Assassin's Creed II

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Assassin’s Creed, lançado pela Ubisoft Montreal em 2007 alcançou relativo sucesso. Era um jogo com bons atributos, mas de certa forma se tornava bastante cansativo pela forma repetitiva com a qual as ações eram tratadas. E pensando na correção destes problemas, e intencionando a inserir novos aspectos no jogo capazes de fazer com que a franquia alcance um sucesso ainda maior, a desenvolvedora lança agora Assassin’s Creed 2.

A seqüência continua contando a história de Desmond Miles, que é descendente direto de Altair, um membro do Credo (ou Clã) dos Assassinos da Idade Média. Mas desta vez Desmond dá vida através do seu DNA à história de outro descendente de Altair, Ézio Auditore da Firenze. Ézio é um jovem de uma família de nobres de Florença, durante o período da renascença. Quando sua família é traída e assassinada, Ézio resolve se vingar de todos os envolvidos. Em sua jornada, conta com a colaboração de outros mercenários, ladrões, prostitutas, políticos e até Leonardo da Vinci, que o ajuda a aprimorar armamentos, desvendar segredos de documentos secretos e é personagem importante de um dos aspectos mais memoráveis do jogo.

 

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Trata-se de uma história muito boa, extremamente madura, envolta em tramas que além de muito interessantes no próprio contexto do jogo, ainda são completadas pela mini-serie Assassin’s Creed Lineage, filmada com atores reais, mas com gráficos computadorizados. O primeiro episódio está disponível no Blu-Ray do jogo, e os seguintes podem ser facilmente encontrados no YouTube. Quase sempre as missões são muito bem interligadas, de modo que parecem realmente ter relação com a história. Mas não dá para ficar livre de momentos fora do contexto como, por exemplo, uma situação em que temos que resgatar uma moça em uma ilhota que serve unicamente para introduzir a mecânica de condução de gôndolas.

O dinheiro tem parte importante na história, pois é através da arrecadação deste (seja descobrindo tesouros secretos, seja roubando cidadãos ou outros ladrões, seja recebendo pagamento pela conclusão das missões) que Ézio pode adquirir novos armamentos, aprimorar sua armadura, se curar ou utilizar como ferramenta de distração (jogue umas moedas na rua e veja mendigos e cidadãos formando uma multidão que pode distrair guardas e outros inimigos).

A jogabilidade em geral é bastante semelhante ao jogo anterior, seja no aspecto dos combates com espadas que segue praticamente inalterado (à exceção da mira automática nos inimigos para escolher qual queremos atacar, que parece melhor implementada nesta seqüência), seja nas escaladas a edificações para cortar caminhos em algumas rotas, fugir de inimigos ou encontrar os pontos de observação que vão liberando a visualização de áreas nos mapas. Estes são os dois pilares da jogabilidade. Entretanto o jogo é muito mais urbano desta vez, contando com poucas situações nas quais será necessário se percorrer grandes áreas a cavalo.

 

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E este aspecto mais urbano do jogo é um dos principais destaques de Assassin’s Creed 2. Os cenários foram criados de tal modo que você realmente se sente na Itália renascentista, seja em Florença, seja em Veneza, ou em alguma das cidades menores. As construções são muito bem modeladas e detalhadas. Os cidadãos dão vida à cidade de uma forma excelente e única, pois realmente parecem estar cuidando de seus afazeres e não simplesmente perambulando de um lado para o outro. As roupas são muito realistas, os efeitos com os materiais são muito bem elaborados, principalmente os tecidos. O modelo dos personagens principais é totalmente baseado nos atores que interpretam a mini-série Lineage, o que garante uma surpresa a mais ao acompanharmos a série. Entretanto, a própria característica de necessitar de escaladas e acrobacias para se movimentar faz com que alguns detalhes e obstáculos sejam repetitivos. Nada que prejudique a experiência geral. Existem, no entanto, algumas leves quedas de frame, principalmente em momentos com muitos personagens na tela.

 

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As dublagens são boas, também realizadas pelos mesmos atores que interpretam Lineage. São cheias de sotaques e de palavras em italiano, que soam muito bem e garantem realismo, sem prejudicar o entendimento dos jogadores. O jogo pode, inclusive, ser jogado totalmente em italiano. As músicas também estão bem encaixadas, e principalmente contextualizadas, mesmo não sendo particularmente memoráveis.

O principal fator replay do jogo está em sua quantidade enorme de colecionáveis. Existem dezenas de itens colecionáveis, e várias side-missions para se completar. Além disso, Ézio deve coletar dinheiro para fazer prosperar a cidade de seu tio Mário (que por sinal protagoniza um dos momentos mais engraçados do jogo), e transformá-la em um grande centro comercial. Mesmo que seu fator replay não seja tão interessante assim para os jogadores que não são ávidos por troféus de platina, ainda assim Assassin’s Creed 2 garante pelo menos umas 18 horas de jogo, e após o intrigante final, com certeza estes estarão interessados em jogar a história mais uma vez.

 

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O fato é que se os concorrentes de Assassin’s Creed 2 em 2009 não fossem tão bons, o jogo teria gabarito para alcançar vários troféus de Game of the Year. Sua história é excelente, e muito bem completada pela mini-serie Lineage, que garante um "quê" de superprodução ao jogo. Seus gráficos, mesmo com alguns pequenos defeitos, são soberbos, e a dublagem de altíssima qualidade garante um realismo todo especial ao jogo. Sem sombra de dúvidas, Assassin’s Creed 2 vale cada centavo gasto, e cada minuto utilizado para se concluir a aventura. Requeste en pace!

Veredito

94

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