Amnesia: The Bunker é o quarto jogo que carrega o nome da franquia que é um marco dos jogos do gênero desde seu início em setembro de 2010. Lançado em 6 de junho de 2023 pela Frictional Games (mesma empresa que o desenvolveu), ele busca seguir os passos de seu predecessor, Rebirth, que conseguiu uma boa avaliação aqui na PSX Brasil quase três anos atrás.
Sem conexão com o roteiro dos outros títulos da franquia, o game em primeira pessoa conta a história de Henri Clément, um soldado que acaba ficando preso em um bunker da Primeira Guerra Mundial. Não demora muito e ele descobre que não está sozinho ali. Além de vários mortos, há também alguma criatura ameaçadora rondando pelas salas e corredores.
Sair dali deveria ser fácil, certo? Bom, não quando se está jogando um jogo de terror. Henri está preso dentro do bunker devido a uma explosão, e agora para ver a luz do dia ele precisará de uma nova explosão no corredor de saída. É conversando com um soldado ferido que ele descobre aonde precisa ir para encontrar explosivos e liberar seu caminho, mas adivinha só? As portas estão trancadas, algumas bloqueadas pelo outro lado, tudo isso sem mencionar o breu que reina no lugar inteiro em Amnesia: The Bunker. E para piorar, além de outros conselhos que podem vir a calhar, anotações de outros soldados alertam sobre o perigo de permanecer na escuridão.
Ninguém disse que seria fácil. Você possui uma lanterna, mas ela é de corda e faz barulho quando acionada. Talvez não seja muito inteligente usá-la a qualquer hora e em qualquer lugar… A melhor opção é o gerador presente no bunker, mas ele precisa de combustível, algo bastante escasso lá embaixo. Uma vez que você descobre um novo galão, não vai querer desperdiçá-lo à toa.
Em relação a armamento em Amnesia: The Bunker, a situação é triste. Quando pega a pistola pela primeira vez, ela vem sem munição. E quando você consegue bala, geralmente é uma só. Existem alguns tipos de granadas, mas são raras. Outros itens, como kits médicos ou trapos necessários para a criação desses mesmos kits, também podem ser encontrados.
Mas calma, nem se anime achando que dá para ficar com vários itens na mochila. A princípio serão apenas seis slots, e não é fácil aumentar esse número. A solução disponível é guardar itens que você sabe que não vai usar de imediato no baú próximo ao mapa do bunker e da lamparina pendurada no teto, usada para salvar seu progresso no jogo (sim, que lembra muito a sala segura de Resident Evil com seu próprio baú e sua clássica máquina de escrever).
Falando em itens, existem alguns para pegar na sala dos armários dos soldados, mas cada um deles tem um código necessário para abri-lo; e cada código, como descobrimos logo no início do jogo, está no verso da placa de identificação de seu respectivo dono. E assim seguimos em Amnesia: The Bunker. O jogo inteiro vai ser uma grande exploração no abrigo subterrâneo em busca de códigos e objetos. Além disso, espalhadas pelo bunker também estão fotos e anotações feitas por várias pessoas, que juntas contam a história de determinados indivíduos e o que de fato aconteceu ali.
Para ter acesso a todas essas coisas, puzzles precisarão ser resolvidos. E geralmente esses puzzles podem ser resolvidos de mais de uma forma (só cuidado com as possíveis consequências que virão). O próprio game fala em uma das telas de carregamento: “Há várias maneiras de superar a maioria dos obstáculos. Use sua inteligência e seu cérebro, experimente. Se você acha que dá para fazer algo, provavelmente dá.”
E falando em telas de carregamento, existem algumas outras que dão dicas bastante úteis, especialmente a respeito do som. Não só para tomar cuidado com os barulhos que você faz, mas também para prestar atenção no que você consegue escutar; e olha, esses sons realmente assustam. São gritos e tremores que acontecem do nada, alguns aleatórios, mas cada um deles motivos que colocam Amnesia: The Bunker na categoria de jogos de terror.
Um dos momentos mais marcantes para mim foi quando o jogo “realmente começou”. A curta parte a céu aberto já tinha passado, os comandos já tinham sido muito bem explicados, com detalhes de cada possibilidade de interação e criação de itens, e de fato o necessário sobre o jogo eu já sabia. Após isso, eu me vi rodeado pela escuridão, já dentro do bunker, e li a seguinte mensagem na tela: “Agora você está por conta própria.” De alguma forma, o desespero bateu.
Para os que gostam do gênero, Amnesia: The Bunker tem tudo o que esse tipo de jogo precisa. Além dos elementos de terror, as boas mecânicas e os comandos fáceis oferecem uma experiência agradável. Uma coisa, porém, me incomodou muito: toda vez que eu abria o jogo, tinha que esperar mais de dois minutos de carregamento até chegar ao menu principal, o que desanima muito. Além disso, travamentos eram constantes, e quando chegava em determinadas partes, o jogo crashava sem explicação e eu tinha que voltar do último save – e ainda por cima passando por toda aquela demora de novo.
Amnesia: The Bunker teve algumas atualizações antes do seu lançamento, e depois delas parei de experimentar os crashes, mas ainda assim os travamentos continuaram e a demora do carregamento também. Joguei no SP4, então há esperanças de que no PS5 esse tempo não será tão longo.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Frictional Games.
Veredito
Mesmo sem adições revolucionárias neste novo título, Amnesia: The Bunker não decepciona no quesito terror. A escuridão do subterrâneo realmente assusta e o enche de aflição, mas, apesar de não ser algo necessariamente negativo, o novo jogo da franquia traz mais do mesmo sem ser especialmente marcante. Para os amantes do gênero, porém, a experiência é bastante satisfatória, e será ainda mais quando os problemas técnicos forem resolvidos.
Even without revolutionary additions, Amnesia: The Bunker does not disappoint in the horror department. The darkness of the underground is really scary and fills you with anxiety, but, despite not being something necessarily negative, the new game in the franchise brings more of the same without being especially striking. For lovers of the genre, however, the experience is quite satisfying, and it will be even more when the technical issues are resolved.
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