Bat Boy – Review

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Bat Boy é uma montagem retrô de vários elementos que compõem uma identidade sólida, ingênua e divertida. De forma mais direta, logo vemos que é um platformer 2D com gráficos inspirados na estética 8-bits que busca extrair o máximo de uma paleta de cores limitada, mas eficiente. As animações são boas e alguns cenários de fundo são bem construídos em sua ambientação. A introdução traz algumas ilustrações em pixel art, mas senti falta de uma abertura em estilo de anime, como é sugerido no trailer.

A época à qual os visuais fazem referência combina com a temática shounen do jogo, isto é, de mangás e animes voltados para o público juvenil masculino. Está tudo ali: o protagonista estudante colegial que luta contra vilões e quer ser tão forte quanto seu pai, a melhor amiga de infância, a fixação por esportes, o valor da amizade, a força vinda da determinação em proteger aqueles que ama, a mascote que acompanha o herói, as músicas cheias de energia e por aí vai.

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Na verdade, Bat Boy não pára por aí e segue a linha super sentai com todo um esquadrão de heróis vestidos em roupas coloridas e extravagantes. Eles são estudantes amigos de Bat Boy e, juntos, os oito colegiais combatem o mal todas as noites. Inesperadamente, os companheiros são capturados pelo misterioso Lord Vicious, um vilão com direito a armadura, capa, máscara, chifres e risada maléfica. 

Vicious leva todos eles para disputarem no Torneio das Trevas (outro lugar-comum dos shounens) em uma dimensão chamada Stratoss e Bat Boy não hesita em entrar no portal rumo ao desconhecido para salvar seus amigos.

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Claro que a maneira de salvá-los será vencê-los em combate, não é mesmo? Cada amigo que sofreu lavagem cerebral é colocado a cargo de uma região de Stratoss, ou, em outras palavras, servem de chefões em suas próprias fases. Eles são especialistas em diferentes esportes e, uma vez derrotados, ensinam uma nova técnica a Bat Boy para ajudá-lo na missão de resgate.

Assim, o próprio Bat Boy é um jogador de beisebol e usa seu taco para diferentes ataques e para rebater projéteis inimigos. Shinai Guy, o herói do kendo, ensina-lhe uma investida; Aquaria, a nadadora, mostra como formar uma bolha de ar; e Starlet Twirl dá uma fita de ginástica rítmica para Bat Boy enlaçar inimigos e beiradas para se balançar como em uma corda.

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São 12 fases principais organizadas em um mapa que, assim como Shovel Knight, segue o estilo de Super Mario Bros. 3. Aliás, a aventura do Cavaleiro da Pá é, provavelmente, a referência mais adequada para comparar a proposta geral de Bat Boy. Se você gosta de um dos dois, com quase certeza curtirá o outro também. 

Cada estágio de Bat Boy tem três sementes e uma fita cassete para encontrar, além de alguns gatos e cachorros escondido. As sementes servem para comprar melhorias de pontos de vida e de energia, que também requerem gastar as jóias coletadas às centenas pelas fases. Já os bichos só estão ali para ter mais segredos para procurar e um troféu para completar.

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Bat Boy tem mais 3 estágios opcionais, que contém chefões e dão de recompensa receitas de bebidas de apoio que facilitam bastante a vida do jogador; ainda bem que elas são caras e o herói só pode carregar uma de cada, o que as impede de se tornar um meio trivial para a vitória. Para manter o clima de desafio, optei por recorrer a esses itens apenas em caso de necessidade.

Não que o jogo seja muito difícil, mas alguns trechos exigentes levarão a mais tentativas. Os chefes, por exemplo, sempre requerem aprender os padrões de ataque e houve alguns em que morri várias vezes, mas geralmente alcançar a vitória deu a satisfação de ter vencido pelo meu aprendizado e concentração.

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Digo “geralmente” porque nem todos os chefes têm um proveito muito bom, especialmente após você aprender certas habilidades de Bat Boy que, ao meu ver, desequilibram a gameplay e geram uma tendência a recorrer a elas ao invés de usar o restante do arsenal técnico adquirido pelo herói.

Ou seja: somando as melhorias de vida e energia, as bebidas e algumas habilidades, o jogo fornece recursos para quem não pretende se cansar contra os chefes; enquanto os que almejam o desafio podem facilmente ignorá-los.

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Devo mencionar que achei a mecânica de rebater projéteis bem-feita em si mesma, proporcionando alguns momentos interessantes e divertidos, mas é exatamente isso que me faz sentir que o design de fases deveria ter sido planejado para aproveitá-la de forma mais ativa e variada, uma vez que o taco de beisebol está no próprio nome do herói e do jogo e o ato de rebater é central à formação da identidade de gameplay pela qual Bat Boy se distingue dos demais platformers retrôs.

Para fechar, vamos voltar ao tema de “desenho animado”. A história é simples e clichê, mas tem a vibração esperada de uma aventura de herói, com diálogos determinados e cheios de humor, especialmente considerando o pássaro Garou, que está sempre ao lado de Bat Boy como elemento narrativo com seus diálogos e comentários.

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Cada herói resgatado vai para o bar do início, a Casa Descolada, onde entregam algumas linhas de conversa com o protagonista, mas, infelizmente, não passam disso. Não custaria muito variar as falas deles à medida que o jogador progride na campanha, o que daria motivo para voltar a conversar com os amigos e dar mais contexto à história.

Por outro lado, todos os textos estão no nosso português brasileiro, ainda que tenha várias falhas de diagramação em que as palavras extrapolam as caixas de texto ou se sobrepõem umas às outras, como os custos dos produtos das lojas e uma música da jukebox da Casa Descolada. A propósito, é para isso que servem as fitas cassetes colecionáveis: aumentar a playlist de chiptune competentes e variados que você pode ouvir quando visita o bar.

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Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela X PLUS Company.

Veredito

Divertido e despretensioso como um bom desenho animado de aventura, Bat Boy não pretende reinventar o gênero de plataforma, mas busca suas inspirações no lugar certo e adiciona sua própria contribuição ao reunir combate a elementos esportivos. É um jogo retrô carismático e competente em tudo o que faz, embora houvesse espaço para explorar mais intencionalmente as mecânicas de rebatida e as técnicas dos outros esportes.

85

Bat Boy

Fabricante: Sonzai Games / X PLUS Company

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Ação / Aventura

Distribuidora: X PLUS Company

Lançamento: 25/05/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Fun and unpretentious like a good adventure cartoon, Bat Boy doesn’t intend to reinvent the platform genre, but it takes its inspirations from the right places and adds its own contribution by bringing together sports elements to the combat. It’s a charismatic retro game and competent in everything it does, although there was room to explore more intentionally the batting mechanics and techniques of the other sports already presented in the game.

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Fun and unpretentious like a good adventure cartoon, Bat Boy doesn’t intend to reinvent the platform genre, but it takes its inspirations from the right places and adds its own contribution by bringing together sports elements to the combat. It’s a charismatic retro game and competent in everything it does, although there was room to explore more intentionally the batting mechanics and techniques of the other sports already presented in the game.

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