Back 4 Blood – Review

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Um jogo que parte de uma ideia básica e que se tornou um jogo extremamente popular (principalmente no PC) é Left 4 Dead. Ou seja, sobreviva a ataques zumbis com seus amigos. Agora, considerando que a equipe responsável por esse título de sucesso encontra-se na Turtle Rock Studios, era questão de tempo até que viesse um sucessor espiritual. E esse dia finalmente chegou com Back 4 Blood.

Back 4 Blood possui uma proposta tão simples quanto a de Left 4 Dead mas que, infelizmente, será lembrado apenas como mais um jogo de zumbis e não algo inovador ou viciante. Logo veremos que, apesar de ser um pacote polido no aspecto técnico, há muitos elementos que desagradam e outros diversos problemas (que talvez sejam corrigidos com atualizações).

Back 4 Blood

Primeiramente, é preciso entender a estrutura de Back 4 Blood. A ideia central é que se trata de um jogo de fases. Temos os chamados Atos e, em cada um deles, diversas fases que podem ser curtas do tipo 5 a 10 minutos ou até mesmo longas de mais de 30 minutos de duração. Você logo notará nessas fases, porém, que elas possuem layouts repetidos e inimigos mais ainda.

O objetivo é quase sempre o mesmo: chegar vivo do ponto A ao ponto B. Algumas raras vezes é preciso fazer algo diferente, como matar um chefe ou engatar suprimentos (que estão em uma caixa) para o helicóptero levar, por exemplo. No fim de cada fase há o chamado Refúgio, que é um local seguro em que você pode realizar upgrades de seus itens, repôr itens, comprar novas armas e, algumas vezes, recuperar a sua vida com um kit médico. Aqui, essas compras de novas armas ou itens são feitas usando o chamado cobre – uma moeda coletada nas fases.

Você começa cada sessão ou Ato com uma arma básica simples e mais o que o personagem (de 8 disponíveis) escolhido oferece. Ou seja, esses upgrades não são permanentes (são melhorias para aquela sessão de jogo). Cada um dos personagens têm habilidades exclusivas como ganhar mais fôlego ao matar zumbis com golpes físicos (Holly) ou carregar mais munição (Hoffman). Portanto, uma sinergia entre o grupo de jogadores é importante nesse sentido.

Back 4 Blood

O maior problema da campanha, além de oferecer fases com layouts parecidos, são os inimigos. Boa parte do tempo são os mesmos inimigos do início ao fim: os zumbis comuns, o “Garotão” braçudo, um Gordo que explode ou vomita e uma Cuspidora que pode prendê-lo (necessitando que um amigo salve você) ou levá-lo “embora”. Note esses “ou” citados: os inimigos são visualmente parecidos, mas a função de seus ataques muda. Portanto, visualmente, você parece estar enfrentando o tempo todo a mesma coisa, pois seus pontos fracos são os mesmos (o braço gigante, o peito vermelho, etc). Mas, no fundo, existe uma variedade considerando o padrão de ataque. Dito isso, talvez se o layout dos inimigos mudasse conforme, o jogo passaria um ar também de variado.

Outro problema é a história. Back 4 Blood possui um enredo por trás, mas a maior parte é contada por diálogos que acontecem no meio do gameplay com NPCs. As cutscenes são pouquíssimas. E aqui está outro problema: o que você vai estar fazendo em um jogo cooperativo com outros três amigos? Conversando com eles sobre como avançar ou prestar atenção no que um NPC aleatório está falando? Vou ser sincero: tirando o básico, as poucas cutscenes que vi e alguns spoilers óbvios, a experiência que tive com o enredo de Back 4 Blood é praticamente nula. É claro que o próprio jogo coloca a história em segundo plano, mas se você se importa com ela e pensa em jogar para aproveitá-la… esqueça.

A campanha é relativamente longa, levando cerca de 6 a 10 horas para ser concluída, dependendo do seu estilo de jogo e de seus amigos. Back 4 Blood pode ser jogado sozinho, mas é basicamente um “Cheat Mode”, por conta do sistema de cartas.

Back 4 Blood

O sistema de cartas é quase que o coração de Back 4 Blood e a principal diferença dos outros jogos do gênero. No início, você tem acesso a apenas algumas delas, mas conforme avança ganha pontos que pode gastar em uma loja do hub (que é “menu principal”, digamos assim) para ter mais em seu deck.

Você pode levar até 15 cartas diferentes em seu deck. No início de cada sessão, você pode colocar algumas cartas aleatórias de seu deck, sendo que a cada nova fase, uma nova carta de seu deck pode ser ativada. As cartas possuem efeitos diversos, como oferecer um pouco mais de vida, vigor, munição ou ataque, por exemplo, ou oferecer muito mais de cada uma dessas categorias em troca de outra (muito mais vigor, mas menos vida, por exemplo). Há também cartas que causam efeitos para toda a equipe, como recuperar a vida dos jogadores quando um colega cai e precisa ser ressuscitado.

As cartas são diversas e muito variadas, sendo que é necessário estudá-las a fundo para criar um deck que atenda o seu estilo de jogo e de sua equipe. Como dito, novas cartas vão sendo liberadas conforme você ganha pontos jogando a campanha. É aí que está uma das frustrações de Back 4 Blood: você só vai sentir que está ganhando cartas levemente melhores praticamente no final da campanha. Além disso, ganhar mais pontos para obter mais cartas é algo que pode fazer muitas pessoas ficarem “farmando” até terem o que desejam, principalmente para encarar as dificuldades mais altas.

Back 4 Blood

Back 4 Blood é um jogo difícil. Com quatro jogadores, mesmo no Recruta (a dificuldade básica) é um desafio e tanto completar a campanha. Porém, notamos que com dois jogadores (e dois bots), o game parece mais fácil. Claro que você acaba não se preocupando com os bots (eles não vão xingar no seu headset que você está os ignorando ou deixando morrer), mas deu a impressão que há algum tipo de escalonamento.

Mas de qualquer forma, é inegável que existam picos de dificuldade bem desbalanceados. Do nada algumas fases ficam extremamente difíceis, principalmente com horda após horda vindo em sua direção. Talvez o principal disso seja justamente isso: praticamente qualquer coisa que você faça chama hordas: assustar pássaros, ficar com entrenhas do zumbi gordo, mexer em porta que possui alarme e assim por diante. Tem vezes que você não aguenta mais e… lá vem mais horda.

De uma forma geral, a localização para o nosso idioma está boa. Mas há vários erros grotescos. Um dos troféus, por exemplo, se chama “orgulho dos hipócritas“, que é basicamente curar um aliado. Em inglês, o troféu tem o nome de “Hippocrates Would be Proud”. Ou seja, não é hipócrita de hipocrisia, mas sim o grego Hipócrates, uma das figuras mais importantes da medicina. Da mesma forma, “aiming down sights“, que é basicamente mirar com a arma no centro da tela, foi traduzido como “mirar para baixo”. Esses são apenas alguns exemplos, pois há muito mais que você sente que o texto não parece condizer com o que está acontecendo. A dublagem, porém, não há do que reclamar.

Back 4 Blood

Por fim, temos um modo multiplayer chamado Enxame. Nele, você joga partidas 4×4 em que em uma rodada os jogadores são 4 sentinelas (os personagens humanos comuns que controlamos na campanha) e os outros 4 jogam com os diferentes tipos de zumbis (exceto os comuns). Os zumbis podem receber upgrades, aprimorando os ataques ou até mesmo o enxame dos comuns (controlados pela CPU). O objetivo é matar os sentinelas. Quando são mortos, os papéis são invertidos. Ganha a equipe que sobreviver mais tempo com os sentinelas.

Sinceramente, o modo enxame é desnecessário e provavelmente ficará sem jogadores ativos em breve. É interessante poder controlar os inimigos, mas o modo em si é muito ruim. Talvez se fosse um modo de invasão na campanha de outro jogador, controlando lá os zumbis, seria algo mais interessante do que temos aqui.

No fim, Back 4 Blood é um jogo totalmente recomendado apenas para quem busca um FPS cooperativo e que pode ignorar todas as ressalvas ditas aqui. A parte técnica não há do que reclamar: não sofri bugs e nem travamentos. Mas… o jogo não empolga muito. A repetição pesa e os desafios de horda após horda se tornam entediantes.

A nota final que você verá abaixo é algo pessoal, pois pensando tudo o que o jogo oferece, mesmo com os problemas citados, acredito que mereça um 70%. O maior problema para mim foi a repetição na campanha e o sistema de cartas que demora muito para ficar interessante. Mas como Back 4 Blood é um jogo cooperativo, preciso ressaltar que meus outros três amigos não gostaram do jogo e inclusive queriam que eu diminuísse essa nota para algo como 40% ou no máximo 60%. Portanto, está registrada a opinião deles também.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela WB Games.

Veredito

Back 4 Blood possui muitos momentos frustrantes com suas inúmeras hordas e picos de dificuldade desbalanceados. Além disso, é bastante repetitivo e tem uma história fraca, sendo que seu sistema de cartas só começa a ficar mais interessante após praticamente terminar a campanha pelo menos uma vez. No fim, Back 4 Blood é indicado somente àqueles que buscam uma experiência cooperativa e que relevariam os pontos mencionados anteriormente.

70

Back 4 Blood

Fabricante: Turtle Rock Studios

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Tiro em Primeira Pessoa (FPS)

Distribuidora: WB Games

Lançamento: 12/10/2021

Dublado: Sim

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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[lightweight-accordion title="Veredict"]

Back 4 Blood has many frustrating moments with its numerous hordes and unbalanced difficulty spikes. Besides, it’s quite repetitive and has a weak story. Its card system only starts to get more interesting after practically finishing the campaign at least once. In the end, Back 4 Blood is only suitable for those looking for a cooperative experience and who would overlook the points mentioned.

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Back 4 Blood has many frustrating moments with its numerous hordes and unbalanced difficulty spikes. Besides, it’s quite repetitive and has a weak story. Its card system only starts to get more interesting after practically finishing the campaign at least once. In the end, Back 4 Blood is only suitable for those looking for a cooperative experience and who would overlook the points mentioned.

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