Análise – AI: The Somnium Files

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AI: The Somnium Files é o novo título dirigido e escrito por Kotaro Uchikoshi, responsável por criar a série Zero Escape que é composta pelos jogos 999, Virtue Last Reward e Zero Time Dillema. A série Zero Escape ganhou popularidade devido à qualidade de seus títulos que contém excelentes tramas e personagens. AI, no entanto, não possui ligação alguma com a série Zero Escape, mas mantém o nível de qualidade pelo qual o diretor tornou-se reconhecido.

A história é focada no detetive da ABIS, Kaname Date, que investiga assassinatos em série cuja única semelhança entre as vítimas é que elas tiveram o olho esquerdo removido. Como todo detetive, Date deve investigar as cenas dos crimes para encontrar pistas e interrogar testemunhas e pessoas relacionadas ao crime para eventualmente encontrar o culpado. Date, no entanto, tem a disposição certas ferramentas que fazem dele um detetive especial.

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A primeira “ferramenta” é Aiba, uma inteligência artificial extremamente avançada que foi implantada no olho postiço de Date. Aiba é capaz de gravar tudo que Date enxerga, projetar uma imagem própria que só ele pode ver, hackear computadores e muito mais. Aiba tem sua própria personalidade e age como uma excelente parceira para Date, muitas vezes agindo de maneira mais séria perto da atitude normalmente brincalhona de Date.

A segunda ferramenta que Date dispõe é a máquina Psync, localizada na ABIS, uma divisão especial da polícia que utiliza esse maquinário para investigar crimes. A máquina Psync permite que uma pessoa entre no subconsciente de outra pessoa através de um sonho e, por meio deste, seja possível obter informações sobre o que realmente pensam ou sobre o que tentam esconder. Portanto, quando uma testemunha não quer cooperar com a investigação, Date utiliza da máquina para investigar a pessoa através de seus sonhos.

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Os sonhos, ou Somnium como são chamados no jogo, compõem as salas com os quebra-cabeças presentes no jogo. Date tem um limite de tempo de 6 minutos para revelar aquilo que a pessoa esconde antes que seja forçadamente ejetado do sonho. No entanto, sonhos não correspondem a realidade, portanto, o limite de 6 minutos também não funciona exatamente como limite de tempo para o jogador.

Em um Somnium, o jogador controla Aiba em sua forma projetada para explorar o sonho e interagir com os objetos em cada sala. Cada interação, no entanto, consome um pouco do tempo de seis minutos e é essa mecânica que compõe a parte “quebra-cabeça” do título. A administração do tempo faz com que o jogador deva se atentar a quais objetos investigar e quais ações devem ser tomadas, especialmente porque muitas interações podem gerar fichas que diminuem ou aumentam drasticamente o tempo consumido em cada interação.

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Como mencionado anteriormente, um sonho não se comporta como o mundo real. Portanto, o resultado das interações é muitas vezes inesperado. Existe uma certa lógica nos sonhos o que ajuda o jogador a deduzir qual objeto deve ser investigado ou qual ação deve ser tomada, mas também há os momentos que se resumem a tentativa e erro. Prevendo esse último cenário, é possível retornar em determinadas partes de um sonho ou reiniciá-lo sem nenhuma penalidade.

Assim como Zero Escape, AI tem vários finais, mas que são necessários para compor a história como um todo. Completar uma das rotas fornece informações ao jogador que são necessárias em demais rotas. Em algumas rotas específicas inclusive, o jogo trava o progresso até que o jogador complete outras rotas. É uma estrutura comum aos jogos do Uchikoshi apesar que, neste caso, não funciona tão bem como os seus jogos anteriores, sendo que muitas rotas têm finais não satisfatórios.

As bifurcações na história também acabaram fazendo com que o jogo fosse dividido em metades bastante diferentes: Uma que concentra boa parte da informação relevante para a história e outra que concentra boa parte das intrigas relevantes para a história. A primeira parte contém muito mais diálogo expositivo e poucos Somnium, enquanto que a segunda é essencialmente o contrário. Isso faz com que as duas partes tenham ritmos completamente diferentes (uma muito lenta e outra muito rápida) e é algo que poderia ser melhor equilibrado.

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Ao contrário de seus outros jogos, as diferentes rotas não são acessadas por meio de escolhas durante a história. As bifurcações ocorrem nos Somniums que possuem mais de um modo de serem resolvidos, portanto, para acessar uma nova rota é necessário rejogar um Somnium e resolvê-lo de maneira diferente. A estratégia funciona bem, pois o jogador irá rapidamente passar pelas partes que já conhece e tem acesso a novos quebra-cabeças dentro do mesmo Somnium. O jogo possuí um flowchart, permitindo que seja possível retornar ou revisitar qualquer capítulo da história a qualquer momento.

A história em AI é definitivamente o ponto forte do título principalmente ao constantemente desafiar e surpreender o jogador com os assassinatos, motivações e ações de cada personagem e muito mais, efetivamente prendendo atenção do jogador e surpreendendo das maneiras mais inesperadas. O título também se mostrou uma rara oportunidade para Uchikoshi, permitindo que escrevesse uma nova história sem se preocupar com a bagagem de jogos anteriores. Se comparado com os jogos anteriores do diretor, os gráficos e animações foram drasticamente melhorados fazendo com que seja muito mais proveitoso se imergir na história e em cada acontecimento.

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Cada cenário é têm vários objetos que podem ser explorados e recomendo que jogadores explorem com bastante zelo (se ainda há algo para explorar os nomes dos objetos aparecem em verde), pois contém vários diálogos opcionais que ajudam a construir, e muito bem, a personalidade cada personagem. São diálogos muitas vezes engraçados e que adicionam um charme ao jogo. Outro destaque são os atores americanos, cujas atuações foram excelentes no título.

Jogo analisado com código fornecido pela Spike Chunsoft.

Veredito

AI: The Somnium Files é um título obrigatório para fãs da série Zero Escape e também é um excelente título para aqueles que ainda não conhecem o trabalho do diretor Uchikoshi. AI conta com uma excelente história e personagens e um conceito bastante diferente dos jogos de hoje em dia e que precisa ser mais valorizado. É uma recomendação certa para aqueles que gostam de mistérios complexos e tramas intrigantes.

90

AI: The Somnium Files

Fabricante: Spike Chunsoft

Plataforma: ps4

Gênero: Aventura / Puzzle

Distribuidora: Spike Chunsoft

Lançamento: 17/09/2019

Dublado:

Legendado:

Troféus:

Comprar na

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AI: The Somnium Files is a must have for Zero Escape fans and an excellent starting point for those that still don’t know Uchikoshi’s work. AI tells an excellent story with great characters and uses a novel concept which is uncommon in nowadays games and should be more valued. It’s a game recommended to those who like to solve complex mysteries.

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AI: The Somnium Files is a must have for Zero Escape fans and an excellent starting point for those that still don’t know Uchikoshi’s work. AI tells an excellent story with great characters and uses a novel concept which is uncommon in nowadays games and should be more valued. It’s a game recommended to those who like to solve complex mysteries.

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