Call of Duty: Modern Warfare 3

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Call of Duty é a maior franquia da indústria do entretenimento eletrônico. Com lançamentos anuais que sucessivamente superam recordes de vendas e lucros, a série iniciada em 2003 pela Infinity Ward parece imbatível. Desde 2007, ano de lançamento de Call of Duty 4: Modern Warfare, a série recebe jogos da linha Modern Warfare (MW) nos anos ímpares. 2009 foi a vez de MW2 e agora em 2011 temos a suposta conclusão desta linha, com Modern Warfare 3. Apesar de alguns pequenos percalços, este terceiro capítulo da saga de Soap MacTavish e Captain Price é um excelente jogo em todos os seus aspectos e está à altura de sua fama, merecendo todo o sucesso que faz.

O jogo começa imediatamente após o fim de MW2, com Soap e Price fugindo após colocarem um fim aos planos do General Shepherd mas ainda em busca de vingança contra Makarov. Soap está quase morrendo, mas eles conseguem refúgio em um abrigo na Índia pertencente a Nikolai, um dos aliados mais antigos da dupla. Neste abrigo eles conhecem Yuri, um associado de Nikolai e que será o personagem que você irá controlar ao lado dos dois protagonistas durante as suas missões.

Enquanto isso a Rússia continua atacando os Estados Unidos, desta vez focando em Nova York. Um esquadrão da Força Delta, liderado pelo Mestre Sargento Sandman, será o responsável pela liberação da cidade. Durante estas missões você controla Derek “Frost” Westbrook e, além dos Estados Unidos, você irá visitar com as duas equipes vários outros países do mundo, em um conflito global que pode facilmente ser chamado de Terceira Guerra Mundial. França, Inglaterra, Alemanha, República Checa, Somália e outros guardam pistas para a localização de Makarov e para o fim do conflito.

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As campanhas dos jogos da Infinity Ward sempre se destacaram por serem cinematográficas, mas pra mim a de MW3 mostra isso como nenhuma outra. Ao contrário dos outros MW, eu gostei de todas as fases, sem exceção, e praticamente todas elas são repletas de momentos de tirar o fôlego e de reviravoltas realmente inesperadas. Algo que também me surpreendeu positivamente foi que cada fase era melhor que a anterior, com acontecimentos e surpresas mais interessantes, culminando na última fase, que possui sem dúvida o meu começo favorito de missão de qualquer Call of Duty até hoje, tanto pelo contexto da história quanto pelo gameplay. É simplesmente espetacular.

A história possui 16 missões divididas em 3 atos e se passa ao longo de vários dias. A duração do jogo é excelente, pois ele não é nem tão curto parecendo que faltou algo nem tão longo parecendo que conteúdo foi colocado sem motivo. Eu joguei a campanha na dificuldade Veteran, a maior disponível, e terminei o jogo em pouco menos de 8 horas e ao final me senti muito satisfeito. A história realmente parece ter um “fim” quando os créditos começam a rolar, e isso é um elogio nos dias de hoje, em que quase tudo é feito pensando-se em ganchos para as sequências. Meu único porém em relação à campanha é que achei ela muito fácil, mesmo no Veteran. Está mais fácil do que no MW2 e infinitamente mais fácil do que Black Ops. Poderiam ter colocado um desafio um pouco maior (mas sem spawn infinito de inimigos nem spam de granadas, ouviu, Treyarch), mas isso é só um detalhe.

No aspecto técnico, algo que não pode deixar de ser falado é que o jogo é rápido. A partir do momento em que ele é carregado a partir da XMB, é possível pular aqueles vídeos introdutórios e em 5 segundos você já pode escolher o seu modo de jogo. Ele roda a pelo menos 60 quadros por segundo a todo momento, e em nenhum instante eu notei nenhuma queda nesta taxa, seja no single-player ou em algum modo multiplayer. Os gráficos são os melhores da série, mas você deve ter em mente que eles não vão impressionar caso você espere algo no nível de um Uncharted ou Killzone, já que a engine de MW3 é a mesma que foi desenvolvida para Call of Duty 2, de 2005, recebendo apenas melhorias ao longo dos anos. Ela cumpre bem o seu papel e apresenta um jogo bonito, mas apenas isso. Eu não esperava mais, então tenha isso em mente antes de criticar os gráficos.

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O modo Spec Ops, a grande adição apresentada em MW2 (já que a campanha principal dele não era lá essas coisas…) volta aqui ainda melhor. As missões continuam no mesmo esquema: você escolhe o seu nível de dificuldade e cumpre objetivos em mapas especialmente desenhados para este modo jogando sozinho ou com um amigo localmente ou através da PSN. A dificuldade Veteran destas missões realmente faz jus ao nome, ao contrário do single-player, e se você gosta de um desafio vai se sentir em casa aqui. São 16 missões que devem tomar um bom tempo para serem terminadas.

Além das missões, há agora o novo modo Survival, um “Horde mode” no qual você enfrenta ondas de inimigos de dificuldade crescente nos 16 mapas do modo multiplayer. A cada onda você tem alguns segundos para descansar e planejar o próximo round, e também para se armar para ele. O Survival possui um sistema de níveis, upgrades e destraváveis similar ao do modo multiplayer (mas separado dele; subir de nível em um não o faz subir de nível em outro). Conforme você joga, ganha pontos que podem ser usados para comprar novas armas e itens de defesa e ataque. Há pontos espalhados pelo mapa onde é possível realizar essas compras, seja nos intervalos entre as ondas ou mesmo durante elas, então saber quando gastar os seus créditos é fundamental para sobreviver.

Eu sou um fã do Spec Ops desde MW2 e as novas missões de MW3, além da adição do Survival, só comprovam que o multiplayer cooperativo é a minha praia neste tipo de jogo. Minha única decepção é que a limitação de 2 jogadores foi mantida. Eu tenho 3 amigos com os quais gostaria muito de jogar Spec Ops ao mesmo tempo, seja nas missões ou no Survival, mas com apenas 2 jogadores por partida nós temos que revezar. Se até o modo Zombies de Black Ops permitia 4 jogadores, e os mapas dele eram razoavelmente grandes, eu fico sem entender o porquê disso.

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Eu falei do single-player e de como ele é espetacular e falei do Spec Ops e de como ele pode ser viciante. Mas para 80% daqueles que compram Call of Duty (estatística elaborada neste instante; margem de erro de mais ou menos 10%) o que importa mesmo é o multiplayer competitivo. Para estas pessoas, não há muito o que falar. Elas já sabem que vão gostar do jogo de qualquer jeito, que vão estranhar esta ou aquela novidade mas que vão acabar se acostumando com elas e que daqui a um ou dois meses já vão ter 200 horas de jogo e todos os Prestiges possíveis e imagináveis.

Acontece que eu não sou uma dessas pessoas. Eu não sou um fã da matança desenfreada do multiplayer competitivo de Call of Duty. Eu admito que só joguei com dedicação o multiplayer de Modern Warfare, o original, em 2007, até o nível 40 e alguma coisa para destravar a FN P90. Depois disso, eu nunca tive paciência para passar muito tempo jogando, e mesmo quando fiz isso, eu joguei no modo Domination, que exige mais cooperação do que o Team Deathmatch, por exemplo. Eu tentei jogar o multiplayer de MW3, mas depois de duas horas, eu cansei. Essa é a minha natureza, e acredito que outros compartilham da minha opinião. Mas, para aqueles que querem dar um chance a esse modo, Modern Warfare 3 trouxe algumas novidades que podem fazer a diferença.

O sistema de killstreaks (mate vários inimigos sem morrer) foi substituído por pointstreaks (faça pontos para ganhar recompensas). Agora você ganha pontos por matar inimigos, capturar bandeiras, plantar bombas, dominar pontos e assim por diante. Esses pontos são então usados nos 3 diferentes tipos de Strike Packages disponíveis: Assault, Support e Specialist. A classe Assault funciona da mesma forma que antigamente e permite que você utilize ferramentas de ataque a cada certa quantidade de pontos, como Predator drones, helicópteros de ataque e assim por diante. A classe Support utiliza ferramentas de apoio ao time, como turrets e UAVs, mas a sua maior vantagem é que seu pointstreak não reseta quando você morre. Finalmente, classe Specialist permite que o jogador equipe um perk a cada 2 mortes, e a após 8 mortes o jogador equipa todos os perks e vira uma máquina de morte e destruição, mas ao morrer todos os perks são resetados. O balanceamento das 3 classes é interessante e pode agradar a vários perfis de jogadores.

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O sistema de níveis e destravamento de equipamentos também foi alterado radicalmente. Agora as armas evoluem juntamente com o jogador, e não juntamente com o nível. Ou seja, se você quiser uma arma melhor, você vai ter que usá-la nas partidas. Também é possível equipar melhorias nas armas conforme elas evoluem, diminuindo o seu coice, melhorando a sua precisão, o seu dano e assim por diante. O nível mais alto agora é o 80, e o sistema de Prestige está de volta e trouxe consigo um pequeno bônus. Ao usar cada um dos Prestige, você terá acesso a um “Prestige Shop” onde poderá comprar itens exclusivos, como um modificador que te dará o dobro de XP. Novos modos de jogo foram adicionados, como o Kill Confirmed (não basta matar o inimigo, você deve capturar a dog tag dele também antes que alguém do time dele o faça) e o Team Defender (uma espécie de Capture the Flag com apenas uma bandeira que deve ser defendida por um dos times).

Modern Warfare 3 é um gigante. Seu nome tem o maior peso deste ano e o seu lançamento assombroso provou isso. Muitos criticam o jogo e a série, citando a sua falta de inovação e diversos outros fatores negativos. Apesar de muitas críticas válidas, grande parte disso pode ser atribuído à inveja do sucesso da série ou a algo similar. MW3 é um jogo fantástico, como modos single e multiplayer bem desenvolvidos e com personagens realmente cativantes. A Infinity Ward conseguiu algo que poucos conseguem: ela fez com que a gente se importasse com Soap, com Price, e até com o novato Yuri, que mesmo com pouco tempo de destaque já conquistou o meu respeito. MW3 é um jogo para todos, seja para quem gosta de uma boa campanha ou no máximo de um multiplayer cooperativo, como eu, seja para aqueles que gostam de passar o dia inteiro enfrentando metade da população mundial no multiplayer competitivo.

 

Outra opinião – Patrick Seabra (Machine_God)


Call of Duty (CoD) é o sucesso que é, em muito, pelo seu Multiplayer. A ação frenética e focada em reflexos rápidos conquista muitos jogadores, e é um dos maiores suportes da série da Activision. Entretanto, existem pessoas como eu, que não apreciam a matança desenfreada do Multiplayer e preferem a aproximação mais tática e focada em trabalho de equipe de Battlefield – nada de errado nisso, são apenas gostos diferentes. Sem sombra de dúvidas, o que me atrai em CoD é a Campanha – e desde Modern Warfare (MW) 2, os modos de jogo cooperativos.

Nesse sentido, posso dizer que MW3 me satisfaz muito bem. A Campanha continua com o esquema de ação Hollywoodiano, com sequências de tiroteio rápidas e divertidas. Um ponto bacana é que MW3 tem ambientes mais abertos que seus predecessores – nada do nível de Crysis 2 ou Bad Company 2, mas ainda mais abertos que MW2 e Black Ops. A história se foca no conflito Rússia x EUA e na caça a Vladimir Makarov, um dos vilões de MW2. Menos enrolada e implausível que seu antecessor, a história de MW3, ainda que não seja magistral, entretém e conduz bem o jogador por toda a Campanha. Muito do brilho dela se deve à caracterização de personagens como os novatos Yuri e Sandman, aliados aos veteranos e favoritos John "Soap" MacTavish e Capitão John Price. Fãs da história da saga MW certamente apreciarão os eventos e a conclusão neste jogo.

Se fosse apenas pela Campanha, porém, eu não recomendaria muito o jogo – com dificuldade baixa e durando cerca de 6 horas, não é a Campanha que mantém o jogador preso a MW3. Esta função fica por conta do divertidíssimo Spec Ops, voltando ainda melhor do que era em MW2. As tradicionais missões do MW anterior são ainda mais variadas em MW3, incluindo Stealth, roupas de Juggernaut e caminhos e funções diferentes para você e seu parceiro. Estas missões são acrescidas por um modo Horde, aqui chamado de Survival. Esta interessante adição ocorre nos mapas de Multiplayer, em que os jogadores têm que se defender de intermináveis hordas até eventualmente sucumbirem. É algo semelhante ao modo Zombie de Black Ops, mas mais refinado e com melhor funcionamento.

Aliás, "mais refinado e com melhor funcionamento" é o melhor jeito de definir MW3. Em suma, se você gostou da Campanha, Spec Ops ou Multiplayer de MW2, MW3 não deve decepcionar, e oferece algo de bom para quem gosta de jogar sozinho, em dupla ou competitivamente. Vale muito a pena para fãs da série e de FPSs em geral, mas não deve mudar a opinião de quem torce o nariz para o gênero.

 

— Resumo —

+ Campanha espetacular e com boa duração
+ Cenários variados e bem apresentados
+ Personagens muito carismáticos
+ Spec Ops excelente
+ Multiplayer com novidades interessantes (para quem já gosta dele)

Campanha muito fácil
Spec Ops limitado a apenas 2 jogadores
Multiplayer continua não atraindo quem não é fã do modo

Veredito

94

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