Análise – Naruto to Boruto: Shinobi Striker
Naruto to Boruto: Shinobi Striker é um game multiplayer co-op, em que o jogador deve entrar em um time com mais três jogadores e participar de missões ninjas ao lado de personagens conhecidos da franquia. Apesar de ser uma mudança significativa ao modelo de jogos da Bandai Namco (agora, com a parceria com a desenvolvedora Soleil) que estávamos acostumados, o jogo ainda tem alguns elementos que podem atrair os fãs de títulos anteriores.
Em uma Konoha anos depois do final da história original de Naruto, os ninjas agora são treinados em uma espécie de simulação virtual: as missões RV. Nelas, os membros do time entram em uma tela baseada em vilas ninjas e precisam cumprir determinadas missões, como derrotar certos inimigos, proteger portões, etc. A história basicamente inexiste e possui apenas pequenos trechos de cutscenes antes de missões importantes no jogo.
Aqui, inicialmente, o jogador não participa das missões jogando como um personagem da série, mas sim criando um ninja completamente novo. O jogador poderá escolher a vila, aparência e equipamentos e criar o seu próprio personagem. Os assets foram tirados de personagens estabelecidos, dando a possibilidade de você misturar aparências e, por exemplo, colocar o cabelo do Rock Lee no rosto de um Sasuke. Há uma boa variedade, tanto de customização de aparência quanto de equipamentos e jutsus, desbloqueados a partir de pergaminhos recebidos durante as missões (uma espécie de loot box, mas sem a necessidade de microtransações).
E, para liderar seu time rumo à vitória, você poderá escolher um Mestre de RV para se juntar a suas missões. Há inicialmente 20 mestres, que vão sendo desbloqueados conforme missões vão sendo cumpridas. Os personagens vão de Naruto, Sasuke e Sakura, até personagens novos da franquia, como Boruto, Sarada e Mitsuki. E quanto mais missões e XP forem adquiridos com aquele Mestre, o jogador vai desbloqueando jutsus exclusivos do personagem, como Rasen Shuriken de Naruto e o Dragão C2 de Deidara. Há a promessa de mais Mestres com o Passe de Temporada.
No gameplay, o que mais se destaca é a movimentação do personagem. O jogador poderá facilmente se locomover nos cenários usando as habilidades de andar nas paredes e arremessar uma kunai na parede mais próxima, algo próximo a um gancho. É extremamente prático, fluido e funciona bem aliado ao design das fases.
Entretanto, infelizmente, o que não é fluido é o combate, que acaba ficando tedioso ao longo do tempo. O jogador pode escolher entre quatro estilos de personagens, com ênfase em diferentes estratégias como: ataque, longa distância, defesa e cura. Na hora de partir para a porrada, há um tradicional esquema de ataque fraco e forte e duas habilidades ninjutsu, que são incorporadas aos botões R1 e L1, além de uma Técnica Secreta, ativada após o preenchimento de uma barra, e uma arma secundária, como uma kunai e shuriken.
A quantidade de jutsus é grande e abrange boa parte das habilidades vistas no mangá. Porém, o sistema não é dos melhores e o gameplay é duro e cansativo a longo prazo nas batalhas. Enfrentar muitos inimigos ao mesmo tempo só piora a situação, com uma câmera que atrapalha e um lock-on que não ajuda em nada.
Há dois modos principais no jogo: as missões co-op e o PVP. Nas missões, divididas em rankings de D até S, você deverá cumprir alguns objetivos para a vila da Folha. Elas podem ser jogadas solo (apenas acompanhado de seu Mestre), ou em co-op, tanto rastreando uma sala com a missão quanto criando uma para os seus amigos. Aqui, o jogo peca pela falta de variedade nos objetivos e inimigos. Enfrentar hordas de inimigos defendendo portões ou enfrentando os mesmo sub-chefes acaba tornando o jogo monótono e sem criatividade nenhuma. O que poderia ser uma boa ideia acaba caindo no enfadonho. O framerate também não colabora e pode despencar em momentos de muita ação na tela.
Outro elemento repetitivo são os cenários, que se resumem a apenas cinco mapas inspirados nas vilas (Vila da Folha, Areia, Nuvem, Chuva e florestas nos arredores de Konoha). Apesar de grandes e alguns com ótimos designs de fase, pela quantidade excessiva de missões em cada um deles tanto no co-op quanto no PVP, acabam realçando a falta de variedade de mapas.
E no modo competitivo, o jogador entra em partidas de 4 vs 4 com modos clássicos como capturar a bandeira, dominar bases, destruir barreiras e o tradicional PVP. Apesar de divertidos, o desequilíbrio imenso de níveis de jogadores no matchmaking é notado desde a primeira partida. Jogadores de nível 10 podem acabar entrando em partidas com times rivais compostos de jogadores nível 80, com jutsus impossíveis de serem combatidos com as técnicas que o jogador possui naquele momento. Minha experiência com o título foi de ter interesse nas partidas co-op, mas perdê-lo logo em seguida quando percebi que o looping das missões era basicamente o mesmo.
Em termos gráficos, Shinobi Striker, por ser um jogo co-op online, não apresenta o mesmo nível de fidelidade visual que a franquia Ultimate Ninja Storm esbanjava com seus gráficos cel-shaded. Mas ainda assim, o game tem um gráfico competente, mesmo não impressionando. Os cenários são bem bonitos e fieis ao anime e tem vários detalhes, especialmente os lobbys.
A duração do game realmente varia da vontade do jogador em desbloquear novas missões RV, aumentar o nível do seu personagem, desbloquear novos mestres e subir o nível deles para ganhar seus jutsus e habilidades. Mas infelizmente, como já foi dito, as missões repetitivas vão demandar muita paciência e não cativam o suficiente para o jogador ir atrás de todos esses objetivos. Por ser um game majoritariamente online (há a possibilidade de jogá-lo offline também), o título vai existir enquanto jogadores estiverem participando, e, pelo menos na época de lançamento, havia uma boa quantidade de pessoas nas partidas e nos lobbys.
Veredito
Naruto to Boruto Shinobi Striker tem uma boa proposta em trazer as missões de times de 4 membros ninjas do mangá/anime para os videogames. Mas o que poderia ser um divertido jogo co-op online, acaba caindo na mesmice do gênero, trazendo pouquíssima variedade e conteúdo para os jogadores permanecerem no título.
Jogo analisado com código fornecido pela Bandai Namco.
Veredito
Naruto to Boruto Shinobi Striker has a good proposal in bringing the 4 player team missions of the manga/anime to the video games. But what could be a fun co-op online game, ends up falling into the sameness of the genre, bringing very little variety and content for players to keep playing the game.
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