo inspirada (as vozes são monótonas e sem emoção alguma), mas o restante compensa esse ponto negativo.

O combate é fantástico. O foco no combate corpo a corpo e a grande variedade de armas cortantes, de impacto e de fogo dão uma dimensão enorme às possibilidades de cada confronto, que é enriquecido por inimigos que vão ficando progressivamente mais desafiadores, fazendo com que o jogo possua uma curva de evolução que não permite que tudo caia na mesmice e acabe com o interesse do jogador. Variar entre arremessar armas brancas, utilizá-las para decapitar ou cortar membros de um zumbi, acertá-lo na cabeça com um taco de baseball ou atirar nele enquanto se vê a barra de HP e o valor do dano subindo é muito divertido e satisfatório.

A essência de RPG por trás de Dead Island fica clara a todo momento. Além de informações típicas de RPGs (como o dano aparecendo na tela) e a quantidade gigantesca de side-quests, o jogador possui uma barra de XP (que é preenchida com a experiência ganha via side-quests e combate) e a cada nível ganho, um novo ponto de habilidade pode ser utilizado para liberar novas skills. Cada arma possui uma barra de quantidade de vezes que pode ser utilizada antes de quebrar, sendo que elas vão perdendo a efetividade, sendo necessário repará-las ou melhorá-las em locais específicos para isso.

As armas possuem ainda um nível e é possível andar com várias ao mesmo tempo, não sendo necessário descartar armas de níveis altos ou raras simplesmente porque elas estão danificadas. Saber equilibrar o inventário e as armas equipadas é uma parte importante de Dead Island e acrescenta um pouco ao desafio e à tensão. O jogo é um bom survival horror, aliás, sendo permeado por um clima de tensão e alguns sustos que acontecem ao longo dele. Se não vai te dar sustos terríveis como PT, ainda te mantém tenso a cada porta aberta.

Existe ainda um multiplayer co-op para 4 jogadores que torna a experiência ainda mais divertida. Não é necessário para se terminar o jogo nem nada assim, mas é mais uma boa opção para quem quer jogar com os amigos mas não gosta muito de jogos com multiplayer competitivo. O jogo conta inclusive com arenas que funcionam como o modo horda de outros jogos e que talvez seja o mais próximo que o jogo chega de Left 4 Dead.

Riptide é mais uma expansão do que qualquer outra coisa. Acontecendo logo após o final de Dead Island, Riptide acrescenta mais armas, mais locais, mais inimigos e um novo personagem, além de um sistema de clima dinâmico, já que em Dead Island o clima só muda com o avançar da história. Ele acaba sendo uma maneira de deixar o pacote ainda mais robusto e é um prato cheio para quem gostou do primeiro jogo, contando com as mesmas qualidades e uma história tão fraca quanto.

Por fim, o remaster traz ainda um jogo digital chamado Dead Island Retro Revenge. Ele é um sidescroller 16 bits que mistura os brawlers da época do SNES e Mega Drive com um estilo semelhante ao dos runners pra mobile. O personagem está sempre em constante movimento, só sendo possível controlar qual das faixas da fase o jogador fica e bater nos diferentes tipos de zumbis que se encontra.

É um jogo divertido e muito desafiador, mas que talvez se encaixasse melhor justamente no mobile. Não é o destaque do pacote, mas é uma boa adição e traz um ar diferente à série. Definivamente é um bom jogo, cujo desafio vale a pena para quem sente falta de brawlers.

Veredito

Dead Island Definitive Edition é um ótimo jogo que acabou sendo esquecido na geração passada e que ganha com este lançamento uma ótima chance de ser lembrado. É um jogo que deve agradar tanto aos fãs de RPGs de ação quanto aos fãs de Survival Horror.

Jogo analisado com código fornecido pela Deep Silver.

Veredito

85

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