Black Mirror

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Embora possua o mesmo nome da série de sucesso da Netflix, Black Mirror foi lançado muito antes da primeira temporada da mesma, lá em 2003. O jogo de computador, que misturava aventura, terror e exploração em um estilo point-and-click, acabou ganhando mais duas sequências e agora, em 2017, a desenvolvedora Future Games apresenta uma nova versão do primeiro joga da franquia.

A história do jogo se passa na Escócia em 1926. David Gordon resolve retornar à mansão de sua família após o suicídio misterioso de seu pai, o qual ele nunca conheceu. Nessa mansão, ele irá tentar encontrar o motivo que pode ter levado seu pai a esse fim tão trágico.

Acontecerá aqui uma jornada dividida em cinco capítulos de muita exploração, enigmas a serem desvendados, sustos e diálogos com os outros moradores que trabalham na mansão. Ao longo dessa aventura, David irá aprender que algo muito misterioso assombra sua família há anos, visto que, dentro da mansão, ele começará a ter algumas alucinações e visões perturbadoras.

Graficamente, o jogo é extremamente superior ao original, obviamente. Vale ressaltar que não se trata apenas de um mero remake, mas sim um reboot da franquia. Em alguns momentos dentro da mansão, os efeitos de luz são excelentes e o acabamento dos cenários também chama a atenção. A mansão dos Gordon em si não é tão grande, mas possui locais bem distintos e muito bem detalhados.

Entretanto, nem tudo ficou perfeito no quesito gráfico. Em alguns momentos do jogo, ocorre uma queda brusca dos quadros, fazendo com que o personagem fique estático por um segundo ou dois. Além disso, as paredes da casa apresentam certa falhas muito visíveis, dando a impressão que elas foram coladas lado a lado para então formarem uma residência. Além disso, ao ir de um local para o outro, ocorre o carregamento do jogo de uma maneira bem devagar e muito longa.

Erros também acontecem com os diálogos. David irá conversar bastante com os moradores da mansão ao longo da aventura. Nesses momentos, a câmera foca o rosto dos personagens, fazendo com que a falta de sincronia entre a fala e o movimento dos lábios apareça de uma maneira bem saliente.

É uma pena, pois os diálogos são bem feitos e trazem uma imersão ainda maior ao jogo. A história por trás dos encontros dos personagens e o que eles têm a acrescentar sobre a família Gordon fazem com que realmente valha a pena prestar a atenção no que eles têm a dizer. Entretanto, alguns jogadores brasileiros podem vir aencontrar aqui um grande problema, pois o jogo não possui legenda e nem mesmo dublagem em português.

Embora esses erros possam causar uma impressão bem negativa, é a jogabilidade de Black Mirror que o salva. Como mencionado anteriormente, o jogo traz um sistema de exploração no melhor estilo dos clássicos Resident Evil e Alone in the Dark; a comparação é inegável.

Até mesmo a movimentação do jogo se assemelha à dos primeiros jogos das franquias, no qual o jogador move o analógico para cima para o jogador andar para frente e para a direita e/ou esquerda para o personagem virar para os lados. A visão do personagem em terceira pessoa se dá de maneira parecida também, com a câmera previamente localizada em determinados locais nos cenários.

Como o jogo original foi lançado para computador, a versão reboot de Black Mirror faz com que o analógico esquerdo funcione como uma espécie de mouse. Com ele, você pode mover um pouco a câmera para uma visão mais ampla de um ambiente, por exemplo, e tentar encontrar objetos e documentos que talvez não sejam tão visíveis.

Em Black Mirror, você terá que encontrar objetos ao longo do caminho e resolver quebra-cabeças que irão realmente “quebrar a sua cabeça”. Existem coisas bem simples para se fazer como encontrar documentos que o auxiliarão a desvendar a história, mas alguns enigmas são complexos demais e farão o jogador parar um pouco de jogar, esfriar a cabeça e voltar a tentar desvendá-lo mais tarde.

A dificuldade se dá ao focar no óbvio. Aparentemente, olhar apenas para o quebra-cabeça a sua frente, ler sobre ele em algum documento e entender o problema parece simples. Entretanto, o jogador deve prestar a atenção a sua volta, até mesmo quando estiver prestes a resolvê-lo, pois a resposta para o mesmo pode aparecer da maneira mais simples, apenas movimentando o analógico.

O jogo também traz um sistema de menu com um inventário para ajudar o jogador na sua aventura, mas que acaba o atrapalhando em alguns momentos. É um pouco difícil se acostumar a usá-lo, visto que apenas o analógico da direita funciona aqui. Caso o jogador pressione alguma seta do digipad, ele irá retornar automaticamente ao jogo. O sistema de menu apresenta outras falhas. Ao movimentar-se muito rápido pelo mesmo, às vezes o jogador acaba saindo dele e retornando ao jogo.

Veredito

Black Mirror é um jogo que teria potencial para ser excelente, com uma história muito boa, jogabilidade legal e quebra-cabeças que exigem muito do jogador, mas as suas falhas gráficas e na jogabilidade em alguns momentos atrapalham bastante seu desenvolvimento. Se você sente falta de jogos com o primeiro Resident Evil ou Alone in the Dark, você deve sim dar uma chance a esse jogo, pois não irá se arrepender.
 

Jogo analisado com código fornecido pela desenvolvedora.


 

Veredito

79

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[lightweight-accordion title="Veredict"]

Black Mirror could’ve been an excellent game with a good story, cool gameplay and puzzles that demand a lot from the player, but the graphics and gameplay fail in some moments. If you miss games like the first Resident Evil or Alone in the Dark, you should give it a chance because you won’t regret it.

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Black Mirror could’ve been an excellent game with a good story, cool gameplay and puzzles that demand a lot from the player, but the graphics and gameplay fail in some moments. If you miss games like the first Resident Evil or Alone in the Dark, you should give it a chance because you won’t regret it.

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