Você nasceu no meio ou no início da década de 80 e tinha um PC ou videogame por volta de 1996~97? Se a sua resposta foi sim, então você com certeza jogou (e gostou) de Destruction Derby. Um jogo icônico da nossa época, que marcou uma geração e consagrou o gênero de “Destruição e Corrida”. Foi um passo adiante em relação a títulos como Rock’n Roll Racing dos 16 bits e jogos como Road Rash, em que destruir os pilotos rivais era mais divertido e gratificante do que necessariamente vencer uma corrida.
Wreckfest pode se dizer que é o Destruction Derby trazido para a atual geração de consoles. Possui dezenas de veículos, pistas e os clássicos modos de destruição de carros. Wreckfest lembra e muito o consagrado jogo do passado, com modos de jogo como Mata-Mata (Deathmatch), Mata-Mata em Equipe, Corrida e Último Motor Girando.
O título possui ao todo 27 pistas atualmente, com arenas nos mais malucos formatos – até circuitos em diversos tamanhos e estilos, desde pequenas “arenas” de asfalto ou terra em formato de 8 até pistas mais longas com saltos, atalhos, barrancos e traçados em “X” em alta velocidade, propositalmente desenhados para a maior destruição possível.
As arenas variam de tamanho e tipo de pavimento, entre grama, asfalto, terra, etc, o que influencia diretamente na dirigibilidade do carro. As arenas geralmente são usadas para modos de jogo Deathmatch onde o foco é a destruição dos outros carros. Os circuitos de corrida variam entre tamanho do percurso e tipo de asfalto, variando entre pistas com saltos e loops, lembrando muito as corridas de Rallycross, sendo que a destruição dos adversários também conta.
Wreckfest traz em seu lançamento ao todo 23 carros, que variam entre modelos de tamanho, peso, velocidade, e outras características diferentes. Esses aspectos influenciam diretamente no tipo de prova que você disputa, sendo que naturalmente carros maiores, mais lentos e naturalmente mais pesados, são melhores para sessões de destruição, enquanto carros mais leves e rápidos são melhores para corridas.
O sistema de tunagem acompanha o sistema que conhecemos, com a compra de melhorias das partes do carro como motor, filtro de ar, admissão, etc. Uma peculiaridade aqui é que em um jogo onde a destruição é um fator, existe também uma “árvore” de blindagem, característica essa que o jogador melhora com aspectos de durabilidade do veículo, além também de uma seção de aspectos visuais, para moldar o carro conforme o próprio gosto.
Todas as mudanças nos carros consomem créditos, conquistados no modo Carreira, a qual possui um formato bem comum, começando em categorias “amadoras” até chegarmos ao grande “World Masters”. O modo carreira é dividido em 5 “partes” (Regional, National, Challengers, Pro e World Masters), cada uma com diversas sessões para o jogador completar determinados objetivos e ganhar pontos para desbloquear a sessão seguinte.
No modo carreira, o jogador vai acumulando créditos em dinheiro para comprar novos carros, melhorias e itens de customização, assim como também ganha pontos de experiência para subir de nível e ir ganhando prêmios e desbloqueando itens. Nada diferente do que já conhecemos de outros jogos.
Wreckfest possui um modo multiplayer para até 16 jogadores, onde a “carnificina” realmente acontece. Apesar da inteligência artificial ser relativamente agressiva, é no multiplayer que a diversão acontece de verdade e o caos nas partidas Deathmatch são impressionantes. É muito divertido correr com o carro caindo aos pedaços e tentando destruir os outros e ao mesmo tempo se manter vivo.
Os servidores são formados muito rapidamente, sendo que os jogadores vão entrando e saindo no intervalo que as sessões terminam e recomeçam. Mesmo as sessões sendo caóticas e os dados tendo que ser muito mais precisos, o Ping mais alto das nossas conexões em relação aos americanos não prejudica de uma maneira geral – é possível participar sem grandes problemas de qualquer modo de jogo.
Wreckfest é, de modo geral, um jogo extremamente bonito, com uma modelagem dos carros se despedaçando ao longo das provas que é muito legal. Partes destruídas vão ficando ao longo do caminho conforme a prova vai se desenvolvendo, assim como barreiras de pneus, cercas e itens do cenário. O jogo é muito bonito, mas ainda é necessário pequenos ajustes, principalmente nos detalhes dos pilotos dentro e fora do carro.
Outra coisa interessante e principalmente para quem gosta de rock é a trilha sonora, com músicas frenéticas ao estilo do jogo com uma pegada mais pesada, algo que não vemos normalmente. O som dos carros não chama atenção como motores de um Bugatti ou uma Ferrari, já que os carros são “ferros-velhos” e caindo aos pedaços por assim dizer, mas nada que prejudique a imersão do jogo.
Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela THQ Nordic.
Veredito
Wreckfest é um jogo que remete ao passado aos que viveram a destruição e diversão de Destruction Derby, e faz isso com muita propriedade. Relembrando as memoráveis disputas para sobreviver às arenas destruidoras e às corridas malucas onde nem sempre chegar em primeiro era o que realmente importava. A THQ Nordic e a Bugbear trouxeram ao presente a nostalgia de um jogo memorável do passado com as tecnologias do presente, jogo multiplayer online e gráficos atuais. O game ainda precisa de alguns retoques, mas nada que mine a diversão e a satisfação de destruir outros carros em uma arena de demolição.
Wreckfest is a game that brings back memories to those who have experienced the destruction and fun of Destruction Derby, and does it very well. Reviving the memorable struggles to survive the shattering arenas and crazy races where not always coming first was what really mattered. THQ Nordic and Bugbear have brought to the present the nostalgia for a memorable game from the past with present technologies, online multiplayer gaming and current graphics. The game still needs to work some details, but nothing that undermines the fun and satisfaction of destroying other cars in a wrecking arena.
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