The Last of Us Part II Remastered – Review

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Quando The Last of Us Part II foi anunciado na PlayStation Experience de 2016, os fãs foram simplesmente à loucura. Existem diversos vídeos na internet de reações desse momento e, devo dizer que são emocionantes pelo simples fato de ser um dos jogos mais esperados de todos na época.

Com o lançamento oficial em junho de 2020 – bem no meio da pandemia -, o jogo mostrou-se exatamente tudo aquilo que prometia: envolvente, emocionante, dinâmico, aprimorado e com uma história que vai muito além da Ellie e do Joel. É uma narrativa sobre vidas e como as pessoas estão lidando com esse caos no cotidiano.

O timing do lançamento não foi dos melhores, afinal, um jogo sobre pandemia estava sendo lançado durante uma que acontecia na vida real. Qual seria a reação do público perante a isso? Mesmo sofrendo com review bombing devido ao fato da Naughty Dog ter “oficializado” a Ellie como um personagem homossexual, o jogo não deixou de ser sucesso e, de acordo com o vgchartz, chegou a vender mais de 10 milhões de unidades até os dias de hoje.

Com a chegada do PlayStation 5 ao mercado e o enxame de jogos que receberam atualizações para uma melhor performance no console, muito se esperou do dia que isso aconteceria com The Last of Us Part II, e agora, pouco mais de três anos após o lançamento oficial do console, The Last of Us Part II Remastered finalmente chegou e, junto com ele, diversos extras que enriquecem ainda mais a história de sobrevivência neste mundo apocalíptico.

O redator Paulo Montanaro fez a análise do jogo original para PS4, tendo isso em vista, não focaremos tanto na campanha principal, mas sim nos extras que a Naughty Dog trouxe com essa remasterização e claro, se vale a pena o investimento.

The Last of Us Part II Remastered
A saga de Ellie em busca de vingança dá o pontapé inicial na verdadeira trama por trás de The Last of Us Part II. Fonte: PS5 Create

Muitos jogadores já tiveram acesso a The Last of Us Part II e à história trágica que se segue em sua sombra. Porém, é preciso enfatizar (e lembrar) aqui que o título não trata apenas sobre a Ellie e o Joel, mas sim de pessoas e o que elas estão dispostas a fazer para permanecerem vivas.

Quando joguei o jogo pela primeira vez, não entendia o porquê da Ellie sair em busca de vingança pelo ocorrido, já que essa é uma situação que gera um eterno ciclo vicioso: se você mata um dos meus, eu vou atrás dos seus. E é exatamente isso que acontece aqui. Porém, foi só durante uma cutscene do jogo que eu consegui entender os motivos que levaram Ellie àquele ponto crucial da trama.

Na versão remasterizada eu tive tempo (e vontade) de analisar cada canto desse mundo apocalíptico, lendo cada uma das notas deixadas por outros sobreviventes e entendendo que a história de Last of Us Part II Remastered não é mais apenas sobre a garota imune, mas sim sobre como as pessoas conseguiram se adaptar em meio aos infectados e com a – provável – inexistência de uma cura.

O legal de The Last of Us Part II Remastered é justamente a dualidade que ele traz sobre os dois pontos de vista. Ele não quer que você veja apenas o lado dos supostos protagonistas, mas sim o de todos os envolvidos. Na visão do jogador, pode ser lindo o que Joel fez no final do primeiro jogo, mas a Naughty Dog fez questão de mostrar que nenhuma decisão está livre de consequências, sejam elas boas ou ruins.

The Last of Us Part II Remastered
Os gráficos gerados pelo PS5 tornam essas cenas ainda mais emocionantes que o original. Fonte: PS5 Create

Para este review, eu não precisava necessariamente jogar a história inteira novamente, já que eu sei a narrativa dos pés à cabeça e ela já foi analisada no passado. Mas a verdade é que o jogo está tão lindo, que eu senti vontade de jogar tudo novamente nos modos Sobrevivente + e Punitivo +.

Algo muito legal que eles trouxeram, foi a possibilidade de transferir seu save do PS4 para o PS5. Você consegue jogar com modificadores de armas infinitas, matar com apenas um tiro e até mesmo acessar as novas skins, desde o início, sem precisar encarar tudo novamente. Isto, obviamente, só estará disponível desde o príncipio para aqueles que possuem algum save de PS4 no console.

Todos esses novos recursos que incentivam uma revisitada em The Last of Us Part II Remastered, somados aos gráficos belíssimos, tornam o título ainda mais surpreendente que o original.

Graficamente falando, aqui você vive a experiência definitiva com o poder do PlayStation 5. É simplesmente incrível o trabalho que a Naughty Dog fez e, sem sombra de dúvidas, posso dizer que é um dos jogos mais belos e que melhor aproveita a capacidade do console.

Durante sua jornada, é possível ver pequenos detalhes, como insetos voando na sua tela, a água das correntezas, a grama e até mesmo o sangue na hora de explodir alguns miolos perto de superfícies, onde fica nítido o sangue espalhado e com diversas minúncias perceptíveis apenas no PS5.

É importante ressaltar apenas que toda essa beleza só é possível com uma TV de nova geração. Alguns títulos atuais, como Spider-Man 2, por exemplo, utilizam de tecnologias como o VRR para aumentar o fps, sem perder a qualidade. Em The Last of Us Part II Remastered não é diferente.

Caso você opte pelo modo performance, irá jogar na qualidade de 1440p, no entanto, se sua TV tiver as tecnologias necessárias, o jogo rodará na qualidade máxima (4K), com uma taxa de quadros variável entre 60 e 120fps. A verdade é que jogar no modo performance não tem o mesmo impacto que no modo qualidade, já que fica aquela sensação de que você está apenas acessando a versão “aprimorada” do PS4 para o console.

Os gráficos de The Last of Us Part II Remastered são tão lindos, que toda oportunidade que tinha utilizava o modo fotografia para capturar essas maravilhas. Fonte: PS5 Create

Eu poderia ficar horas aqui escrevendo sobre o que eu penso de cada personagem de forma individual, afinal, o bem e o mal varia muito do ponto de vista de quem está vendo. Porém, como o foco aqui são as novidades da versão remasterizada, iremos pular toda essa parte da história e das mecânicas e ir direto ao ponto.

Fases Perdidas

As Fases Perdidas, presentes apenas em The Last of Us Part II Remastered, trazem partes inacabadas do jogo em pré-alfa, ou seja, elas não entraram na versão final do título.

Antes de dar início a cada uma das fases, Neil Druckmann, diretor de The Last of Us, aparece para dar um pouco de explicação do porquê elas foram excluídas da versão final, o que é muito divertido, já que você consegue pegar o contexto do desenvolvimento do título e até mesmo se aprofundar mais na história.

A primeira fase perdida é a festa em Jackson, que antecede o beijo entre Ellie e Dina. Ela só é vista em flashbacks da nossa protagonista, e aqui você tem alguns outros detalhes do roteiro, como a tatuagem que cobre a mordida de Ellie, por exemplo.

Por ser uma fase em pré-alfa, você vai ver que o jogo está claramente cheio de coisas inacabadas e que os personagens não possuem nem mesmo vozes, no entanto, existe a possibilidade de habilitar balões de comentários dos desenvolvedores, algo que eu recomendo fortemente para você enriqueça ainda mais seu conhecimento sobre os personagens de forma geral.

The Last of Us Part II Remastered
Transferir o save do PS4 para o PS5 permite que você rejogue o jogo em modos difíceis com New Game Plus ativado. Fonte: PS5 Create

As outras duas fases perdidas são o Esgoto de Seattle e A caçada. A primeira é uma parte estendida da Ellie nos esgotos da cidade, enquanto que a última é a experiência vivida por ela de um momento descrito em seu diário no fim do jogo.

As Fases Perdidas são curtas e muito rápidas, mas o que me chamou a atenção aqui, não foram apenas os comentários dos desenvolvedores, que mostram tudo sob a perspectiva deles, mas também o quanto a Ellie lembrava de Joel em seus últimos momentos, fato que alimentou ainda mais o seu desejo por vingança.

Durante a história, Ellie lembra de Joel em diversos momentos, porém, de modo carinhoso e afetuoso, não do que aconteceu com ele, de fato. Neste modo você percebe que seria muito mais interessante colocar esses trechos na versão final para mostrar o que fez Ellie seguir em frente com seu desejo de acabar com Abby.

The Last of Us Part II Remastered
As skins podem ser liberadas jogando o jogo em dificuldades mais altas e cumprindo desafios no modo Sem Volta. Fonte: PS5 Create

Bastidores

Eu sou o tipo de pessoa que adora ver o making of das coisas. Todo o processo de criação me deixa ainda mais entusiasmado para jogar o produto final porquê eu gosto de saber a visão dos desenvolvedores na hora de tirar algo do papel. Com a nova área dos Bastidores em The Last of Us Part II Remastered, eu tive exatamente isso à minha disposição.

Aqui você tem acesso ao trailer Punitivo II: a criação de The Last of Us Parte II, por exemplo, onde é possível ver todo o processo de desenvolvimento, as barreiras encaradas e a tensão que foi lançar um jogo durante a pandemia do coronavírus. Além disso, eles colocaram também o podcast oficial de The Last of Us para que os jogadores possam se aprofundar ainda mais nesse universo. O único ponto negativo disso é que todos eles são em inglês e não há qualquer legenda, já que é somente em áudio, então apenas se você dominar a língua é que vai tirar realmente proveito disso.

Embora toda essa parte dos bastidores seja muito mais voltada para entendedores da língua inglesa, é interessante ter acesso a isso, afinal, em algum momento você pode aprimorar o seu vocabulário. Além das artworks oficiais do que poderia ter saido do papel, existe a opção de habilitar comentários dos desenvolvedores durante as cenas da campanha principal. Mesmo que você já tenha jogado a versão de PS4, vale a pena revisitar tudo isso com essa opção ativada.

The Last of Us Part II Remastered
Além de Mortal Kombat, você encontra camisetas de Death Stranding, Destiny e muitos outros. Fonte: PS5 Create

Extras

Conteúdos adicionais são sempre bem-vindos em qualquer jogo, ainda mais em um que está sendo relançado como uma remasterização. Pensando nisso, a Naughty Dog adicionou algumas formas divertidas de estender a jogatina em The Last of Us Part II Remastered.

A maior novidade aqui na sessão de extras é a presença da Performance com Violão, que dá acesso a uma área exclusiva só para você botar em prática os seus dotes musicais. Eu arrisquei um pouco, mas a verdade é que isso não é para mim. Existem diversos instrumentos que podem ser comprados com pontos, bem como cenários e alguns personagens, mas é algo muito mais voltado para quem gosta de tocar o instrumento ou gostaria de tentar tirar algumas notas.

The Last of Us Part II Remastered
O único momento em que realmente o violão funciona pra mim, é no modo história, pois tenho zero vocação pra tocar. Fonte: PS5 Create

Sem Volta

O maior trunfo de The Last of Us Part II Remastered é, sem sombra de dúvidas, o modo Sem Volta. Aqui você tem acesso a desafios no estilo roguelike e precisa encarar diversos cenários conhecidos do jogo, como o teatro, Jackson, a casa de fliperama e muitos outros.

As sessões são compostas por diversos desafios distintos, que vão de resistência à caçada, cada uma delas com suas peculiaridades e regras. No modo de captura, por exemplo, é necessário chegar ao cofre cheio de suprimentos e destrancá-lo, antes do tempo acabar.

Toda sessão termina com um chefe, e caso você morra antes disso, alguns mods podem não ser liberados. Para facilitar sua vida, existe nível de dificuldade e é possível habilitar algumas trapaças, como munição infinita, porém, caso faça isso, os pontos não serão contabilizados.

Este é o modo que mais traz fator replay à remasterização, já que ele te instiga a cumprir os desafios para desbloquear personagens e outros modificadores benéficos para o jogador. Além, é claro, de novas skins super legais para a campanha principal.

Caso você seja corajoso o suficiente para encarar os desafios, também consegue personalizar partidas com pontos muito específicos, como dano mais alto ou inimigos mais resistentes. Existe também missões diárias que expiram em 24h e garantem itens exclusivos para as sessões.

The Last of Us Part II Remastered
Alguns cenários também trazem malefícios ao jogador, como névoa densa, que dificulta a visibilidade dos inimigos. Fonte: PS5 Create

Eu, particularmente, penso que a Naughty Dog poderia ter mantido o multiplayer de The Last of Us Part II e deixar Sem Volta como um conteúdo adicional para desbloquear extras na aventura.

Embora Sem Volta seja bem viciante, nada subtitui aquele gostinho de derrotar adversários “reais” num PvP de The Last of Us, como se você realmente estivesse dentro do jogo lutando para sobreviver. Infelizmente, parece que o multiplayer foi cancelado para dar lugar a este modo que, mesmo não sendo ruim e consiga divertir, não entrega a mesma experiência que é estar ao lado de um amigo enfrentando facções rivais.

The Last of Us Part II Remastered
Jogar com personagens da campanha principal é divertido, mas já imaginou se pudesse usá-los contra outros jogadores?

A chegada do PS5 ao mercado abriu muitas portas para os desenvolvedores darem um novo olhar a seus jogos. Diversas remasterizações e remakes foram feitos para a nova geração, e a verdade é que isso está bem longe de acabar. Mas se as remasterizações forem como The Last of Us Part II Remastered, eu não vou ter do que reclamar.

A Naughty Dog não trouxe apenas uma repaginada gráfica, mas diversos outros conteúdos que não só aprofundam o jogador na narrativa, como também divertem e mostram o lado não visto do processo de criação, algo extremamente relevante para quem não gosta de pontas soltas, como é o meu caso.

No review do jogo original, nosso redator deu 98%, agora, com todas as melhorias e conteúdos adicionais, posso dizer que The Last of Us Part II Remastered merece 100%, a nota máxima aqui do site.

Como disse anteriormente, a qualidade gráfica do PS5 aumentou ainda mais o drama nas cenas do jogo, deixando tudo ainda mais real. Além disso, todos os conteúdos extras tornam o fator replay ainda maior e melhor. The Last of Us Part II Remastered é perfeito em cada detalhe que se propõe e merece ser rejogado.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment.

Veredito

As pessoas podem crucificar as empresas que remasterizam jogos ao invés de criar novas obras, porém, quando algo sai tão bem feito quanto The Last of Us Part II Remastered, não há ‘hater’ no mundo que consiga achar defeitos para reclamar. Todos os extras aumentam demais a vida útil do jogo e conseguem aprofundar o jogador ainda mais na narrativa de uma forma extraordinária. Se você jogou a versão original e tem um PS5 em casa, a compra (ou o upgrade) é obrigatória.

100

The Last of Us Part II Remastered

Fabricante: Naughty Dog

Plataforma: PS5

Gênero: Ação / Aventura

Distribuidora: Sony Interactive Entertainment

Lançamento: 19/01/2024

Dublado: Sim

Legendado: Sim

Troféus: Sim (Inclusive Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

People can crucify companies that remaster games instead of creating new works, however, when something is as well done as The Last of Us Part II Remastered, there is no hater in the world who can find flaws to complain about. All the extras greatly increase the lifespan of the game and can deepen the player even further into the narrative in an extraordinary way. If you played the original version and have a PS5 at home, purchasing (or upgrading) is mandatory.

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People can crucify companies that remaster games instead of creating new works, however, when something is as well done as The Last of Us Part II Remastered, there is no hater in the world who can find flaws to complain about. All the extras greatly increase the lifespan of the game and can deepen the player even further into the narrative in an extraordinary way. If you played the original version and have a PS5 at home, purchasing (or upgrading) is mandatory.

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Rui Celso

Jornalista que decidiu se aventurar no mundo gamer desde o tempo em que as revistas eram a principal fonte de informação deste mundo do entretenimento. Hoje eu expandi meu universo e também faço parte do backstage deste universo atuando como Assessor de Imprensa. Só pra constar: Paper Mario é o meu jogo favorito da vida.

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