Análise – Layers of Fear 2

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A ascensão do gênero de terror entre os videogames nos últimos anos é notável. Vários títulos impulsionaram esse mercado, mostrando que há ainda uma procura pelo material de qualidade que pode ser criado. Observando atentamente, muito do que fez sucesso recente foram títulos que apostaram mais no terror psicológico e mental, ao invés de apelar pelo gore e visceral.

Layers of Fear 2 é mais um título que usa dessa fórmula para obter um sucesso maior do que seu antecessor. Ainda que com recepções medianas, o primeiro Layers of Fear conseguiu apresentar pontos positivos. A sequência tenta expandir os métodos já apresentados pela Bloober Team, buscando a apresentação de um palco enigmático e tenebroso, mais uma vez em uma história onde a arte e imaginário se sobrepõem à realidade.

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Com a história se desenvolvendo em um cruzeiro marítimo, com uma preparação para a filmagem de um longa metragem, o jogador toma o papel de um ator, sem muitas informações e se descobrindo sozinho no local. Com vários questionamentos e nenhum resposta, a única opção é tentar explorar o local e obter qualquer informação sobre os eventos ocorrendo ali.

Em suma, o jogo se baseia inicialmente numa exploração linear, juntando peças, eventos e informações para montar o quebra-cabeças ali apresentado. A exploração se propõe como um coletar de textos, fotos e objetos, tentando apresentar o plano de fundo do que se passa ali. A parte de terror psicológico fica restrito aos já batidos movimentos de cenários: objetos caindo, portas fechando, sons estranhos e demais interações banais.

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A própria essência do jogo demora a ser revelada, talvez próximo a 2 horas de jogo, e só vem a tona quando a própria lucidez do “ator” é questionada. Enquanto o personagem se aprofunda nos segredos do filme que seria gravado e do diretor do longa, o jogador é apresentado a eventos que mostra total questionamento da sanidade do local. Os famosos jumpscare se tornam mais frequentes e variados, com a inserção de vultos, objetos inanimados tomando vida, imagens perturbadoras e até a presença de outros “passageiros”.

Apesar de tentar tornar todo o jogo num questionamento interminável, principalmente no básico se aquilo é o filme em execução ou a tentativa do mesmo de acontecer por parte do ator, muito ali é restrito e linear, criando mais uma experiência visual e não participativa. O ambiente parece surreal demais até pra criar a ligação do imaginário com o real, onde o vínculo entre esses dois mundos seria o ponto de partida para os questionamentos da narrativa.

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Mesmo com a preparação para imaginar o navio ali como um cenário dos eventos, o exagero em certos ambientes acaba por tirar uma imersão maior que poderia ocorrer. Enquanto partes se assimilam à áreas realistas de qualquer transatlântico antigo, outras surgem como palcos fantasiados de uma peça de teatro de baixo nível. Apesar disso fazer parte do processo de criar ambiguidade e confusão junto com a narrativa, a execução é inversa, dando ao jogador a certeza do que pode ser real e do que é completamente imaginário.

A exploração poderia ser melhor utilizada e o jogo só se abre mais nesse quesito do meio para o fim. Quando perigos reais surgem, onde finalmente é possível ter que voltar em um checkpoint, Layers of Fear 2 instiga o jogador a procurar uma saída rápida de uma ameaça iminente, deixando o mesmo a mercê de vasculhar o local por portas e pistas, mas ainda assim forçando o mesmo a seguir um caminho predefinido.

Um ponto positivo é o bom uso das artes cênicas como padrões para os vários puzzles que se encontra no navio. A manipulação de projetores, fitas e filmes, cenários e objetos de decoração de qualquer filme é muito bem utilizada aqui. Em partes, é possível realmente se questionar onde o jogador é o ator ou se também faz parte da psicose ali criada.

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Ainda que com uma narrativa e monólogos interessantes, principalmente na revelação de alguns fatos, Layers of Fear 2 se prende demais ao linear e em uma exploração básica. Não que isso seja ruim aos que procuram uma experiência mais direcionada, mas com certeza pode frustrar aos que gostam de resolver cada mistério, investigando cada detalhe do local por sua conta e risco.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Gun Media Holdings.

Veredito

Layers of Fear 2 pode não superar seu antecessor, mas com certeza deve atender aos jogadores que apreciaram o primeiro título. Sendo linear demais em vários momentos e fazendo uso de recursos básicos para tentar causar medo, mais poderia ser feito no jogo para criar situações únicas e que realmente questionasse a sanidade de tudo ali apresentado.

70

Layers of Fear 2

Fabricante: Bloober Team

Plataforma: ps4

Gênero: Terror

Distribuidora: Gun Media Holdings

Lançamento: 28/05/2019

Dublado:

Legendado:

Troféus:

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Layers of Fear 2 may not outperform its predecessor, but it must surely is recommended to players who enjoyed the first title. Being too linear at various times and using basic resources to try to cause fear, it feels as if more could’ve been done in the game to create unique situations that really question the sanity of everything presented there.

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Layers of Fear 2 may not outperform its predecessor, but it must surely is recommended to players who enjoyed the first title. Being too linear at various times and using basic resources to try to cause fear, it feels as if more could’ve been done in the game to create unique situations that really question the sanity of everything presented there.

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