O “emulador” de Castlevania chegou ao PS4: jogos da franquia para NES, SNES, Game Boy e Mega Drive estão disponíveis no Castlevania Anniversary Collection, coletânea recém-lançada pela Konami.
Castlevania, resumido em um parágrafo, conta a história da maldição que envolve o retorno de Drácula do mundo dos mortos. Segundo a lenda, o Conde ressuscita de seu sono eterno a cada 100 anos, cada vez mais forte, com a ambição de transformar os humanos em criaturas das trevas e assim governar o mundo em um reino de caos e demônios. Cabe à família Belmont, caçadora de vampiros, evitar que a maldição seja concretizada.
Com títulos famosos, a franquia Castlevania rendeu muitas aventuras dentro de castelos, envolvendo a família Belmont em sua jornada atrás de Drácula ao longo dos anos. Com uma cara simpática e minimalista, a coletânea junta 8 jogos, incluindo as raridades Kid Dracula (nunca lançado no Ocidente) e Castlevania: Bloodlines (até então, exclusivo para Mega Drive).
- Castlevania (NES, 1986) – Chamado também de Castelo Demoníaco do Drácula no Japão e Vampire Killer (MSX2). Conta com 6 níveis estritamente lineares. Se passa em 1691, quando Simon Belmont enfrenta Drácula, o qual acordou de seu sono com planos de não ser derrotado novamente sem levar alguém para o túmulo antes. Sua trilha sonora, criada por Kinuyo Yamashita, foi usada pelos demais jogos da franquia nas mais variadas versões.
- Castlevania II: Simon’s Quest (NES, 1987) – Chamado no Japão de: Dracula II: O Selo Assombrado, quando Simon Belmont (1698), que foi amaldiçoado no jogo anterior, precisa juntar as partes do corpo do Drácula, ressussitá-lo e queimá-lo nas ruínas do castelo, antes que seja tarde demais e sua maldição seja cumprida com a morte eterna. O jogo, além do formato lateral em plataforma 2D, trouxe também os elementos de RPG, como a possessão de itens, curadoria de inventário e gameplay não-linear.
- Castlevania III: Dracula’s Curse (NES, 1989) – Chamado de A Lenda do Castelo Demoníaco no Japão. Possui 17 fases não-lineares e 6 caminhos na história. Se passa em 1476, quando Drácula junta uma horda de monstros para dizimar a raça humana. Trevor Belmont, dono do chicote “Vampire Killer”, Sypha Belnades, Grant Danasty e Adrian Tepes Fahrenheit, ou Alucard, filho de Drácula, unem forças para impedir o pandemônio. História que é citada no seriado da Netflix, Castlevania: A Série.
- Castlevania: The Adventure (Game Boy, 1989) – Conhecido como “Lenda do Dracula”, foi o primeiro jogo da franquia lançado para Game Boy. O jogo se passa em 1576 e você joga com Christopher Belmont (bisavô de Simon Belmont). Dracula desperta mais uma vez de seu sono, acreditando que não teria nenhum Belmont para atrapalhar seus planos. Após fugir de um encontro, 15 anos depois é finalmente derrotado e seu castelo destruído. Com 4 longos níveis, tem um cronômetro raso e não há armas secundárias. É considerado um dos jogos mais difíceis da franquia.
- Kid Dracula (NES, 1990) – Kid Dracula, que auto-proclama Príncipe dos Demônios, acorda de um longo sono e descobre que foi desafiado por Garamoth (se assemelha a um dinossauro) e pretende encontrá-lo e o derrotar. A jogabilidade tem muitos traços de Mega Man, como o poder que deve ser carregado e a troca de itens. O antagonista inclusive foi reutilizado em Castlevania: Symphony of the Night, como um dos chefes.
- Super Castlevania IV (SNES, 1991) – Um dos jogos mais aguardados para Super Nintendo, foi praticamente um remake do primeiro título, porém com a jogabilidade refinada, movimentação fluida, gráficos e música superiores. Sem contar o aprimoramento no level design, ambientado em 11 fases e com chefes bastante desafiadores.
- Castlevania II: Belmont’s Revenge (Game Boy, 1991) – A sequência de The Adventures, inclui armas secundárias, 4 níveis que podem ser concluídos sem distinção de ordem e suavização da movimentação. Após sequestrar e transformar em demônio o filho de Christopher, Soleil, Drácula restaura seu castelo e sua forma humana, forçando um novo embate.
- Castlevania: Bloodlines (Mega Drive, 1994) – Spin-off da série. Após ser ressussitada, a sobrinha de Drácula, Elizabeth Bartley, decide trazê-lo de volta à vida, iniciando a Primeira Guerra Mundial. John Morris e Eric Lecardese se unem para detê-los. Possui seis fases, cenários detalhados com efeitos e trilha sonora enérgica. Foi neste jogo que a compositora Michiru Yamane iniciou na franquia, famosa pela trilha impecável de Symphony of the Night. Atualmente, está trabalhando no jogo Bloodstained: Ritual of the Night.
Começando pela abertura do game: a tela inicial contempla a lista dos jogos disponíveis, com uma breve sinopse e música tema. Uma vez escolhido o jogo desejado, já inicia o emulador, exatamente do jeito que o jogo era quando lançado. No menu de opções é possível salvar o replay da fase atual, salvar o jogo (cada jogo tem um slot), carregar o save, visualizar as configurações de controle, a interface (tamanho original, pixel adaptado, 16:9, 4:3), seleção de borda (background) e reset. Para os jogos de Game Boy, é possível escolher também as nuances gráficas: paletas de 4 tons de cinza, sépia ou verde.
Os jogos tiveram sua essência preservada por completo, o que envolve a experiência em pura nostalgia. A taxa de quadros por segundo é de acordo com as plataformas originais de cada jogo e a qualidade visual, mesmo em bits, foi bem estruturada. O áudio como um todo foi aprimorado, e as falhas também foram preservadas, como nos consoles da época: vez ou outra as músicas entravam diferente, ou o som dos itens trocando destoava com um delay. É o charme dos jogos que não tinham atualizações e correções de bugs.
Para quem já jogou algum destes títulos, é um prato cheio de nostalgia. É uma coletânea que vale por ter as raridades Bloodlines e Kid Dracula. Aos novos jogadores, é a oportunidade de jogar algo clássico, sem depender de emuladores de terceiros. Como a Konami anunciou, também teremos as versões japonesas dos títulos, sendo a oportunidade de conhecer os diferentes níveis de dificuldades, design de personagens, ataques únicos e jogar sem a censura do Ocidente, que escondia símbolos religiosos, por exemplo.
A lista de troféus também é bem simples e não possui platina. Mas não se esqueça: Castlevania é famoso também pela dificuldade e níveis bem elaborados, cheios de artimanhas. O gameplay é intenso se quiser todos os troféus. Vale lembrar que alguns dos títulos possuem códigos para aumentar atributos, vidas, ou simplesmente direcionar ao nível desejado.
De brinde, a coletânea possui um livro digital chamado The History of Castlevania: Book of the Crescent Moon. O livro possui 80 páginas e contém ilustrações contando a criação e desenvolvimento dos títulos, com capas em diferentes versões, partes dos manuais de cada jogo, entrevistas com os produtores e diversas curiosidades.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Konami.
Veredito
Castlevania Anniversary Collection é, sem dúvidas, um emulador dentro do PS4. Considero isso um ponto muito positivo, pois a estética e formato são mantidos, preservando bugs e anormalidades dos jogos da época. Talvez não seja uma coletânea atrativa a novos compradores por ser restrita. Não entendi o motivo do save ser único para cada título, sendo que muitos deles podem ser jogados com diferentes personagens, códigos e rumos da história. Apesar de puxar pela nostalgia, poderia ter mais funcionalidades, como um player das músicas e opções divertidas que a emulação fornece.
Castlevania Anniversary Collection is, without a doubt, an emulator inside the PS4. I consider this a very positive point, since the aesthetics and format are maintained, preserving bugs and abnormalities of the games from that time. It may not be an attractive collection for new buyers because it is restricted. I do not understand why the save is unique to each title and many of them can be played with different characters, codes, and directions in the story. Despite pulling on nostalgia, it could have more features, such as a music player and fun emulation options.
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