The Walking Dead: The Telltale Definitive Series permite ao jogador acompanhar a trajetória da pequena Clementine neste pacotão com todas as quatro temporadas da saga The Walking Dead, mais o especial da Michonne e conteúdos bônus.
Como o nome já diz, esta é a versão definitiva da saga. Inspirada na série de quadrinhos de Robert Kirkman, The Walking Dead pode até parecer mais uma história de zumbis, mas esta versão refinada chegou pra se destacar no tema. Tem muita coisa interessante que é melhor explicar uma de cada vez. Como os jogos já foram analisados individualmente pela nossa equipe, nesta análise vamos focar no conteúdo desta nova coletânea.
- The Walking Dead: Season One: O primeiro jogo da franquia, que ressuscitou o gênero point and click (apontar e clicar), apresenta Clementine, uma garota de 8 anos que torna-se órfã durante o apocalipse zumbi, e é acolhida por Lee Everett, um criminoso que determina os eventos e a sobrevivência na história.
- DLC 400 Days: episódio especial que acontece em paralelo ao primeiro episódio e conta a história de Vince, Wyatt, Shel, Russhel e Bonnie, ligando de maneira surpreendente os eventos definidos por Lee à DLC.
- The Walking Dead: Season Two: as decisões tomadas na DLC podem repercutir nesta narrativa, que foca no amadurecimento de Clementine em meio ao caos.
- The Walking Dead: A New Frontier – Season Three: considerado o jogo menos surpreendente da série, Clem não tem muito destaque, e é introduzida a Nova Fronteira e a possibilidade de controle da ameaça zumbi.
- The Walking Dead: The Final Season: correndo o risco de ficar sem desfecho, pois a Telltale tinha fechado, a Skybound Games assumiu o projeto, entregando um final imperfeito mas emocionante à saga.
- The Walking Dead: Michonne – A Telltale Miniseries: jogo “isolado” (standalone), focado numa das personagens mais queridas da HQ: Michonne, durante seu sumiço entre o arco de Negan e dos Sussurradores.
- Bônus: filtro gráfico “Graphic Black”, com muito mais contraste e sombras que o normal, para ficar ainda mais com a cara dos quadrinhos. Pode ser ligado e desligado a qualquer momento na jogatina. Confesso que tive de manipular o brilho e saturação da minha própria TV para destacar o filtro, que de fato é bem intenso.
- Galeria de Arte e Personagens: com peças conceituais de cada jogo, é possível visualizar os personagens em modelos 3D, com diversas poses e interações de diálogo. É possível ver no gameplay acima que a renderização do personagem selecionado é demorada.
- Bastidores: vários vídeos com detalhes da criação dos jogos.
- Menu de Música: mais de 140 faixas entre trilhas sonoras e músicas promocionais para ouvir enquanto navega no menu, porém não é bem um player – não tem funções básicas para executar as músicas.
Com todos estes conteúdos, a edição definitiva é muito atraente, mas traz consigo alguns problemas antigos que não foram solucionados: os eventos perdem a sincronização entre os diálogos, as legendas possuem erros de ortografia e por vezes saem do timing das falas. O framerate foi arrumado na maioria dos casos, mas ainda encontrei situações complicadas, sobretudo quando há muita coisa para clicar e algo está sendo animado.
No mesmo dia do lançamento, a Skybound fez um pronunciamento no Twitter, sobre um bug muito sério que corrompia o jogo recém baixado da PS Store (sendo possível apenas acessar o menu de início), mas disponibilizou um update em seguida. Convenhamos, lançar um jogo com problemas e direcionar updates logo em seguida não é legal e quebra a experiência. Eu mesma havia baixado o jogo limpo, achei que não tinha conseguido jogar pois estava muito quente no dia, consumindo o processamento do PS4. Instalei a atualização e deu certo. Vi a notícia, reinstalei o jogo, e não rodou de novo, só com o update mesmo.
Apesar deste inconveniente, é uma série muito interessante, que rendeu um prêmio GOTY em 2012. O gênero de apontar e clicar é muito divertido e traz uma nova perspectiva na narrativa, tornando tudo mais dinâmico. O estilo visual é gritante e dramático, remetendo aos quadrinhos, e ainda recebeu uma melhora gráfica notável, com cenários mais nítidos e claros. A história é profunda e convenhamos, aborda muito bem um tema tão desgastado como o apocalipse zumbi, tornando-se um clássico do videogame. É triste o encerramento da Telltale, que acabou por finalizar a saga com um presente de despedida.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Skybound Games.
Veredito
The Walking Dead: The Telltale Definitive Series é versão definitiva, mas as falhas, embora já conhecidas, não foram solucionadas completamente, como framerate e falta de sincronia entre legenda, cliques e falas. A jogabilidade e o gráfico evoluíram e os conteúdos adicionais embelezam a coletânea. Cada episódio tem sua notoriedade e não tenho do que reclamar da narrativa. Com esta coletânea, tenho certeza que ela vai agradar novos jogadores e fãs antigos.
The Walking Dead: The Telltale Definitive Series is a definitive version, but the flaws, although already known, weren’t completely solved, such as framerate and lack of sync between subtitles, clicks and lines. Gameplay and graphics have evolved, and additional content beautifies the collection. Each episode has its notoriety, and I have nothing to complain about the narrative. With this series, I’m sure it will please new players and old fans.
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