Bō: Path of the Teal Lotus – Review

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Vamos começar pelo evidente: Bō: Path of the Teal Lotus é lindo de ver, um deleite aos olhos. A desenvolvedora tailandesa Squid Shock Studios delineou um visual inspirado em arte tradicional japonesa, com linhas grossas de pincel e cores graciosas de aquarela. A animação fluida, os vários planos de profundidade dos cenários e as texturas móveis completam um quadro elegantemente impecável que parece um livro ilustrado de lendas nipônicas misturado a uma versão moderna de Okami em 2D. É deslumbrante.

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As músicas acompanham o estilo, usando dos instrumentos típicos de corda, percussão e sopro para dar o clima. O conjunto como um todo é uma experiência estética agradável, aconchegante e profunda, filha do casamento de Hollow Knight com fábulas mitológicas do Japão.

A gameplay é a cara do “pai”, o cavaleiro vazio. É um metroidvania de personagem pequena, ágil e silenciosa, que vem ao mundo com um propósito desconhecido. No caminho, Bō conhecerá personagens, ajudará na construção de uma cidade e usará acessórios que só podem ser equipados no ponto de salvamento. Os pontos de vida são parecidos e os sistemas de cura e magia não negam sua linhagem.

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É claro, a raposinha-flor enfrentará muitas criaturas poderosas em batalhas empolgantes e variadas em que é preciso prestar atenção aos ataques para desviar deles e retribuir nos momentos certos. Mantendo mais um traço de família, os chefões não têm barra de vida visível e a progressão da luta é percebida quando eles mudam o comportamento com ataques mais agressivos. Esses encontros são mais um ponto alto do jogo e vão exigir foco e aprendizado.

Outro grande destaque é o design de níveis e as formas de travessia, que beiram o estilo de plataforma de precisão. Isso quer dizer que saltar pelas plataformas pode ser um exercício exigentes até em locais normais. O principal motivo é o foco na habilidade de pogo, isto é, de quicar em objetos e inimigos. Ao bater neles, além de ficar um instante parada no ar, Bō é capaz de dar um novo salto, um movimento que pode ser repetido indefinidamente para se manter no alto.

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As lutas contra chefes também requerem essa técnica, tornando-a uma constante em todo o jogo. Por isso, é importante praticá-la desde o começo e logo estará usando longas sequências de salto, golpe, salto, dash, golpe, salto e assim por diante, sem tocar no chão. 

Portanto, Bō: Path of the Teal Lotus entrega desafios tanto no combate quanto na plataforma, o que pode não agradar a parte do público. Pessoalmente, só achei que erraram a mão de verdade no chefe final, que é muito desproporcional ao restante do jogo e espero que ajustem em atualização.

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Para aliviar essas questões, há opções de acessibilidade que podem ser ativadas e desativadas a qualquer hora. Uma delas tem dois níveis de lentidão que desaceleram o jogo como um todo e dão margem de tempo para entender o que está acontecendo e reagir aos inimigos.

Também pode ser útil para compensar a complexidade de saltos que descrevi acima, exigindo menos reflexos para fazer os comandos exatos. No entanto, essa opção não é ideal para jogar a campanha toda, figurando mais como um recurso para dar uma mãozinha nos trechos que dão dor de cabeça.

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Há ainda a opção invencibilidade, o que acho drástico. Eu preferia que, em vez de ser apenas um tudo ou nada, tivesse algo mais gradual, com uma alternativa intermediária de diminuir o dano à metade. Por fim, podemos ter mana infinita, o que libera a cura e poderes mágicos à vontade. Uma opção que eu acharia interessante seria diminuir o tempo levado para se curar, que nos deixa vulneráveis enquanto bebericamos o chá restaurador. É interessante que essas duas opções só ficam disponíveis após Bō morrer 20 vezes, incentivando a se esforçar mais em vez de acioná-las logo de cara.

Falando em Bō, ainda não expliquei quem é nossa heroina, não é? Ela é uma tentaihana, criatura (inventada no jogo) que brota quando o fluido de algum deus cai sobre um botão de flor. No início, a cena animada mostra a lágrima da lua que pousa em um botão de lótus azul-petróleo (teal lotus, em inglês) e assume a forma de um animal da região, a raposa, vestida das pétalas que floresceram com nova vida. Infelizmente, um tentaihana nascido de uma lágrima é sinal de uma tragédia e o destino guarda segredos obscuros.

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Nossa raposa-flor recebeu um presente de sua deusa, um par de brincos mágicos que despertam formas poderosas à medida que se fortalecem. A primeira é a de um bastão (, em japonês), que acaba se tornando o nome da protagonista. Com isto, completamos o significado do título: “Bastão: o caminho do lótus azul”.

É desse tipo de conto belo que a história é composta, seja dialogando com personagens excêntricos ou por meio de alguns pergaminhos. No mundo de Jardim Estranho há muitas maravilhas para explorar ao longo da campanha e missões secundárias a cumprir para ajudar as pessoas, melhorar a cidade-hub, encontrar segredos e obter recompensas, é claro. Tem também referências a jogos, animes e filmes do Ghibli.

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Considerando o meio metroidvania, Bō: Path of the Teal Lotus começa no estilo mais linear, percorrendo algumas áreas de forma estritamente sequencial. Ao chegar à Cidade Sakura, que serve de hub, as veredas do jardim se bifurcam e permitem explorar mais locais em ordens diferentes. Não chega a ser uma grande abertura, mas foi uma grata mudança para aprofundar a exploração do mundo e obter os materiais para melhorias.

Também é aqui que desbloqueamos o sistema de viagem rápida, que é muito bem-vindo, mas eu honestamente preferia que tivesse mais pontos espalhados pelos mapas. Não que seja uma jornada particularmente longa: levei 16 horas para chegar ao final e achei que essa duração combinou bem com o que o jogo tem a oferecer.

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Falando em mapas, temos aqui um ponto fraco devido à ausência de marcadores, o que me impediu de marcar locais aos quais pretendia retornar no futuro. Como sei que a memória não basta para essas coisas, recorri às capturas de tela.

Outro ponto que pode comprometer a experiência de alguns é a falta de localização em português brasileiro. Portanto, é preciso se virar com o inglês, espanhol ou outro dos idiomas disponíveis.

Além dessas pequenas falhas, pode ser que o desafio acima da média e a linearidade não agradem a alguns, mas essas são questões mais relacionadas ao gosto de quem joga. Como um todo, Bō: Path of the Teal Lotus é uma obra belíssima de ver e fluida de jogar. Mesmo que se atenha a fórmulas amadurecidas em outros jogos, a execução alterna entre o bem feito e o excelente, alçando esta aventura a um nível elevado entre os metroidvanias.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Humble Games.

Veredito

Bō: Path of the Teal Lotus é deslumbrante, atmosférico, divertido e desafiador. É um ótimo metroidvania que, mesmo sem ser muito original, usa as inspirações certas para pintar como poucos uma fábula japonesa de beleza contemplativa e agilidade gratificante.

85

Bō: Path of the Teal Lotus

Fabricante: Squid Shock Studios

Plataforma: PS5

Gênero: Metroidvania / Ação

Distribuidora: Humble Games

Lançamento: 18/07/2024

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Bō: Path of the Teal Lotus is stunning, atmospheric, fun and challenging. Although not much original, it’s a great metroidvania which uses the right inspirations to paint a Japanese fable of such contemplative beauty and rewarding agility like few others before it could achieve.

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Bō: Path of the Teal Lotus is stunning, atmospheric, fun and challenging. Although not much original, it’s a great metroidvania which uses the right inspirations to paint a Japanese fable of such contemplative beauty and rewarding agility like few others before it could achieve.

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