Jogos no estilo roguelike têm sido comuns na geração atual. Alguns sucessos como o recente Hades, mostram quanto o mercado de títulos indies também é (e vem sendo) muito valorizado. E para continuar provando que nem todo console vive de triple AAA, a Passtech Games lançou Curse of the Dead Gods, um forte game para PS4.
Seguindo o mesmo estilo de títulos como o já mencionado Hades e Vambrace Cold Soul, Curse of the Dead Gods trabalha com dungeons aleatórias no estilo roguelike, ou seja: nenhuma exploração será igual a anterior.
Cheio de inimigos, armadilhas, armas e tesouros, Curse of the Dead Gods busca trazer uma experiência nova a cada partida e que ao mesmo tempo, tenta não ser cansativa. Mas será que ele consegue entregar isso ao jogador?
Curse of the Dead Gods narra a história de um explorador extremamente ganancioso que adentra a tumba de antigos deuses em busca de riquezas. Porém, sua aventura nesse lugar custa caro, e a cada nova porta aberta, uma maldição cai sobre ele. No fim, seu objetivo é destruir o campeão da morte e sair vivo do calabouço.
A história de Curse of the Dead Gods não é contada em palavras, mas sim em deduções. Se não fosse a comunicação das devs nos dias atuais, muito provavelmente não saberíamos o plot do título e ficaríamos achando que não havia uma narrativa para contar.
Com exceção da história, Curse of the Dead Gods impressiona, e isso já é mostrado logo de cara com os gráficos super bem trabalhados. O toque animado, como o visto em títulos como o já mencionado – diversas vezes – Hades, dá um toque que combina e muito com as ações gerais ali dentro.
Algo muito importante que também deve ser citado é que, mesmo com tanta coisa – exagerada pelos gráficos – acontecendo na tela, o jogador não perde seu personagem de vista. Esse detalhe é crucial para a sobrevivência em qualquer jogo no estilo roguelike, já que a morte costuma ser sua pior inimiga.
A exploração do jogo é dividida em “seções”, e cada vez que você refaz a missão ou morre, as dungeons mudam completamente. Para evitar a morte iminente, existem alguns bônus em cada “sala”. Eles são divididos em: ouro, estatísticas, arma, upgrade, desconhecido, batalha opcional, benção, cura e, finalmente, chefe.
Esse formato mostra-se um pouco complicado de início, principalmente quando você se vê obrigado a trilhar um caminho que não o leva para a seção desejada. Porém, após um pouco de prática, é possível tirar proveito até mesmo dessas situações, já que embora alguns locais sejam destinados a armas ou cura, por exemplo, é possível dropar itens que não fazem parte daquela sala.
Para avançar na tumba, é preciso atravessar todos os desafios e coletar emblemas especiais de cada um deles. É possível repetir os níveis, porém, você não ganha emblema extra por isso.
Curse of the Dead Gods consegue passar uma falsa sensação de “facilidade”. Isso se deve ao fato de que os primeiros níveis são realmente “fáceis”, porém, conforme você avança dentro da dungeon, o jogo te obriga a lutar contra todos os campeões dos níveis abaixo. Difícel, né?
O esquema das tumbas pode parecer chato – e em alguns momentos realmente é -, no entanto, isso aumenta ainda mais a longevidade do jogo e permite que o jogador tenha acesso a mais recursos divertidos na exploração.
O gameplay de Curse of the Dead Gods é dinâmico e muito fluído. Além disso, existe uma grande quantidade de armas, que são divididas em três categorias: principal, secundária e duas mãos.
Os comandos são bem básicos e sem muitos segredos, o que com o tempo pode se tornar um pouco repetitivo. Mas para compensar isso, existem diversas armas que tornam o gameplay mais diversificado. Embora algumas delas sejam apenas variações de um mesmo tipo, os diferentes efeitos dão um toque bem legal ao jogo em si.
Para aumentar ainda mais o fator replay, o jogo apresenta alguns recursos de bênçãos permanentes, que podem ser acessadas no Underworld. Infelizmente só é possível equipar três ao mesmo tempo, forçando o jogador a escolher de acordo com o caminho que quer trilhar dentro da tumba.
Outro ponto negativo – mas que também pode ser visto como desafio – está na quantidade de caveiras azuis necessárias para desbloquear recursos. Os altares com armas, por exemplo, são caros, e não condizem com o montante ganho na dungeon. Este fato pode ser visto como uma forma de incentivar o jogador a jogar mais e mais, já que no geral, o jogo pode ser zerado em menos de 10 horas; caso não morra, é claro.
Mas o que realmente torna Curse of the Dead Gods diferente? O segredo está na maldição do explorador. A cada nova área, o personagem ganha pontos de corrupção. Ao atingir o limite, uma maldição aleatória cai sobre, tornando a aventura mais difícil.
Embora as maldições sejam vistas como coisas ruins, elas também trazem efeitos bons para o personagem. Um deles, por exemplo, é uma que você perde o poder de iluminar ambientes com a tocha, mas em compensação, o explorador não toma dano extra enquanto estiver no escuro.
É preciso deixar claro que os pontos de corrupção não são obtidos apenas ao atravessar as portas. A dificuldade está justamente em atravessar toda a dungeon sem se deixar abater pelos ataques inimigos (que também causam corrupção) ou pelas tentações das oferendas, que também podem causar corrupção.
Curse of the Dead Gods é um jogo simples, mas complexo ao mesmo tempo. São muitos recursos que fazem o jogador se sentir incentivado a jogar cada vez mais para conseguir tudo. Embora ele fique um pouco repetitivo depois de um tempo, o título mostra-se capaz de te segurar horas a fio na frente da TV, principalmente se você quiser desbloquear o troféu que exige conseguir os rascunhos de todos os monstros do jogo.
Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Focus Home Interactive.
Veredito
Curse of the Dead Gods é um jogo divertido, empolgante e que pode te fazer ficar horas a fio na frente da TV. O título oferece uma das melhores aventuras no estilo roguelike do PS4, mesmo que com o tempo ele fique um pouco repetitivo por causa da falta de criatividade de inimigos e dungeons.
Curse of the Dead Gods is a fun, exciting game that can make you spend hours in front of the TV. The title offers one of the best adventures in roguelike style, even though over time it gets a little repetitive because of the lack of creativity of enemies and dungeons.
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