Batman: Arkham Origins Blackgate

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Batman: Arkham Origins Blackgate é um título intrigante. É digno de ser da série “Arkham”? Sim e não. É um “Metroidvania”? Sim e não. É longo? Sim e não. Ou seja, posso continuar com mais perguntas desse tipo e seguir com as mesmas respostas.

Blackgate segue uma história bastante simples: três vilões característicos do homem-morcego estão à solta na prisão “Blackgate”. Joker, Penguin e Black Mask mais precisamente. Assim que Batman chega na prisão, você é livre para decidir qual deve prender primeiro – inclusive, se deseja platinar, é preciso acabar o jogo três vezes.

Livre, sim, e ao estilo “Metroidvania”. Ou seja, é um título com uma jogabilidade 2D e com muitos elementos plataforma. Você possui um mapa e pode explorá-lo em busca dos objetivos e de itens. No entanto, a “história” não há muita exploração. A maioria dos objetivos são muito claros e só em determinados momentos farão sua cabeça pensar para resolver os puzzles.

Os puzzles são solucionados com as habilidades de Batman. Segurando a tela de toque (ou dando apenas um toque), você entra no modo detetive. Nele, coisas importantes do cenário ficarão destacadas. Algumas, para aparecer, precisam ser escaneadas primeiro, para aí então você prosseguir no jogo. Da mesma forma que isso ajuda, também atrapalha. Por exemplo: você está em uma sala fechada e não sabe o que fazer. Escaneie e uma parede vulnerável é indicada. Ótimo, agora já sabe como continuar. Porém, você chega em outra sala e lá está o mesmo tipo de parede. Você precisa escanear de novo para poder destruí-la. Se você não é do tipo que gosta de ficar investigando tudo possível, é bem provável que não gostará de Blackgate.

O modo detetive pode ser usado para encontrar uma espécie de colecionável: as “pistas”. Ao encontrar um certo número delas, um caso é resolvido. Por exemplo, encontre uma camisa em uma sala, sangue em outra e mais alguma coisa em uma terceira. O jogo explicará o que Batman deduziu. Além das “pistas”, há também outros tipos de colecionáveis (indicados por um “?” nos mapas): desde upgrades para sua armadura até pedaços de armaduras novas.

Como está bem claro, o jogo é bastante focado na exploração. Porém, até você derrotar os três vilões é tudo bastante “direto”, pois além de indicarem para onde deve ir, não há muitas opções. Ouso dizer que a parte de exploração surge quando você resolve fazer 100% dos itens antes de finalizar a história.

Blackgate possui um sistema de combate similar ao da série “Arkham”. Ou seja, quadrado ataca, círculo usa a capa para deixar os inimigos tontos, X pula/desvia e triângulo é o contra-ataque. Porém, como estamos falando de um jogo 2D, não espere algo como é visto no PS3. Dá conta do recado, mas não é tão viciante e divertido quanto.

Da mesma forma, ainda existem seções de “predador” (derrote os inimigos sem ser detectado). São poucas e muitas vezes você não é punido por não ser silencioso, mas elas estão lá para os exigentes.

As batalhas contra os chefes merecem destaque. Todas elas são criativas e divertidas. E não necessita habilidade, e sim descobrir o que deve ser feito.

Por fim, vale ressaltar que Batman vai ficando cada vez mais poderoso em Blackgate por causa de seus acessórios. No início, você terá o Batarang, mas com o tempo adquire os outros, como o gel explosivo e batclaw. E, obviamente, eles sofrerão upgrades. Tais itens, seus upgrades e também as chaves de acesso que você adquire ao longo do jogo (e que são usadas em portas trancadas e em uma espécie de mini-game para encontrar três números corretos) são usados para explorar toda a prisão. Muitas vezes encontrará uma porta fechada e terá que voltar mais tarde para poder entrar porque não possui o item necessário. Mas mantenho o que havia dito: normalmente se você alcança uma porta fechada assim, ela esconde algo que não é exatamente necessário para avançar na história (como os upgrades de sua armadura).

O título, porém, não é muito longo. Em no máximo 8 horas você deve ter explorado toda a prisão e finalizado pela primeira vez. Considerando que é preciso três jogadas para platinar, podemos dizer que o pacote inclui cerca de 15 a 20 horas de gameplay.

Outro problema sério – e que é o motivo da análise ter demorado tanto – é que o jogo possuía inúmeros problemas em seu lançamento, como glitches, travamentos, impossibilidade de continuar em determinados pontos (com a chance até de ter que começar tudo de novo), etc. Na data da publicação desta análise, já está disponível um patch que corrige tudo – o jogo está livre de bugs. Claro, é possível ainda de algo ser encontrado (comigo mesmo uma hora Batman subiu em uma grade que estava claramente fechada, mas nada demais, ela era acessível pelo outro lado), mas principalmente no quesito de progressão tudo está arrumado. Se você acha que travou, não culpe o jogo, é você que não sabe o que fazer para avançar.

Veredito

Batman: Arkham Origins Blackgate é um jogo interessante. Os elementos “Metroidvania” acabam se destacando mais perto de seu fim e é um jogo fácil de maneira geral. As batalhas contra os chefes são criativas, a maneira de explorar a prisão também com os upgrades de Batman, mas as batalhas contra os capangas são bem simples, assim como sua progressão na história não apresentar muitos desafios. O modo detetive é muito bacana de ser usado, mas pode se tornar monótono para muitos. Blackgate é uma ótima adição à biblioteca de Vita, mas com algumas ressalvas.

Jogo analisado com cópia digital adquirida na PlayStation Store americana.

Veredito

85

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