Balatro – Review

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Balatro é um roguelike deckbuilder baseado nas mãos de pôquer, publicado pela PlayStack Games e desenvolvido por um único desenvolvedor que se mantém anônimo como pessoa, por trás da empresa LocalThunk. A demo do jogo foi lançada ano passado para PC e desde então, o jogo vem angariando mais e mais reconhecimento, até o seu lançamento completo para todas as plataformas, incluindo PS4 e PS5, nesse começo de 2024.

Balatro me chamou atenção por conta dos relatos de jogadores que estavam absolutamente viciados na demo lançada para PC, não conseguindo desgrudar do jogo, principalmente para quem jogava no Steam Deck. Com o lançamento iminente para consoles, decidi dar uma chance, e fico feliz com essa decisão.

Balatro é um roguelike deckbuilder que utiliza as mãos e a dinâmica do pôquer para pontuar. São muitas palavras as quais eu não era familiarizado, mas aos poucos eu fui entendendo como Balatro é, na sua essência, um jogo simples, e na sua mecânica, extremamente profundo e complexo.

O jogo começa te introduzindo às dinâmicas do jogo, pouco a pouco, até soltar a sua mão e a rodinha da bicicleta. A cada rodada, você recebe uma mão com oito cartas, e com estas oito cartas, você precisa fazer uma jogada de pôquer com até cinco cartas. Entre as jogadas estão carta alta, par, dois pares, trinca, sequência, flush, full house, quadra e straight flush.

Parece que para por aí, mas o buraco é bem mais fundo. Cada jogada tem uma pontuação específica, entre “chips” (pontuação de cada carta) e “mults” (multiplicadores do total dos chips). Somadas as cartas e multiplicadas pelo seu “mult”, uma pontuação é gerada, que é somada ao longo daquele turno, para alcançar a pontuação mínima para passar de round. Se passarem todas as mãos jogadas e descartes possíveis num único round sem alcançar essa pontuação, é fim de jogo.

A cada round, essa pontuação mínima vai subindo, exigindo que o jogador aprimore suas jogadas com cartas adquiridas pela loja, acessada pelo jogador ao final de cada round. Nessa loja, você acabará “construindo” seu deck para potencializar as jogadas, com coringas que possuem todos tipos de habilidades distintas, cartas de planeta que sobem o nível de jogadas específicas, cartas de tarô que afetam as mãos durante um round, entre outras.

O grande momento de revelação em Balatro está justamente na construção contínua de um deck que potencialize suas mãos no ritmo que o jogo aumenta as pontuações mínimas de cada round. Se o seu deck não estiver à altura de uma pontuação mínima alta, o game over fica muito mais próximo do que se imagina.

O truque é encontrar combinações de coringas, planetas, tarôs e outras cartas que potencializem a contagem de “chips”, mas principalmente de “mults”. Com cartas que somam aos “mults”, e depois outras que ainda multiplicam esses “mults”, você pode chegar a mãos que pontuariam centenas de pontos para mãos que podem ultrapassar as dezenas de milhares de pontos – o céu é o limite.

Essa profundidade e combinações quase infinitas a serem exploradas que fazem com que Balatro realmente tenha um fator viciante muito alto. Como a loja traz combinações aleatórias para a venda depois de cada round, você pode experimentar novos truques a cada vez. Mas lembre-se, com o game over, você volta a estaca zero, com a exceção de novos coringas que pode ter habilitado durante sua jogatina e que passam a entrar na rotação da loja.

O visual do jogo é muito bonito, simples e direto ao ponto. A arte se resume aos desenhos das cartas, como os coringas e os tarôs, enquanto o design 2D em pixel das cartas e da mesa ajudam a não distrair o jogador, principalmente quando rounds tensos pressionam a tentar calcular a melhor jogada para conseguir completar aquele round e chegar ao próximo.

A trilha sonora talvez seja um dos únicos pontos negativos de Balatro. Os efeitos sonoros são simples também, porém eficientes para sinalizar erros e acertos do jogador, porém a trilha sonora é unidimensional. Para um jogo em que é fácil passar várias horas seguidas jogando, a trilha sonora não tem variedade, mas também nada que o jogador não possa resolver com sua própria trilha sonora através do Spotify ou mesmo ouvindo podcasts enquanto joga.

E aí aparece outro ponto que talvez seja uma opinião pessoal, mas que eu compartilho com muitos que jogam Balatro por várias horas a fio. O jogo, pela sua natureza, se presta mais para aparelhos portáteis do que necessariamente para alguém que vá sentar à frente de uma televisão grande, sentado, parado por várias horas seguidas. Não é algo que seja impossível de fazer, isso é óbvio, mas é um dos poucos jogos que joguei na última década que verdadeiramente se presta mais para esses aparelhos.

De resto, é só alegria. O fator de replay é infinito, assim como as jogadas que você pode descobrir e experimentar em Balatro. Pelo preço acessível, entrada relativamente simples ao universo do jogo, mas com uma profundidade imensa, esse lançamento, vindo de um único desenvolvedor anônimo, talvez seja uma das maiores surpresas de 2024.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela PlayStack.

Veredito

Balatro é um verdadeiro fenômeno. Simples em sua execução, mas gigante em sua complexidade.

95

Balatro

Fabricante: LocalThunk

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Roguelike Deckbuilder

Distribuidora: Playstack

Lançamento: 20/02/2024

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

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Balatro is a true phenomenom. Simple in its execution, but enormous in its complexity.

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Balatro is a true phenomenom. Simple in its execution, but enormous in its complexity.

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