Company of Heroes 3 – Review

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Alguns estilos de jogos parecem servir para plataformas específicas. Por anos, jogos de tiro em primeira pessoa pareciam se encontrar apenas em PC’s e tidos quase como plataformas específicas para isso. A adaptação dos controles e consoles com o tempo acabou revertendo isso e mostrando que o gênero funciona até mesmo em dispositivos mobile. Um outro gênero que ainda tenta fazer essa transição são os jogos de estratégia em tempo real, os famosos RTS’s.

O uso de mouse e teclado sempre casou perfeitamente com o estilo e dificilmente vemos grandes sucessos absolutos de jogos assim nos consoles pelo complexo uso de controles numa jogabilidade de comandos extremamente rápidos e dinâmicos. Uma comparação rápida é como a evolução para jogos de estratégia por turno aconteceu diferente, muito pela não necessidade de comandos e respostas rápidas.

Company of Heroes é um RTS clássico do PC e de relativo sucesso, principalmente quando o segundo jogo chegou ao mercado. Com o lançamento de Company of Heroes 3 acontecendo no início do ano para PC’s e agora para consoles, podemos ver como foi a recepção com um novo jogo da franquia que prometeu evoluir e inovar, assim como a versão para consoles e sua adaptação dos comandos no controle.

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Usando como ambientação a Segunda Guerra Mundial, Company of Heroes 3 apresenta as batalhas no front italiano do combate na Europa. O avanço das forças aliadas contra as tropas do eixo na Itália é palco central do conflito e aqui ainda engloba um pouco do fator histórico e até geográfico dessa fase da guerra.

A estrutura de um RTS é apresentada aqui de forma clássica e, caso você tenha apelo e histórico pelo gênero, é bastante clássico na forma de jogar. As tradicionais escaramuças continuam sendo as disputas diretas, com o básico de controlar o mapa e recursos, formar seu exército com as mais diversas opções e realizar melhorias eventuais. Conquiste a maior parte do mapa através de setores e terrenos para expulsar os inimigos ou siga os objetivos detalhados de cada missão para alcançar a vitória.

A grande novidade em Company of Heroes 3 é a mescla do RTS já exemplificado com uma parte de batalha por turnos. Durante a campanha, o jogador vai explorar e combater pela Itália na busca da vitória. O primeiro mapa, por assim dizer, funciona mais como um tabuleiro de War, movimentando peças e conquistando territórios como um jogo de estratégia por turnos. Avance com suas unidades pelo tabuleiro usando cada peça dentro de suas limitações, como movimentos ou ações, tome e dispute locais e recursos usando um sistema de batalhas automáticas na maior parte das vezes. Além disso, em momentos específicos, as batalhas mais importantes e missões específicas vão se transformar dos combates automáticos para as escaramuças em RTS, criando assim uma mescla de dois estilos que acabam se conversando bem aqui.

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De certa forma, o modo por turno funciona mais como um encaminhamento e gestão numa visão macro do combate e controle territorial, nunca entrando diretamente no que consagrou a franquia. Já a parte específica das escaramuças, com controle direto do jogador, consegue entregar bem aquilo que se espera. Seleção e melhoria de tropas, controle territorial, uso de cobertura no cenário e comandos táticos para exploração e combate, entendimento das fraquezas e forças de cada tipo de pelotão são partes básicas da jogabilidade.

Controlar uma ponte é muito mais do que apenas enviar soldados e dominar uma bandeira, mas precisa de uma preparação e controle que o jogo vai cobrar. Engenheiros para cortarem cercas ou retirarem minas, apoio de blindados para sua infantaria ou até mesmo pelotões de controle de inimigos como morteiros e metralhadoras pesadas que vão estar disponíveis para diversos tipos de estratégias possíveis.

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Um grande problema em tudo isso, e talvez um que afeta boa parte de jogadores que querem entrar nesse estilo, acaba sendo uma curva de aprendizado longa e até complexa. Aqui é agravada por tutoriais não muito explicativos e, principalmente, pela nada intuitiva interface de jogo. Seja para qualquer tipo de evento, a interface é precária e complexa, com menus e comandos levando a outros menus, criando uma cascata de informações e imagens que não são assimiladas pelos jogadores.

Em vários momentos achei que a interface de forma geral é poluída sem muita necessidade, quase como o jogo tentando se complicar com coisas simples. Um dos maiores focos do estilo deve ser a priorização de um conceito básico de comandos e interface que qualquer pessoa assimile, para que isso leve a algo mais complexo e profundo para os que vão explorar.

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Apesar dessa barreira, algo que o jogo consegue fazer é entregar comandos adaptados para controles. Há vários atalhos e funções que vão facilitar seleção de tropas, movimentação, comandos de ataque e cobertura e mais. Muito disso acaba não sendo nítido pela questão da interface já falada, mas no fim é uma experiência boa usando o DualSense. Mesmo assim, jamais chega perto da praticidade de teclado e mouse, principalmente quando comparamos referente à velocidade no PC.

Um ponto que observei constantemente enquanto jogava era a baixa capacidade técnica e visual do jogo. Com o jogo sendo lançado em 2023, visando PCs e novos consoles, esperava muito mais nesse aspecto. Obviamente nenhum RTS vai se propor a ser apenas um grande impacto visual assim da jogabilidade, mas confesso que me senti em um jogo de 10 anos atrás aqui. Texturas de baixa qualidade mesmo com a câmera longe, leves engasgos na transição de cenários e loadings exagerados são apenas os problemas mais comuns vistos. Com a baixa variação de cenários presente em qualquer modo e o escopo dos mapas nada exagerado, confesso que fiquei decepcionado na parte visual.

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Company of Heroes 3 entrega bastante coisa, mas muito mais apenas como ambição. Uma campanha completa e outra jornada menor no norte da África, além das escaramuças, já são uma boa quantidade de conteúdo solo. Além disso, há modos multiplayer online tanto de forma competitiva quanto cooperativa, que também vão entregar partidas escaramuças ainda mais variadas das presentes na campanha.

De forma geral, o novo jogo da Relic parece almejar mais dentro do estilo, mas sem saber como alcançá-lo. Ainda entrega o suficiente para ser divertido e trazer a sensação de sempre querer continuar para mais uma batalha, seja online ou no modo solo. Mesmo assim, há problemas consideráveis que vão afastar novatos nos consoles e que não ficam restritos apenas na adaptação dos controles. Há uma certa barreira existente pelos problemas da interface e complexidade desnecessária, não conseguindo ser uma porta de entrada fácil para o estilo nos consoles e para o gênero.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela SEGA.

Veredito

Apesar dos deslizes notáveis, como parte técnica e visual precário, interface ruim e uma complexidade desnecessária, Company of Heroes 3 tem méritos por entregar um bom RTS nos consoles, sendo divertido na medida do possível e com boa adaptação para controles.

75

Company of Heroes 3

Fabricante: Relic Enterteinment

Plataforma: PS5

Gênero: Estratégia em Tempo Real (RTS)

Distribuidora: SEGA of America

Lançamento: 30/05/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Despite notable slips, such as the technical and visual part, bad interface and unnecessary complexity, Company of Heroes 3 has merits for delivering a good RTS on consoles, being fun and for having a good adaptation to controls.

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Despite notable slips, such as the technical and visual part, bad interface and unnecessary complexity, Company of Heroes 3 has merits for delivering a good RTS on consoles, being fun and for having a good adaptation to controls.

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