Slitterhead – Review

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Quando Slitterhead, o primeiro jogo da Bokeh Game Studio, foi anunciado, eu vi um potencial lindo e criei dezenas de expectativas em cima dele. Isso se deve ao fato de que sua proposta lembra muito Parasyte, o anime disponível na Crunchyroll e que ganhou uma série live-action este ano na Netflix. No entanto, de acordo com os produtores, a principal inspiração para ele foi Jujutsu Kaisen.

Ao pegar Slitterhead para análise, me senti frustrado de diversas formas. Talvez tenha sido pelas expectativas criadas por mim no dia anúncio ou apenas porquê o jogo realmente não atende a nada daquilo que eu vi nos trailers. Seja lá qual for o motivo, falarei mais disso nesta análise.

Slitterhead
O jogo é bem violento e mostra tudo sem censura. Fonte: Divulgação

A história de Slitterhead se passa nas favelas do Japão, onde diversos cabeças-rasgadas (como é chamado no jogo legendado em Português do Brasil) se passam por humanos. No papel de um espírito sem nome, seu dever é possuir as pessoas com o objetivo de acabar com os cabeças-rasgadas e livrar o mundo da invasão completa desses monstros.

A história a longo prazo é até que interessante, mas é impossível não compará-lo com o anime / live-action Parasyte (mesmo sendo inspirado em Jujutsu), onde diversos alienígenas invadem a terra e se apossam dos corpos dos humanos, e o jogo Beyond Two Souls, que narra a história de Jodie, que está ligada a uma entidade chamada Aiden. Por conta dessa mistureba, você não consegue entender direito se é um jogo focado no espíritismo, divindades ou aliens.

Slitterhead
Os humanos que podem ser possuídos são destacados com uma luz azul na cabeça. Fonte: Divulgação

Após você se acostumar com o Night Owl (nome que o espírito recebe no começo do jogo), a aventura de verdade começa e você precisa caçar os cabeças-rasgadas pelas favelas. Não é possível possuir todos os humanos do jogo, já que alguns deles são mais resistentes a isso, mas uma vez que alguém é possuído, essa pessoa ganha o que chamam de poderes de sangue.

Os poderes de sangue basicamente criam armas que são feitas do próprio sangue da pessoa. Os humanos comuns possuem ataques básicos e, toda vez que uma batalha começa, um grupo de civis é colocado na “arena” para você ficar trocando de corpo para tentar derrotar os inimigos mais fortes.

O próprio jogo diz que “não existem protagonistas”, mas sim pessoas “raras” que possuem uma ligação mais forte com o Night Owl. Assim como acontece no anime de Parasyte, esses personagens especiais possuem habilidades exclusivas e que podem ser aprimoradas. Alex, por exemplo, usa uma espingarda e uma espada, já a Julee utiliza garras de sangue e consegue reviver e absorver vida dos humanos ao redor.

Embora pareça algo divertido, esse combate na verdade é frustrante, repetitivo e, para piorar, a jogabilidade não ajuda em nada. Muitas vezes você tenta mirar no inimigo e o personagem simplesmente começa a atacar os outros humanos, que também servem como host temporário para o Night Owl. Além disso, todos os ambientes são super apertados, e em diversos momentos a câmera prega peças e simplesmente some com o personagem nesses espaços menores. É uma verdadeira prova de resiliência e paciência para não passar raiva e evitar que seu personagem morra

Slitterhead
Alguns monstros são fáceis de identificar, já outros possuem formas duvidosas. Fonte: Divulgação

Durante os trailers exibidos pela Bokeh Games Studio, eu tive a impressão de que Slitterhead seria um jogo de mundo semi-aberto, onde você deveria ir atrás dos objetivos, caçar coletáveis e tudo mais. Acontece que nada disso aconteceu e o resultado final foi pior do que eu esperava.

O jogo é basicamente dividido em dias. Toda vez que uma missão acaba, você é levado de volta ao menu de seleção de missões, local onde é possível “conversar” com os protagonistas e, a partir disso, liberar novas tarefas. Além disso, aqui é possível aprimorar seus humanos raros com pontos adquiridos durante as suas aventuras.

O maior problema do jogo ter sido feito com essa proposta é que você se perde na linha do tempo, além disso, algumas histórias parecem não fazer o mínimo de sentido porque são simplesmente ignoradas depois de algumas horas de jogatina.

Slitterhead
Em cada missão é possível levar dois personagens raros, e em algumas delas o jogo exige que seja um em específico. Fonte: Divulgação

Sei que fui duro com o jogo até aqui, mas devo dizer que eles até que mandaram bem nos gráficos do ambiente. As favelas são bem construídas, com casas e bordéis bonitos e bem iluminados, além da representação perfeita do “submundo”. Já o design dos personagens, por outro, é o puro suco do horror. Com exceção dos protagonistas, os outros humanos têm uma aparência “chibi” misturada com algo mais realista, o que trouxe uma aparência péssima para os NPCs.

Para completar, não existe uma consistência na dublagem e o som é horrível. Alguns personagens falam em japonês, enquanto outros falam em inglês e olhe lá. Na maior parte do tempo, na verdade, não existe dublagem, apenas grunhidos ruins e sons que parecem arrotos, além de algumas frases soltas que não fazem o menor sentido.

Acredito que não colocar som algum e deixar vozes apenas nos personagens principais (e talvez em alguns outros “chave”), teria sido a melhor escolha. Do jeito que esses barulhos foram inseridos, parece que quiseram trazer qualquer coisa só para falar que tem, algo que, na minha opinião, não ajudou em nada.

Slitterhead
Os personagens raros possuem um tipo de arma secundária que gasta pontos de vida para dar mais dano. Fonte: Divulgação

Infelizmente, Slitterhead não só não atendeu minhas expectativas, como também se mostrou um jogo fraco que, embora tenha uma narrativa legalzinha, tem problema com linha temporal para explicar os fatos por causa do sistema de missões separadas, jogabilidade travada, fator replay quase nulo pela ausência de colecionáveis, entre outros.

Se você estiver em busca de algo para se divertir, passe longe desse jogo. Talvez no futuro, após algumas correções e com um preço mais baixo, ele valha a pena, mas hoje eu recomendo que guarde seu dinheiro para algo realmente bom.

Jogo analisado no PS5 com código cedido pela Bokeh Games Studio.

Veredito

Embora Slitterhead tenha uma história até que legalzinha, o jogo faz uma mistura genérica e doida de Parasyte com um tempero de Beyond: Two Souls. Com jogabilidade engessada, gráficos meia-boca, sistema de batalha fraquíssimo e áudio ruim, este jogo não vale o seu tempo e nem o seu dinheiro.

60

Slitterhead

Fabricante: Bokeh Game Studio

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Ação / Terror

Distribuidora: Bokeh Game Studio

Lançamento: 08/11/2024

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Slitterhead has a narrative that we can consider as an OK, however, it brings a generic and crazy mix of the Parasyte anime with a flavor of Beyond: Two Souls. With reasonable gameplay, half-assed graphics, a very weak battle system and bad audio, this game is not worth of your time or your money.

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Slitterhead has a narrative that we can consider as an OK, however, it brings a generic and crazy mix of the Parasyte anime with a flavor of Beyond: Two Souls. With reasonable gameplay, half-assed graphics, a very weak battle system and bad audio, this game is not worth of your time or your money.

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Rui Celso

Jornalista que decidiu se aventurar no mundo gamer desde o tempo em que as revistas eram a principal fonte de informação deste mundo do entretenimento. Hoje eu expandi meu universo e também faço parte do backstage deste universo atuando como Assessor de Imprensa. Só pra constar: Paper Mario é o meu jogo favorito da vida.

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