Flintlock: The Siege of Dawn – Review

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Um dos jogos que estava acompanhando desde seu anúncio é Flintlock: The Siege of Dawn. Muito em parte pelo trabalho da sua desenvolvedora em Ashen, mas também pela proposta e ambientação que foi proposto. A mistura de ação rápida com magias e armas de fogo num novo universo me interessou de imediato, mesmo que ainda tentasse seguir  tendência aplicando qualquer fórmula souslike ao projeto.

No mundo de Kian, a terra de Flintlock, os deuses estão livres e são completamente sanguinários. Trazendo os mortos à vida e atacando os remanescentes, os mesmo só podem ser enfrentados pelo exército da Aliança que pretender usar o possível para defender os vivos nessa guerra. No papel de Nor Vanek, uma sapadora da Aliança, o jogador se alia ao deus da morte Enki, com uma forma similar a uma raposa, que planeja ajudar a derrotar os deuses e restabelecer a ordem.

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Seguindo em um mundo fragmentado pelos ataques dos mortos e da tirania dos deuses, Nor e sua jornada junto a Enki vai ser conduzida pela necessidade de erradicar os deuses e fechar o portal dos mortos, descobrindo segredos e enfrentando perigos diversos pelo caminho até lá. Com a premissa de uma história até interessante, poderia ser aqui um dos grandes atrativos do jogo.

A narrativa da história tenta emplacar esse embate contra deuses do início ao fim, fazendo Nor viajar pelos mapas do jogo até alcançar seus grandes inimigos. Apesar de ir direto ao ponto, falta desenvolvimento até mesmo para entender o que são esses deuses e suas funções como personagens tão importantes aqui. Enki é o único melhor desenvolvido e exatamente por acompanhar Nor e compartilhar suas experiências com a protagonista, mas raramente desenvolvendo muito sobre os demais. O jogador passa a entender um pouco sobre o mundo e sobre seus adversários e recebe mais informações apenas sobre os dois principais personagens da história. No fim, você se verá tendo feito uma jornada sem entender muito a razão dela e com um final que de nada serve para justificar uma história que parece se esforçar em ser contada sem meio algum.

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Apesar da premissa interessante e já sabendo que qualquer desenvolvimento é raso, Flintlock: The Siege of Dawn acaba por precisar ser sustentado pelos outros pilares que formam o jogo, principalmente sua jogabilidade. Aqui temos uma mistura de sentimentos que podem até ser conflitantes, mas que no geral tendem a entregar uma boa experiência para o jogador.

Exploração e combate são os fundamentos básicos de Flintlock e funcionam de forma satisfatória, com o segundo sendo ainda mais relevante e completo. Com um sistema de áreas mais abertas e com foco na transição mais rápida via portais de Enki, atravessar os mapas e descobrir seus atalhos é bastante gratificante e até mesmo com uma sensação de novidade. Poder explorar sem muitas indicações e se surpreender com um baú aqui e ali é claramente positivo. Entretanto, a recompensa final acaba não justificando alguns percalços, como sofrer em partes de plataformas imprecisas com pulos duplos e dash não tão refinados para receber uma parte de armadura ou item não muito útil acaba deixando o ato de explorar pouco valioso.

Com o jogo se autointitulado um “soulslite”, tentado introduzir uma abordagem mais simplificada da fórmula usada à exaustão hoje em dia, a ideia seria mais de usar o estilo como inspiração e tentar ser único. O que realmente acontece é pouco além da seleção de dificuldade no menu inicial e mais uma repaginação daquilo que já vimos em diversos outros títulos, de sucesso ou não.

O combate se fundamenta nas ações de Nor e de Enki. Enquanto o deus da morte pode distrair, preparar e amaldiçoar inimigos para facilitar o combate, Nor usa seu machado e armas de fogo para liquidar cada um dos adversários. Combos envolvendo as duas ações e variação de armas resultam em retirar armaduras de inimigos mais facilmente e maiores multiplicadores da reputação (XP) do jogo. Com novas habilidades, armas e melhorias, a variação de combate vai crescendo, assim como é possível aprofundar em estilos que favorecem a luta contra certos tipos de inimigos.

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De certa forma, o combate é o grande atrativo do jogo e realmente é divertido por boa parte dele. A implementação das esquivas via pulo, pulo duplo, esquiva, refletir ataques ou interrupção por arma de fogo cria situações diversas e interessantes, mesmo que algumas possam ser atrapalhadas por certos problemas. A pouca variação de inimigo e falta de polimento que interfere no combate, como hitboxes imprecisas e alguns atrasos de movimentos, mostram que mais algum tempo dedicado nesse aspecto deixaria o jogo ainda melhor.

Outro ponto que diminuiu a qualidade do combate no jogo foram as lutas contra chefes de forma geral. Enquanto as primeiras são mais desafiadoras, com inimigos mais forte que se tornarão adversários comuns no futuro, as grandes batalhas contra deuses chega a ser desinteressantes e entediantes, com movimentos repetidos e fases de batalha maçantes que vão consistir em apenas subir o medidor de maldição do chefe antes de executá-lo.

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Tanto a falta de contexto para os deuses e uma narrativa que favorece todo o antagonismo de cada um, quanto as batalhas acabam deixando um gosto amargo no fim do jogo e isso inclui a batalha final. Faltou capricho e maior cuidado para que o jogador se interessasse por essa parte, já que no que é entregue, a exploração de uma vila e eliminar o chefe ali, que deveria ser um desafio menor, parece mais interessante.

Mesmo assim é possível conferir um trabalho de qualidade da A44 Games e sua evolução. Lembrando que podemos enquadrar o título como um “AA” e num custo menor quando comparado a outros jogos no mercado, podemos ver que não faltaram esforços ao criar um novo universo e aplicar um combate interessante nele como os maiores pontos positivos.

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Visual e tecnicamente temos também uma boa entrega de forma geral. Ainda que não seja um ápice visual da atualidade, há muita qualidade em efeitos e estilo artístico aqui também, com uma performance sólida mesmo apresentando oscilações maiores na taxa de quadros em áreas próximas ao fim do jogo.

Flintlock: The Siege of Dawn é um bom pacote recomendado aos que procuram um jogo de ação um pouco mais diferente, mesmo que a alcunha de “soulslite” possa parecer errada e impedir o jogo de tentar ser uma proposta de ação mais tradicional, o que poderia resultar em algo melhor. Há problemas, mas também um bom combate e conteúdo para 15 a 20 horas pelo preço de quase 40 dólares (ou quase R$200). Com o preço sendo um dos atrativos e já possuindo bons fundamentos que podem ser ainda melhorados com correções pontuais, vale a pena arriscar para os que estavam curiosos e interessados na proposta como eu também estava.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Kepler Interactive.

Veredito

Um bom combate é o que mais se destaca em Flintlock: The Siege of Dawn pela A44 Games. Ainda que o universo seja interessante para ser descoberto e tenha um sistema de exploração decente, há problemas pontuais que impedem o jogo de se destacar ainda mais.

75

Flintlock: The Siege of Dawn

Fabricante: A44 Games

Plataforma: PS5

Gênero: RPG / Ação

Distribuidora: Kepler Interactive Limited

Lançamento: 18/07/2024

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Good combat is what stands out most in Flintlock: The Siege of Dawn by A44 Games. Even though the universe is interesting to learn more about and has a decent exploration system, there are specific problems that prevent the game from standing out even more.

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Good combat is what stands out most in Flintlock: The Siege of Dawn by A44 Games. Even though the universe is interesting to learn more about and has a decent exploration system, there are specific problems that prevent the game from standing out even more.

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