Darksiders

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Tome um tema recorrente que já rendeu diversas versões da mesma história, acrescente um sistema de exploração baseado em progressão de inventário e, por final, desenvolva o sistema de combate como um dos pilares chave do produto. À vista grossa, a união desses elementos, estabelecidos em séries como Legend of Zelda e God of War, origina Darksiders, lançado no início deste ano.

Entre a interminável guerra entre os exércitos do céu e do inferno, um conselho estabeleceu leis para manter o equilíbrio e uma trégua entre os dois reinos foi pactuado através de sete selos. Nesse período, os primeiros humanos nasceram e o conselho previu que essas criaturas seriam fundamentais para restaurar o equilíbrio no futuro. Quando o sétimo selo fosse quebrado, os quatro cavaleiros do apocalipse julgariam e puniriam todas criaturas dos três reinos, e o pacto seria recriado.

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Com medo de uma possível retaliação, os lordes celestiais decidem atacar primeiro. A guerra entre o céu e o inferno toma lugar em uma grande metrópole humana e o caos é estabelecido. War, um dos quatro cavaleiros do apocalipse, é invocado; porém os demais cavaleiros do apocalipse não aparecem. Por ter aparecido antes do tempo, War é julgado culpado pela invasão e acusado pelo apocalipse. Uma vez sentenciado, War recebe do conselho uma oportunidade de voltar ao reino humano – sem seus poderes – e punir os verdadeiros responsáveis pela guerra final.

Cabe ao jogador guiar War através do que sobrou do mundo um século após o suposto apocalipse. O conselho envia junto a War um guardião, não só para guiá-lo mas também ter certeza de que ele não tentará se rebelar. Explorando catedrais, estações de metrô, vales inundados e vastos desertos, War aos poucos reconstroi seu arsenal e o expande com poderes novos, fornecidos por um demônio com quem estabele uma aliança para chegar ao Destruídor, o princípe das trevas.

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Os ambientes são ricos em detalhes e representam muito bem a experiência de um mundo pós-apocalíptico. Os cenários devastados estão normalmente repletos de objetos que você pode usar como extensões de seu arsenal, desde objetos menores como cadeiras até carros. Os detalhes não se restringem apenas aos cenários; todas criaturas com as quais você se encontra no decorrer da jornada também possuem estilos bastante singulares, sempre estando em harmonia com o restante do universo.

A navegação por esses cenários é de certa forma linear, você só chega aos lugares onde pode com os equipamentos sob sua possessão; explorar esses ambientes novamente com equipamentos adicionais normalmente permite que áreas extras sejam encontradas, além de um tesouro ou dois. Praticamente todos os equipamentos que War adquire em sua aventura são necessários à progressão. A Crossblade, por exemplo, é crucial para acionar múltiplos elementos que estejam dispersos em uma sala em um curto período de tempo. Por utilizar esta estrutura, o jogo demora um pouco até engrenar: você só domina os ambientes quando estiver totalmente equipado, o que não acontece até metade do jogo.

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War possui três armas principais (uma espada, uma foice e uma manopla). Todas essas armas podem ser combinadas com modificadores variados, que aumentam o dano causado pelas mesmas ou a quantidade de almas coletadas de inimigos derrotados, por exemplo. Além disso, essas armas também recebem melhorias conforme são usadas, e estas são pré-requisitos para muitas das habilidades de combate que você pode adquirir. O jogo também dispõe de um sistema de fúria, utilizada para ataques especiais, porém estes não se demonstram particularmente úteis no decorrer no jogo.

Outro grande elemento a disposição de War é seu cavalo, Ruin. A reunião entre cavalo e cavaleiro não acontece tão cedo quanto esperado, mas uma vez em sua montaria, War não só percorre cenários abertos rapidamente, mas sua espada torna-se drasticamente mais forte também. Além da espada, a única outra arma que War pode utilizar enquanto monta é a Mercy, uma rápida e poderosa arma de fogo de seu irmão Strife. Por fim, War também recebe a habilidade de assumir uma forma gigantesca e caótica, capaz de desferir golpes avassaladores por um breve período de tempo.

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Os controles são eficazes, porém exigem uma certa familiaridade por parte do jogador, principalmente para o uso dos equipamentos. Você pode ter até três dos seis principais acessórios de War designados no d-pad, podendo rapidamente alternar entre estes já que apenas um pode ser utilizado por vez. O jogador pode usar L2 para travar a mira em um alvo e circundá-lo; enquanto o botão L1 combinado a outros botões serve para acessar os poderes da fúria, invocar o cavalo Ruin ou assumir a forma caótica.

Infelizmente o jogo sofre com algumas quedas ocasionais de quadros por segundos, o que embora não seja um grande empecilho não passa despercebido. A falta de modos extras também não instiga o jogador a repetir a dose; o jogo dura torno de 18 horas, acrescente mais umas 5 horas se você optar por buscar todos os ítens e troféus. Se você encontrar as 10 peças da Abyssal Armor, têm a opção de iniciar uma nova memória utilizando ela desde o início, porém nenhuma das outras habilidades adquiridas são levadas para essa nova partida.

De qualquer forma, estas imperfeições são mínimas se comparadas à experiência global que o jogo oferece. Darksiders pode não ser o jogo mais original que você vai encontrar, mas a fusão de elementos de diversas outras franquias rendeu uma excelente produção que, sem dúvida, vai agradar aos fãs do gênero.

Veredito

92

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