Descubra o que houve com o tempo (que congelou!) na virada do milênio nessa nova aventura da Nippon Ichi Software. Destiny Connect: Tick-Tock Travelers foi lançado no Japão em março deste ano, mas não repercutiu de maneira positiva. Em outubro chega ao Ocidente, mas sem muitas expectativas.
Neste simpático RPG, você começa com a pequena Shelly, uma garota querida e curiosa. Na casa dela, a história desenrola ao encontrar a mãe, saber o paradeiro do pai e ter de cumprir a primeira missão: levar uma carta para a avó na cidade. O gráfico tem um filtro bem saturado e tudo parece “avermelhado demais”. A movimentação dos personagens é estabanada e pobre, criando uma leve dificuldade em manipular a câmera e direção, que parecem não combinar. Apesar do cenário conter detalhes vivos e o gráfico ser “arredondado”, tudo é desproporcional ao tamanho dos personagens duma maneira mais irregular que caricato.
Ao sair de casa em direção ao centro da cidade de Clocknee, é possível notar que a movimentação para andar e correr briga com os polígonos do ambiente. A música também tem um problema: como os personagens não são dublados (normal para RPG de balão de texto), a música tema é alta demais e atrapalha a atenção ao jogo. Neste caso, tive de diminuir a música nas opções para conseguir ouvir o próprio som dos efeitos e mecânicas. Algo curioso é que os tutoriais aparecem depois que a interação indicada já aconteceu ou já se repetiu. Tive de assistir ao tutorial sobre como falar com um NPC depois de interagir com uns três. O jogo é voltado para o público juvenil, mas ainda assim considerei muitas funções irregulares que atrapalharam o gameplay.
Depois de notar todas estas coisas e encontrar a avó, está na hora de conhecer o primeiro companheiro a entrar na party: Pegreo, um garoto ruivo muito inteligente, medroso e que corre de um jeito engraçado. O jogo ensina a administrar a party e os elementos básicos de todo RPG: itens, manutenção de acessórios, roupas e poderes. Como a história se passa na virada do ano 2000, os cidadãos se reúnem na praça central de Clocknee para assistir à queima de fogos até que algo muito estranho acontece, assustando Sherry e Pegreo: as pessoas ficam instantãneamente congeladas, como se o tempo tivesse parado.
Preocupada, Sherry volta pra casa em busca de seu pai e encontra no escritório um robô recém-acordado chamado Isaac (idêntico ao robôzinho da Android do Google, mas laranja), que promete protegê-la aos cuidados de seu pai. Sem saber muito o que fazer, o trio volta para a cidade em busca de mais informações, e encontram vários robôs e criaturas que aparentemente eram eletrodomésticos mas tornaram-se monstros e partem para a briga. Aí o RPG vira turno e segue com mais um tutorial, ensinando na prática como defender, usar itens, habilidades especiais e como criar uma estratégia para combate.
Me senti irritada por não ter a possibilidade de evitar lutas, pois só depois que entrou no modo batalha e tomou dano, é que é possível selecionar o botão de desistência. Como o mapa é estreito e linear, não é possível dar meia volta. Os robôs inimigos têm uma boa inteligência, e correm atrás de você se estiver no alcance, ficando repetitivo já nos primeiros capítulos e fazendo com que a estratégia de usar itens de cura na hora certa, habilidade de defesa e especiais se tornem obrigatórias. O que causou uma preocupação: é um jogo voltado à um público mais jovem, com aparência atraente e tutoriais didáticos, mas o gameplay requer precisão já no início, mostrando que é voltado a bons conhecedores de RPG.
Isaac, o robô simpático, é o único da party que não pode morrer: se acabar seus pontos de vida, é game over. Isso é complicado, pois se o adversário resolve focar nele, instant kill pode ser já no primeiro turno. Por esse motivo, ideal é sempre enfrentar os robôs de frente, garantindo o primeiro ataque. Do contrário, se for pego de surpresa…
Ao longo da história tudo se desenrola e é possível entender a importância de Isaac, como e o porquê da família de Shelly não ter sido congelada como o restante da cidade e como fazê-los voltar ao normal. Tudo é cativante e sentimental, mas a quantidade de falhas e problemas de percurso prejudicam a qualidade do jogo. Por este motivo tive dificuldade em dar a nota do veredito final.
Veredito
Os jogos da NIS America são inconfundíveis e exalam a cara da produtora. No entanto, Destiny Connect não está “conectado” com a sua própria jogabilidade, trazendo muitas falhas de animação, motion blur intenso, além de proporcionar um gameplay estranho e sem muitas possibilidades. A história e os personagens são muito cativantes, mas o título não prende o jogador.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela NIS America.
Veredito
NIS America games are unmistakable and represent the face of the producer. However, Destiny Connect is not “connected” to its own gameplay, bringing many animation flaws, intense motion blur and sensible gameplay without many possibilities. The story and the characters are very catchy, but the game isn’t.
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