Battlefield 4

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Você deve estar se perguntando o porquê da análise de Battlefield 4 estar sendo publicada mais de meio ano após o seu lançamento. Pois bem, é de conhecimento geral que o jogo passou por vários problemas relacionados a bugs desde o seu lançamento. Infelizmente o tempo de espera não nos foi grato e acabou não trazendo os resultados esperados, pois a cada bug corrigido pela DICE outros dez são encontrados.

Battlefield é uma série que nasceu unicamente como uma experiência multiplayer – o modo campanha foi introduzido apenas em Battlefield Bad Company. De lá pra cá, todos os jogos da série vieram acompanhados pelo modo single player. Mesmo que nenhum Battlefield lançado até então tenha tido um modo campanha bom o suficiente pra pelo menos nos fazer lembrar o nome dos protagonistas, a DICE insistiu em sua teimosia e mais uma vez nos brindou com personagens apáticos afogados em uma história rasa.

Como de praxe, o jogo toma como ponto de partida um desentendimento – geralmente ocasionado pela disputa de petróleo – entre os Estados Unidos e algum país qualquer que tenha a cor vermelha predominante em sua bandeira. Nesse caso, o inimigo é a China – “deixem os russos para James Bond”, eles pensaram.

Não bastassem os clichês na história, o jogo tem momentos melosos dignos de nota. Como todos nós sabemos, os soldados americanos são todos muito bonzinhos. Nunca cometeram nenhuma atrocidade contra prisioneiros de guerra nem mesmo causaram qualquer mal físico ou moral contra civis. Pelo menos é assim que os americanos enxergam a si mesmos. Sabendo disso, há momentos em que os protagonistas se deparam com alguma cena chocante, como uma família morta, por exemplo, e usam de sua sensibilidade pra demonstrar toda a sua consternação com a cena que estão contemplando. Os diálogos que se seguem são de tamanha canastrice que parecem ter sido tirados de alguma telenovela – falso sentimentalismo e comoção forçada.

Mas apesar da história sonolenta e dos personagens patéticos, o modo campanha não é tão ruim quanto parece. Ele tem boas cenas de ação, que com a ajuda dos belos gráficos e ótimo design de som, garantem certa diversão. A destruição de cenários é um dos pontos positivos do game, e ela é consideravelmente maior do que em Battlefield 3.

Falando em destruição de cenários, esse foi o ponto central de toda campanha de marketing da EA com Battlefield 4. O sistema Levolution (level + evolution) garante uma jogatina mais dinâmica, aumentando ainda mais o nível de diversão. Explodir uma barragem para inundar o mapa; pôr um arranha-céu abaixo, mudando inclusive a posição da base a ser conquistada; destruir um viaduto, impossibilitando a passagem de veículos terrestres; a chegada de uma tempestade tropical; esses são alguns dos momentos impagáveis presentes no jogo, e é nessa hora que você percebe onde Battlefield 4 brilha: o modo multiplayer.

Seguindo o padrão da série, o multiplayer te dá a opção de escolher uma das quatro classes à disposição: assault, engineer, support e recon. A quantidade de armas à escolha é de deixar qualquer facção criminosa com o rabo entre as pernas: rifles de assalto, snipers, shotguns, revólveres, pistolas, lança-mísseis, granadas. Não somente o tamanho do arsenal é vasto, como também são grandes as possibilidades de personalização de cada classe e arma.

A frota de veículos também é enorme: tanques, jatos, helicópteros, jipes, jet skis, lanchas, veículos anfíbios, quadriciclos. Os veículos podem ser de deslocamento ou de ataque, sendo que apenas os de ataque são customizáveis, podendo ter várias partes modificadas, como diferentes calibres das metralhadoras fixas, fumaça de dispersão, diferentes tipos de lança-mísseis, enfim, é praticamente uma mistura de LEGO com Comandos em Ação.

Entre os modos de jogo estão os clássicos Conquest, em que vence a equipe que mantiver por mais tempo as bases dominadas, somando as mortes de cada time, e o modo Rush, onde um time deve impedir o outro de instalar bombas em suas bases e avançar no campo de batalha. Há também modos focados em mapas pequenos, como o Team Deathmatch, cujo único objetivo é matar o inimigo, e o Domination, semelhante ao Conquest só que em mapas menores. A novidade fica por conta do novo modo Obliteration, em que os dois times lutam pelo mesmo objetivo: capturar uma bomba e detoná-la na base inimiga.

Mas como toda grande estrela, Battlefield 4 também é ofuscado por erros – que não são poucos. Dentre incontáveis bugs que atrapalham a jogatina online, um deles parece ser impossível de ser corrigido: o lag ocasionado pelo péssimo netcode. Não são poucas as vezes em que você morre sem nem ao menos ouvir os tiros – ou apenas os ouve depois de morto. Descarregar o pente de sua arma em um inimigo pra ainda assim morrer tendo levado apenas um tiro também é muito comum.

Outro ponto que colabora pra diminuição da qualidade do jogo como um todo é a dublagem em português. Se você, assim como eu, tem total ojeriza ao passar pela cozinha e ver sua mãe ao deleite de uma bela e romântica novela mexicana, prepare-se: a dublagem de Battlefield 4 deixa qualquer Maria do Bairro com vergonha alheia, tamanha é a picaretagem dos atores escalados.
 

Veredito

Somando as qualidades e subtraindo os defeitos, Battlefield 4 é um bom jogo. Mas apenas isso e nada mais. Nem mesmo o Levolution e o novo motor gráfico Frostbite 3 são capazes de tornar esse um jogo tão marcante quanto foram Battlefield 2 ou Battlefield 3. Aliás, Battlefield 4 é apenas o nome, porque o jogo tem mesmo é cara de Battlefield 3.5, pois suas novidades não são boas o suficiente pra justificar uma continuação – sem falar nos incontáveis e aparentemente incorrigíveis bugs.

Jogo analisado com cópia digital adquirida pelo redator.

Veredito

80

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