É inegável que durante essa geração uma das grandes qualidades da plataforma da Sony tem sido o alto nível dos jogos exclusivos para o PlayStation 4 lançados pelos estúdios sob a guarda da Sony WorldWide Studios, desde os grandes nomes como God of War e Uncharted até os surpreendentes Dreams e Days Gone.
Uma franquia que têm mantido um altíssimo padrão de qualidade, ainda que relativamente desconhecida no Brasil, é a série MLB The Show e, com o lançamento de MLB The Show 20, de alguma forma, ela ficou ainda melhor. Marcando o aniversário de 15 anos da série com o seu último jogo exclusivo para plataformas PlayStation (e diz muito sobre o quão bom o jogo é que a própria MLB se sentiu compelida a convencer a Sony a lançar os seus jogos para Xbox durante a renovação do contrato), ele chega ainda maior, mais afinado e preenchendo uma importante lacuna para os fãs do tradicional esporte americano.
Enquanto a edição do ano passado tentou renovar a grande maioria dos modos de jogo, expandido-os ou os modificando consideravelmente para evitar que a franquia caísse na estagnação que costuma afetar quase toda franquia de jogos de esporte, a edição deste ano foca mais em usar o feedback dos fãs para ajustar o jogo e torná-lo um forte candidato a melhor simulador de esporte do mercado.
Uma das melhores formas de aumentar a qualidade da simulação e imersão do jogador é a tornar os seus comandos mais intuitivos e funcionais. Para isso, temos uma reformulação no feedback visual ao jogador, em especial quando se controla um rebatedor, em especial com a configuração padrão do PCI, que agora mostra melhor a visão que o jogador tem do plate, os melhores pontos de contato e quais as inclinações do rebatedor, tornando mais intuitivo perceber quando uma rebatida tem maiores chances de êxito.
Isso é uma evolução das melhorias feitas no ano passado e a possibilidade de customizar o PCI o tornam cada vez melhor em comparação com os sistemas anteriores. No entanto, caso o jogador não se adapte, é sempre possível mudar para uma das outras opções existentes que foram incorporadas ao longo dos 15 anos da série. Por outro lado, arremessar continua essencialmente o mesmo, com os mesmos sistemas de medidor, pulsação ou classic disponíveis.
O outro ponto em campo que sofreu grandes melhorias foi em relação ao funcionamento das posições de defesa quando a bola é posta em jogo. Honestamente, “fielding” costumava ser a pior parte do MLB The Show e era das razões pelas este redator odiava jogar em qualquer uma das três posições do outfield. No entanto, tudo mudou bastante agora.
Algumas pequenas alterações, em especial a adição do Extreme Catch Indicator, tornaram essas posições defensivas bem mais interessantes. O jogador agora possui indicadores vermelhos quando for possível realizar defesas arriscadas em bolas bem rebatidas mas que estão em seu alcance, evitando assim que toda bola nessas situações seja ou uma captura espetacular ou uma falha que muda completamente o rumo de uma partida.
Com a adição desse indicador, ficou mais intuitivo decidir se o jogador quer buscar agressivamente a captura da bola ou prefere capturá-la com calma e conter eventuais rebatidas multi-base e torna ainda mais valorosos os papéis desempenhados por ótimos defensores e explicitando mais a diferença entre um jogador em “replacement level” e um concorrente aos prêmios de “gold glove”. Por fim, arremessar a bola para as bases também foi bastante melhorado e ficou visualmente mais intuitivo, sendo mais um ponto positivo do jogo.
É claro, as melhorias em campo não significariam tanto assim se os modos de jogo não compelissem o jogador a aproveitá-los e tanto os modos que já existiam quanto às inclusões trazidas pela edição deste ano são extremamente divertidas e devem agradar a todo tipo de jogador que se interesse pelo gênero.
Talvez o mais importante de todos, Diamond Dynasty mantém praticamente todas as reformulações vistas no ano passado, se mantendo bem alinhado com a forma como o modo concluiu a temporada 2019. O sistema de programas, momentos e recompensas continua basicamente intocado e parecem funcionar bem, pelo menos à primeira vista, uma vez que eles são bem dependentes de como o ano vai evoluir, algo ainda mais complexo com o adiamento do início da temporada em razão do surto de covid-19.
No entanto, uma das grandes novidades desta edição está justamente no Diamond Dynasty com a inclusão de um novo modo de jogo dentro dele, o extremamente divertido Showdown que se junta ao Conquest e Battle Royale como os três modos principais através dos quais os jogadores vão ganhar pontos e novas cartas.
O seu funcionamento é bem interessante, agindo como uma espécie de mistura entre o Moments e o Battle Royale. O jogador começa o modo participando de um draft de 10 itens, sendo 8 jogadores e dois perks, que montam a estrutura básica do seu time. Daí, ele participa de vários cenários distintos bem similares aos Moments, cada qual com seus objetivos específicos, variando de conquistar x rebatidas, y corridas, z eliminações por strikeout, etc.
Cada um desses desafios tem uma recompensa distinta e nem todos precisam ser concluídos para ir avançando. Alguns dão ao jogador mais XP e Stubs, outros vão te dando mais corridas para o Final Showdown e alguns são obrigatórios concluir para conseguir avançar.
Ao final, o jogador tem uma “batalha” contra um arremessador em específico e precisa virar o jogo dentro de um determinado limite de eliminações. Quanto maior o êxito nos outros Showdowns, mais fácil essa última fase se torna. E o êxito nelas costuma dar ótimos prêmios para o seu time no DD. É um “sub-modo” extremamente divertido e que deve ter chegado para ficar, uma vez que traz ainda mais coisas a se fazer aquele que já era o principal foco da Sony San Diego.
Isso não quer dizer que os outros modos de jogo foram esquecidos. Franchises viu o retorno dos Online Leagues, Custom Leagues, que te permitem criar ligas com seus amigos e até mesmo usar os elencos do Diamond Dynasty e a adição da possibilidade de se adicionar times customizados ao seu jogo (apesar da falta de um modo de expansão ainda é gritante), substituindo um time existente pela sua criação.
Algo bem importante foi a adição de um elenco completo dos times da Minor League Baseball, algo que sempre fez falta ao jogo (e que se reflete também nas cartas do Diamond Dynasty) e que agora poderá ser usado para dar ainda mais realismo as trocas. Infelizmente, esses elencos não estão disponíveis no Custom League, uma vez que essas liga são de temporada única e não contam com pré-temporada. De qualquer forma, a adição de dois modos online novos são bem-vindos e trazem o modo mais em linha com os similares de outros jogos.
O Road to the Show não sofreu grandes mudanças, mantendo a estrutura básica que já vem sendo desenvolvida ao longo dos últimos anos, tornando-o bem próximo de um “RPG esportivo”. As adições aqui foram poucas, com o sistema de desafios sendo melhorado para se tornar mais recompensador e mais em linha com os desejos do jogador e a possibilidade de desenvolver seu relacionamento com outros jogadores fora do campo.
Já o March to October continua essencialmente o mesmo modo. Um modo extremamente divertido, mas basicamente o mesmo modo. As únicas alterações significativas são a reformulação do sistema de recompensas ao longo da temporada, a possibilidade de se jogar com a dificuldade dinâmica e a adição da possibilidade de influenciar trocas, call-ups e outras mudanças no elenco ao longo da temporada.
Somando as melhorias de gameplay, as consideráveis adições aos modos de jogo, um netcode surpreendentemente estável e o sempre estelar trabalho feito pela Sony San Diego com os modelos de personagem, trilha sonora e comentário (mesmo que esse último acabe eventualmente sofrendo com a mesma repetição e fadiga de todo jogo de esporte, ainda que em menor escala), fica claro que MLB The Show 20 é um jogo de esporte espetacular e uma adição muito bem-vinda ao catálogo de exclusivos do PS4.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Sony.
Veredito
Chamar MLB The Show 20 de um “home run” é o mínimo a se dizer. Seja online ou offline, o jogo captura de forma bastante divertida e fiel a ação no diamante e traz inúmeras razões para manter o jogador preso no montinho por todo o ano.
Calling MLB The Show 20 a “home run” is the least one can do. Wether online or offline, the game captures in a very faithful and fun way the action in the diamond and brings uncountable reasons to keep the player tied to the mound throughout the year.
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