O primeiro Army of Two surpreendeu positivamente os jogadores. O foco na ação cooperativa que serve como principal pilar da jogabilidade oferecido pela Electronic Arts no título de lançamento da franquia agradou em cheio. E a fórmula de sucesso foi amplamente repetida nesta continuação.
Rios e Salem, os mercenários do jogo anterior, estão de volta em uma história meio absurda, mas que agrada pela qualidade da ação que proporciona. Em uma missão na cidade de Xangai, na China, ambos são surpreendidos por um cenário de destruição avassalador. Toda a cidade está sendo atacada, causando destruição de prédios, lançando os cidadãos no meio de uma batalha campal, totalmente desguarnecidos e mudando totalmente o rumo da missão inicial dos mercenários.
Quando você perde toda a sua energia, fica a cargo do seu parceiro te socorrer. Você ainda pode se defender com uma pistola, mas fica lentamente rastejando no chão até que uma barra de energia se acabe. Seu parceiro deve te encontrar até antes deste momento, para te injetar adrenalina e você se recuperar. Se ambos perderem a energia ao mesmo tempo, é fim de jogo.
Tentando garantir envolvimento do jogador com a trama, o jogo implementa algumas possibilidades de escolhas morais que nem sempre funcionam como devem. As possibilidades de escolha sobre salvar reféns dos soldados inimigos são bastante interessantes, pois adicionam elementos de furtividade para render inimigos antes de realizar o salvamento, além de recompensas em dinheiro para compras de novas armas. Mas existem momentos na história onde devem ser realizadas escolhas de um entre dois caminhos (por exemplo, matar ou não um soldado que te ajudou) que além de parecerem extremamente forçosos no fluxo da história, ainda chateiam, pois por vezes não são concluídos como deveriam. Em várias situações você decide fazer a escolha que parece a mais politicamente correta, só para descobrir que nela pessoas morrem, coisas saem extremamente erradas e você sequer recebe recompensa (não podemos esquecer que Rios e Salem são verdadeiros mercenários). O último destes momentos então é o mais absurdo de todos. Pode reclamar aqui depois se não concordar.
Depois dos últimos lançamentos do PS3, os gráficos de Army of Two: The 40th Day não surpreendem, passando a impressão de que não são nada além de competentes. Embora alguns cenários sejam muito bem trabalhados, e alguns efeitos (como por exemplo, as explosões) sejam muito bem explorados, a raiva que a câmera proporciona em sempre parecer fora de posição desconta negativamente todas as qualidades. Embora seja possível ao jogador corrigir este problema manualmente, fica chato quando você tem que repetir a mesma ação o tempo inteiro por um descuido dos desenvolvedores. O áudio do jogo é bastante competente, principalmente dos efeitos, tiros e explosões, que garantem uma boa noção de profundidade e distância. A dublagem também é de qualidade, bem sincronizada e com algumas piadas contadas entre os personagens. Mas a ausência de legendas, mesmo que inglês, é um ponto absolutamente negativo, principalmente para nós brasileiros. Até os que entendem inglês muito bem sentirão dificuldades ao saber qual é o próximo passo a ser dado, uma vez que as instruções são dadas através de um rádio mal sintonizado, cheio de chiados.
Mas por ser um jogo focado muito nos aspectos multiplayer, e principalmente no co-operativo, é neste ponto que Army of Two: The 40th Day brilha. As possibilidades estratégicas (online ou off-line, com tela dividida) são muito maiores quando o seu parceiro é outro humano (embora a IA no modo single player seja bastante competente). O jogo parece muito mais fluido e natural no modo multiplayer, além de ser claramente mais divertido, aproveitando bem mais o seu potencial. Além do co-op, existem também modos competitivos, como Deathmatch, Team Deathmatch e Warzone (para cumprir alguns objetivos). Estes modos acrescentam bastante, mas fica claro que o principal chamariz é o modo co-operativo.
Army of Two: The 40th Day não deixa de ser um bom jogo. Claramente foi ofuscado diante dos grandes lançamentos deste primeiro trimestre (problema do qual alguns outros jogos da plataforma padecem), mas tem o seu lugar de destaque. Embora os problemas com a câmera, com as decisões morais e principalmente a ausência de legendas sejam suficientes para desabonar em grande parte o jogo, a qualidade do seu modo co-operativo bem como da própria jogabilidade proporcionada são suficientes para garantir pelo menos uma alugada num final de semana. E se você realmente for fã de jogos co-operativos e tiver amigos à disposição para uma aventura online ou offline, Army of Two: The 40th Day deve ser compra certa.