Análise – Frostpunk: Console Edition

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Muito aclamado em 2018, Frostpunk agora recebe uma satisfatória conversão para o PlayStation 4. O projeto da 11 Bit Studios mescla um gameplay de estratégia diferenciado e uma incrível estética steampunk em situações extremas de sobrevivência. Mas antes de adentrar nos detalhes, uma confissão.

Quem vos escreve nunca olhou com bons olhos o gênero de estratégia em tempo real. A princípio, o interesse no jogo em questão era somente pela temática e abordagem sociológica. Portanto, foi preciso superar um preconceito. Comandar pessoas e gerenciar recursos demandam constante atenção e decisões rápidas – aspectos que me afastavam do gênero.

Frostpunk também entrega tais elementos em seu gameplay, mas com a possibilidade de manipular o passar do tempo e um dinamismo de eventos que revigora a experiência de forma constante. A imposição de pequenos desafios em etapas e histórias envolventes elevam o game da 11 Bit Studios a um patamar distinto.

O jogo se inicia com a campanha “Novo Lar”, introduzindo a principal narrativa do universo de Frostpunk. Posteriormente, outros episódios são destravados, cada qual com suas particularidades no gameplay e com histórias que complementam os acontecimentos da jornada principal.

A experiência de jogo consiste em administrar recursos, pessoas e tomada de decisões políticas. Diferente de outros jogos do gênero, não há qualquer forma de combate direto. A missão é sobreviver ao frio intenso e lidar com os problemas da sociedade, acompanhando sempre dois medidores – a barra de esperança e de descontentamento.

Medidas antipopulares, instalações médicas precárias ou aprovar leis tiranas diminuem tais medidores. Nem sempre são situações evitáveis ou adequadas, pois em Frostpunk as necessidades de sobrevivência vêm em primeiro lugar. No entanto, se a esperança acaba e o descontentamento chega ao máximo, as consequências são severas para o jogador, acarretando no gameover e na perda de progresso. É importante ressaltar que o jogador recebe constante feedback de suas ações, por meio dos moradores de sua cidade.

Além de controlar o cursor pelo mapa (a experiência central de outros game de estratégia), Frostpunk apresenta alguns sistemas complementares de gameplay. A função de chefe da cidade é absoluta e cabe ao usuário do jogo legislar e julgar. A cada lei aprovada, novos sistemas entram em vigor – podem ser simples medidas como a liberação de bebida alcoólica ou até mesmo a criação de regimes autoritários. Trata-se de um aspecto brilhante, que diversifica o andamento de cada campanha, em virtude dos distintos rumos que a cidade pode ter. O fator replay é enorme!

Em Frostpunk é fundamental manter o gerador central da cidade em funcionamento, aquecendo as casas e instituições próximas. Mas além da temperatura, existem três pilares que devem ser atentamente analisados: as necessidades básicas do povo, a busca por recursos e o avanço das construções/tecnologia. Sobre o progresso da ciência, é preciso investir recursos e empregar engenheiros para introduzir diversas melhorias na comunidade, como indústrias mais modernas, enfermarias mais eficazes e até autômatas – máquinas de trabalho de valor inestimável.

Outro sistema diferenciado em Frostpunk é a possibilidade de enviar batedores para viajar em um mapa inexplorado, em busca de provisões ou de pessoas perdidas pelo vasto “deserto” gelado do ártico. Em suma, seja pela introdução de leis, pela pesquisa ou pela exploração, Frostpunk proporciona uma positiva fuga do usual gameplay de gerenciamento de construções via cursor, típico dos jogos de estratégia.

A apresentação visual é boa. Interessante é a possibilidade de aproximar a câmera e observar os indivíduos se locomovendo pela cidade, mostrando em tempo real atividades como a construção, etc. Os assets em geral são simplórios, mas que pouco importam diante de uma magnífica arte.

O jogo só poderia explorar mais sua narrativa, por meio de uma melhor representação visual, com mais cutscenes ou artes 2D, principalmente no encerramento das campanhas, que deve pela sua execução simplória – um desfecho com poucas palavras, destoando da qualidade geral do produto. O suporte ao PS4 Pro também fica devendo, a resolução é medíocre na máquina mais potente da Sony.

As músicas orquestradas são belas e melancólicas, se adequando perfeitamente ao universo de Frostpunk. Os violinos se destacam nesse ponto, a trilha sonora não poderia ser melhor. Para os brasileiros, uma boa e má notícia. O jogo conta com legendas em português, mas existem erros nos caracteres, de acentuação e alguns poucos textos não foram traduzidos – provavelmente detalhes que passaram despercebidos pela equipe de tradução.

Veredito

Seja pela ambientação e temas maduros apresentados ou pelas mecânicas diversificadas e complexas de gameplay, Frostpunk estabelece um exemplo de como jogos de estratégia devem ser. A imersão é tão profunda que é difícil se dar conta das horas perdidas (mas bem investidas). É um jogo que merece sua atenção e absolutamente digno de seu tempo.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela produtora.

Veredito

94

Frostpunk

Fabricante: 11 bit studios

Plataforma: PS4

Gênero: Estratégia / Sobrevivência

Distribuidora: 11 bit studios

Lançamento: 11/10/2019

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Whether it’s the setting and mature themes presented or the diverse and complex gameplay mechanics, Frostpunk sets an example on how strategy games should be. The immersion is so deep that it is difficult to realize the lost (but well invested) hours. It is a game that deserves your attention and it’s absolutely worth of your time.

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Whether it’s the setting and mature themes presented or the diverse and complex gameplay mechanics, Frostpunk sets an example on how strategy games should be. The immersion is so deep that it is difficult to realize the lost (but well invested) hours. It is a game that deserves your attention and it’s absolutely worth of your time.

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