Cosmic Star Heroine é uma carta de amor aos RPGs de antigamente, como Chrono Trigger, Phantasy Star e Suikoden. Desenvolvido pela Zeboyd Games após uma campanha bem sucedida no Kickstarter, o jogo chega ao PlayStation 4, marcando o primeiro projeto da equipe para consoles PlayStation.
Cosmic Star Heroine emula os gráficos, a história e o combate de suas inspirações, enquanto tenta se distanciar criando uma pegada própria no gênero. A história acompanha Alyssa L’Salle, uma agente espacial governamental encarregada de manter a ordem no universo, até que descobre uma grande conspiração por trás de sua agência e decide proteger a ordem de sua própria maneira.
Durante a história, Alyssa visita novos planetas, rebusca antigas ruínas e faz novos colegas que irão ajudá-la derrotar a conspiração que ameaça a ordem do universo. A história do jogo relembra muito os RPGs espaciais de antigamente, se mantendo enxuta por todo o jogo.
Este é um dos grandes problemas de Cosmic Star Heroine: a ambição e o espectro que os desenvolvedores criaram para o jogo, desde planetas distantes até raças com poderes psíquicos, está enxuto num tempo de oito a dez horas. Esse descompasso fica muito claro no desenrolar do jogo e chega a atrapalhar o final. Os personagens nunca questionam o próximo passo da aventura, aceitam o que estranhos falam sem titubear e até mesmo aceitam que entrem na equipe personagens sem qualquer motivação. O humor e o jeito que o jogo não se leva sempre a sério acaba sendo o maior alívio durante a história.
Os personagens, aliás, acabam sendo outro problema. Num jogo que dura por volta de dez horas, fica difícil desenvolver a história e a motivação por trás de mais de dez personagens. Em se tratando de certos personagens, não ficaria surpreso se a quantidade de frases que falam no jogo não passasse de vinte. Num RPG com tanto carisma, fica difícil se interessar por personagens que mais parecem figurantes.
O estilo de batalha do jogo se inspira fortemente em Chrono Trigger, apesar de trazer melhorias e avanços dos RPGs atuais. O fato do HP de seu grupo se regenerar automaticamente depois de todas batalhas e as habilidades não se basearem em MP, mas sim em pontos descartáveis que voltam ao recarregar seu personagem, são pequenos aspectos que ajudam muito a vida do jogador e permitem focar mais no mundo e na narrativa do jogo.
Os gráficos, como não poderia ser diferente, são inspirados também em RPGs dos anos 90. Todo o cenário e personagens são claramente desenvolvidos como um RPG de Super Nintendo, da era 16-bits. Já as cutscenes se assemelham mais aos jogos do Sega-CD, console mais desconhecido da época. Apesar dos gráficos conseguirem chegar muito perto da inspiração, essa mescla de estilos nem sempre cai bem durante as cenas mais sérias.
Contando com vários ajustes de dificuldade e alguns chefes opcionais, Cosmic Star Heroine pode ser completado de oito a quinze horas, dependendo do comprometimento do jogador. O resultado final do jogo fica bem aquém de suas inspirações, mas consegue ainda entregar uma experiência válida para fãs do gênero.
Veredito
Cosmic Star Heroine prometeu muito, entregou metade, e mesmo assim conseguiu ser um jogo interessante, com um humor único para fãs do gênero atraídos pela estética de outros tempos.
Jogo analisado com código fornecido pela Zeboyd Games.
Veredito
Cosmic Star Heroine overpromised, underdelivered, and yet it still managed to be an interesting game with an unique humor for fans of the genre attracted to the aesthetics of older generations.
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