Análise – The Last Remnant Remastered

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Pela maior parte dos últimos dez anos, a impressão que se tinha é de que The Last Remnant, um dos poucos bons RPGs japoneses não lançado para a família PlayStation na geração passada, jamais chegaria às mãos dos jogadores que só possuem acesso às plataformas da Sony. Desenvolvido e publicado pela Square-Enix, TLR finalmente chega ao PS4 em sua versão remasterizada, servindo como uma bela distração neste final de ano.

A história do jogo se foca no protagonista Rush Sykes, que mais parece uma versão bootleg do Vaan (protagonista de Final Fantasy XII) e segue um dos piores clichês de JRPGs: o adolescente contestador, revoltado com o mundo e cego para tudo que não seja a perseguição do seu objetivo de salvar alguém, no caso, a sua irmã, Irena.

THE LAST REMNANT Remastered

O grande problema é que o mundo está envolto em uma grande guerra na qual tanto os pais de Rush quanto Irena podem ter papéis fundamentais em decidir o seu rumo, independente dos desejos juvenis do protagonista. Um dos principais fatores neste conflito são os usuários de Remnant, artefatos mágicos antigos dotados de poderes especiais e que, quando manejados pelos indivíduos vinculados a eles, são capazes de feitos inacreditáveis. Enquanto Irena parece ser uma das pessoas dotadas dessa capacidade, os pais dos irmãos são os dois pesquisadores mais importantes do assunto, tornando assim todo o drama da família o eixo ao redor do qual o universo é apresentado e o desenrolar da guerra se constrói.

A comparação com Vaan não é em vão. Tanto na estrutura principal da história (salvo pela parte dos pais e o drama familiar) quanto esteticamente, The Last Remnant lembra bastante Final Fantasy XII. Apesar do fraco protagonista e seu drama que permeiam a trama, TLR é muito mais um drama político do que uma história adolescente, algo que provavelmente vem da linhagem do jogo, que foi dirigido por vários membros-chave da equipe por trás da série SaGa.

THE LAST REMNANT Remastered

No geral, a trama é boa, apesar de contar com reviravoltas e confusões demais, provavelmente para inchar o tempo de jogo (a campanha facilmente supera as 50-60 horas de jogo) e apesar de contar com personagens bem interessantes, como o governante de Athlum, David Nassau e os seus generais, e vilões com objetivos e planos bem estabelecidos, alguns dos sistemas de jogo impedem que TLR realmente se dedique a desenvolver os personagens, abdicando deles em prol da trama principal.

Os combates são por turnos, mais ou menos como se esperaria de um RPG japonês, com o jogador podendo escolher entre ataques físicos diretos, curar, usar combat ou mystic arts, defender e alguns outros diferentes tipos de comando que vão sendo destravados com o avançar do jogo. A principal diferença e o que torna o combate de TLR a sua melhor parte, é que ao invés de comandar unidades individuais, é possível comandar pequenos grupos totalmente customizáveis.

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Você pode recrutar basicamente todos os personagens que encontra pelo caminho, escolhendo um personagem específico para ser o comandante dessas unions e customizando o membros remanescentes, sendo possível selecionar membros de todas as raças disponíveis no jogo e escolher a formação de batalha, visual e equipamento deles, ficando a escolha do jogador se as equipes vão ser o mais flexíveis possível ou focadas em algo (cura, mystic arts, combat arts e por aí vai).

Não é possível dar ordens individuais a cada membro das equipes, sendo uma ordem geral para elas e que os membros capazes de fazê-las executarão, por ex., se o jogador escolher executar uma mystic art mas um membro do grupo não possuir nenhuma, ele ficará de stand-by. Isso torna o planejamento dos combates importantes, inclusive porque mesmo com o HP do grupo sendo contabilizado em conjunto, é possível continuar o combate mesmo se um dos membros morrer, exceto pelo líder, cuja morte retira aquela union da luta.

THE LAST REMNANT Remastered

Outro fator importante é o posicionamento das unidades em relação aos inimigos. No alto da tela existe uma barra de moral dos aliados e inimigos, tornando mais forte e mais efetivos os ataques de quem possuir a maior parte da barra, algo que ocorre quando se ataca inimigos pelos flancos ou por trás ou quando se intercepta inimigos tentando lhe flanquear, sendo que qualquer descuido pode causar a situação inversa, com os adversários sempre tentando tirar vantagem do seu posicionamento no campo de batalha. Isso torna o combate algo mais do que só escolher os comandos certos, sendo fundamental analisar o posicionamento de todo mundo antes de tomar uma decisão, algo próximo a sensação de comandar batalhões em uma situação de guerra que o jogo tenta passar.

THE LAST REMNANT Remastered

Algo que pode afetar alguns jogadores é que The Last Remnant Remastered não é um jogo que conta com muitos tutoriais. Isso não é um grande impeditivo, já que a introdução básica que o jogo dá dos sistemas à medida que eles vão sendo implantados é suficiente entender o mínimo e o jogo abre as portas para o jogador explorar e conhecê-los mais a fundo, mas pode ser estranho para quem está acostumado com horas e horas de tutoriais que RPGs japoneses costumam ter.

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Do ponto de vista técnico, TLR Remastered é um jogo até bem agradável visualmente, muito pelo estilo artístico adotado (que, novamente, lembra muito o mundo de Ivalice). Algumas das suas limitações são claras, já que se trata de um jogo que saiu originalmente dez anos atrás, sendo necessário escolher a localização para onde o jogador irá de um mapa, com áreas curtas e ambientes relativamente vazios, e no geral com poucos inimigos no mapa (não há encontros aleatórios, as lutas são iniciadas após o jogador atacar ou ser atacado um inimigo nas dungeons e então move para uma tela separada). Felizmente, o jogo roda bem e as cutscenes em especial ficaram bem bonitas na transição para o PlayStation 4.

The Last Remnant Remastered é um jogo bem único, com um sistema de combate divertido, desafiador e diferente da esmagadora maioria dos outros RPGs. Apesar da história nem sempre entregar em todo o potencial que ela parece ter e contar com um dos piores protagonistas já concebidos nos videogames, a escolha em focar na guerra é acertada e torna o jogo ainda mais recomendável para os fãs do gênero.

THE LAST REMNANT Remastered

Veredito

Apesar de possuir alguns pequenos problemas que, no fim das contas, o impedem de ser um jogo ainda melhor, The Last Remnant Remastered é um RPG divertido, com um bom e diferente sistema de combate e uma história interessante, principalmente para quem não o jogou na sua versão original.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Square Enix.

Veredito

75

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Despite having a few issues that, in the end, prevent it from being an even better game, The Last Remnant Remastered is a fun RPG, with a good and different combat system and an interesting story, specially for those that haven’t played its original version.

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Despite having a few issues that, in the end, prevent it from being an even better game, The Last Remnant Remastered is a fun RPG, with a good and different combat system and an interesting story, specially for those that haven’t played its original version.

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