Days of Doom – Review

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Dentro do mar de desenvolvedores atrelados ao recente “renascimento” da Atari e o novo foco em lançamento de pequenos jogos independentes, um dos destaques mais interessantes têm sido os projetos capitaneados pela SneakyBox. Com a famosa publisher americana completando 50 anos em 2022, ela ajudou nas remasterizações/ports/reimaginações de vários clássicos marcados com o nome “Recharged”, incluindo, entre eles, Centipede, Breakout e Asteroids.

Agora, no entanto, é chegada a hora de um título totalmente inédito da pequena desenvolvedora da Lituânia. E, como toda boa desenvolvedora independente, esse título não poderia deixar de ser um roguelite. Mas, apesar dos clichês atrelados ao gênero, temos aqui um raro caso de um jogo um tanto diferente, não se perdendo no mar de metroidvanias ou títulos de plataforma.

Days of Doom, ao contrário, é um RPG Tático Roguelite. Não necessariamente um tradicional SRPG com visão isométrica, mas um plano em 2D no qual os personagens também se movem por casas, com um único propósito: sobreviver. Afinal, se estamos nadando em clichês, porque não incluirmos zumbis à fórmula?

Days of Doom

O propósito do jogo aqui é algo bem simples e direto e, pra algo que se intitula como um RPG, ele é até bem leve em termos de história. O tão esperado apocalipse zumbi aconteceu e, consequentemente, a sociedade ruiu. Você controla um pequeno grupo de sobreviventes cujo objetivo é completar a viagem à lendária cidade de Santuário, um local onde humanos estariam a salvo das ameaças do restante do mundo.

Essa árdua viagem exigirá do seu grupo de viajantes a coleta do máximo de recursos possíveis, todo esforço para derrotar dezenas de diferentes ameaças e um tanto de sorte para evitar não só os intempéries de uma viagem cruzando o país, mas a ameaça de outros grupos de sobrevivente querendo roubar tudo aquilo que você lutou tanto para conseguir.

E, bem, é isso. A história não vai muito além dessa premissa básica e algumas cenas aleatórias de diálogo em eventos aleatórios ao redor do mundo, adicionando um pouco mais a construção da lore do jogo. É tudo muito simples e coisas que foram vistas em dezenas de outros jogos, filmes e todo tipo de mídia envolvendo esses eventos.

Days of Doom

Talvez o que chame um pouco a atenção em termos de história seja a variedade do background dos personagens, cada qual com suas próprias características e habilidades distintas. O grupo inicial básico é composto por um versões modernas das classes básicas de um RPG, com um guerreiro (curiosamente inspirado em Negan de The Walking Dead, um pistoleiro, uma curandeira e uma piromaníaca.

Nas suas primeiras jornadas você só poderá montar equipes de até três personagens, mas à medida em que você for coletando recursos, sua equipe poderá aumentar. Quanto mais longe você for e mais inimigos você derrotar seu acampamento irá ganhar pontos de reputação, o único recurso que irá ser carregado de uma “run” pra próxima. É com ele que você poderá comprar melhorias para as instalações do seu acampamento e consequentemente para os seus personagens, conseguir montar equipes maiores e desbloquear novos exploradores.

O jogo conta com um total de oito personagens distintos à disposição, cada qual com duas habilidades distintas e se encaixando em papéis completamente diferentes em combate. Saber como utilizá-los é fundamental para cada run e a mudança de um para outro pode alterar completamente sua estratégia. Essa variedade faz com que, mesmo se você tiver feito uma run perfeita, existam novos desafios disponíveis simplesmente configurando sua equipe e tentando levar novos aventureiros para o Santuário.

Days of Doom

As batalhas em si são bem divertidas e trazem um certo desafio até mesmo para os mais experientes fãs do gênero. Como dito, trata-se de um RPG Tático no qual os personagens são movidos por diferentes quadrantes em um mapa, com o posicionamento sendo fundamental para o sucesso em batalha. Para isso, (quase sempre) é possível escolher onde seus personagens iniciarão nas duas primeiras colunas e então daí iniciar a batalha.

Cada personagem age no seu próprio turno, possuindo dois pontos de ação para tal, com a ordem sendo determinada pela agilidade de cada um deles. Com isso, é bem possível que vários inimigos ataquem em sequência, então saber gerenciar sua movimentação e planejar várias jogadas à frente é essencial. A variedade de inimigos é até bem interessante, com 12 tipos diferentes surgindo ao longo das diferentes batalhas do jogo e cada qual possuindo ataques distintos e exigindo estratégias específicas para lidar com eles.

Dito isso, as estratégias são relativamente limitadas ao se montar, visto que cada personagem possui apenas dois ataques: um ataque físico básico e uma habilidade especial. Ataques básicos podem ser utilizados até duas vezes por turno, mas habilidades especiais, ao serem usadas, consomem só um ponto de ação mas contam com um tempo de “cooldown”, sendo necessário três turnos até estarem disponíveis novamente. Cada habilidade possui características distintas que podem ir de ataques em área à cura, passando por causar efeitos de status nos inimigos.

Days of Doom

Saber como gerir sua party baseada nessas habilidades é essencial, mas o combate acaba sendo um pouco fácil até para quem está acostumado com o gênero. Os primeiros mapas do jogo são bem tranquilos e os desafios mesmo só vão surgindo mesmo quando você vai se aproximando do seu objetivo.

A movimentação na fase entre batalhas é bem simples, bastando escolher qual ponto do mapa você irá visitar, com batalhas, eventos aleatórios e pontos de recuperação facilmente identificáveis no mapa. Aqui cabe destacar a grande variedade de eventos existentes no mundo, sendo raro uma repetição. Segundo a desenvolvedora, mais de 70 eventos estão disponíveis e, embora não tenhamos contado ou sequer chegado perto de ver todos, durante nossa jogatina foi bem raro encontrar repetição mesmo em runs diferentes.

Um outro ponto que cabe mencionar aqui é que Days of Doom conta com um sistema de progressão dentro das runs que fazem com que você vá se sentindo mais poderoso à medida em que avança. Embora essas melhorias não se mantenham, seus personagens subirão de nível e você ganhará itens consumíveis e runas que podem ser equipados te dando alguma vantagem em combate.

Days of Doom

No geral, Days of Doom é um roguelite bastante competente e uma mistura muito bem-vinda de um ótimo gênero com um sistema que, quando bem implantado, gera uma variedade única e que adiciona bastante tempo de jogo e diversão a um título. Cabe dizer ainda que ele conta com uma boa trilha sonora e gráficos legais, então é um passo em uma boa direção para a desenvolvedora.

Embora, no fim das contas, ele acabe se tornando um pouco cansativo, como é da natureza dos roguelites, o simples fato dele constantemente te dar a sensação de “só mais uma run” é um bom indicativo do seu sucesso. A única coisa que realmente faz muita falta é uma opção de quick save que te permita salvar em meio a uma run quando precisar sair, sem a necessidade de abandonar todo o seu progresso, mas é um problema menor considerando tudo que o jogo faz bem feito.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Atari.

Veredito

Days of Doom é uma divertida mistura entre roguelite e RPG tático que o mantém entretido em grande parte por sua simplicidade. Embora o jogo consiga captar bem a sensação de querer jogar só mais uma run, sua simplicidade acaba também limitando o tempo que se consegue aproveitá-lo.

75

Days of Doom

Fabricante: SneakyBox

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: RPG Tático / Roguelite

Distribuidora: Atari

Lançamento: 21/09/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

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Days of Doom is a fun mix between roguelite and tactical RPG that keeps you entertained largely due to its simplicity. Although the game manages to capture the feeling of wanting to play just one more run, its simplicity also ends up limiting the time you can enjoy it.

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Days of Doom is a fun mix between roguelite and tactical RPG that keeps you entertained largely due to its simplicity. Although the game manages to capture the feeling of wanting to play just one more run, its simplicity also ends up limiting the time you can enjoy it.

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