Berzerk: Recharged – Review

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Os anos 80 foram fundamentais para a Atari e parte de minha essência como gamer. De um Atari CCE VG-2800, passando para o Atari 2600, desde então permaneço sempre ligada ao mundo dos games, acompanhando um processo evolutivo que dura 30 anos, passando pelos mais diversos estágios, inovações e implementações que desafiam a imaginação e a capacidade tecnológica de desenvolvimento até hoje.

Muitos da geração atual conhecem a Atari apenas como um a referência da cultura pop, cujo logo surge em estampas de camisetas, canecas e afins. A Atari pavimentou a base para a indústria de videogames como conhecemos hoje, saindo dos fliperamas e entrando na residência de milhares de pessoas como entretenimento familiar. A ideia de competição no mundo dos games também surgiu através da Atari e graças a esse conceito, temos o cenário competitivo desenvolvido até hoje.

Berzerk, o original, estava entre meus cartuchos no Atari 2600, com um conceito simples de sobrevivência, se passando dentro de um labirinto, enfrentando inimigos através de “salas”, direcionando jogadores a máxima pontuação possível. Lembro de competir com primos e amigos anotando os valores em cadernos, com todos impulsionados pela vitória no final do dia.

O personagem do jogo era o último sobrevivente de um grupo que partiu para efetuar explorações no planeta Mazeon, no ano 3200, cuja nave acaba destruída pelos automazeons, robôs controlados por Evil Otto, um ser cuja loucura não permite sobreviventes. Nosso objetivo é eliminar os automazeons, sobrevivendo sempre, evitando a todo custo as investidas de Otto.

O título possuía uma trilha sonora famosa, repleta de elementos de música eletrônica pulsante e efeitos sonoros intensos, aumentando a tensão e adrenalina. Além disso, foi um dos primeiros jogos que utilizou a voz digitalizada além de ser pioneiro como um dos principais jogos a apresentar elementos de interação com jogadores. Como resultado, a mecânica de interação com Evil Otto adicionava um elemento de urgência, sempre direcionando os jogadores e forçando ações.

Com o lançamento de Berzerk: Recharged, a Atari, juntamente com a Sneakybox entregam Berzerk em uma versão moderna, cuja essência é mantida. No novo jogo, nosso personagem dispara em várias direções, eliminando os robôs que surgem por todos os lugares, sempre enfrentando entre os níveis Evil Otto, agora como uma face “sorridente” esférica, que sempre persegue os jogadores, sendo imparável e indestrutível.

Como todo bom jogo da Atari, o estilo arcade composto da pontuação mais elevada possível é mantida, com comandos simples como mover, atirar, correr e o uso de um poder. As salas são geradas aleatoriamente, compostas de elementos que vão desde robôs a dispositivos que causam dano, permitindo que jogadores utilizem também power-ups especiais que modificam o tiro.

Entre os power-ups alguns exemplos como: o “tiro ricochete” (libera tiros pelo cenário que são direcionados pelas paredes dos níveis, atingindo inimigos), o “modo grande” (o laser ganha proporções maiores). “vida” (aumenta um bloco do nível de vida), “arma elétrica” (solta um feixe de laser enorme e lento), “impenetrável” (um escudo circular garante a proteção do personagem), “mina” (aciona uma mina em local determinado pelo jogador, cujo contato com inimigos causa sua eliminação), entre outros.

O estilo de jogo sempre será frenético, com dificuldade um pouco elevada, cujos comandos são efetivos e a movimentação é sempre responsiva e fluída, garantindo que o jogador não se perca em meio ao caos de tiros pelo cenário. Berzerk: Recharged sempre força a nós jogadores, a transição pelos cenários com o surgimento de Evil Otto, após uma contagem regressiva. Isso torna a dinâmica sempre ágil e desafiadora, pois conforme avançamos, a sensação de caos aumenta. O comportamento dos robôs são dinâmicos, com alguns bem fáceis de eliminar e outros mais complicados de serem evitados com o sistema de esquiva.

Nas salas, desafios diferentes nos cenários aumentam a dificuldade, com obstáculos adicionais englobando paredes para destruição e acesso ou partes eletrificadas, sempre aleatórias de um cenário para o outro. O jogo, obviamente, não foge do sistema repetitivo, mas essa é a base de um arcade, o foco na pontuação, eliminação de inimigos, o potencial de destreza do jogador e a competição. O medidor de vida torna o jogo “mais acessível”, porém, em se tratando de Berzerk: Recharged, as mortes serão frequentes. Limpando as salas, sua pontuação será melhor, mas Evil Otto dará dor de cabeça. Acima de tudo, prepare-se para tentativas e erros frequentes.

O que percebo é que, basicamente, Berzerk: Recharged teria potencial implementando recursos mais inovadores e não somente um remake simples, perdendo a oportunidade de se sobressair e despertar o interesse de uma gama maior de jogadores. Conforme mencionado acima, reconheço que o jogo foca na dinâmica sobre o domínio da mecânica, onde jogadores devem aprender os padrões de movimentos dos inimigos, aprimorando suas habilidades, em busca da aquisição de pontos cada vez mais altos, travando uma verdadeira batalha contra o tempo e a destreza.

O sistema de combos para obter maiores pontuações é excelente, com pontos extras ao realizar determinadas ações, dando uma camada extra de desafio e estratégia, necessário para manter minha atenção durante algum tempo. O foco na pontuação dos jogos proporciona a oportunidade de criar jogadores engajados, competitivos, dispostos a utilizar suas estratégias ao máximo.

A importância desse tipo de jogo no mercado de jogos é válida, indo além de suas características gráficas excepcionais, aumentando o desenvolvimento cognitivo, a toma de decisão eficaz, o aumento do raciocínio lógico estratégico e a coordenação motora, habilidades essenciais para a vida das pessoas no dia a dia. De gráficos pixelados e desenvolvimento limitado, a Atari proporciona uma tentativa ímpar de renovação, cujo mérito não irei desmerecer. O que sempre me atrai como um “imã” para seus títulos é justamente o peso de sua história e a essência e base do que formam um gamer em um excelente jogador. Sem essas características fundamentais, muitos jogos atuais se tornarão verdadeiros “pesadelos” e a base proposta é válida até hoje.

Berzerk: Recharged é uma pequena aposta da Atari para jogadores aficionados em jogos que remetem a história dos games, procurando uma nova proposta que acerta, porém, limita-se a uma diversão garantida por pouco tempo. Um clássico que agradeço por ter em minha biblioteca, porém, caso não seja um apreciador de jogos estilo arcade indie, esse jogo não é para você.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Atari.

Veredito

Berzerk: Recharged é divertido por um tempo limitado e acerta ao utilizar elementos fortes de jogos arcade. Porém, uma abordagem mais ousada garantiria um público ainda maior para o clássico da Atari em sua nova versão.

70

Berzerk: Recharged

Fabricante: SneakyBox

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Ação

Distribuidora: Atari

Lançamento: 09/11/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

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Berzerk: Recharged is fun for a limited time and gets it right by using strong arcade game elements. However, a bolder approach would guarantee an even larger audience for the Atari classic in its new version.

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Berzerk: Recharged is fun for a limited time and gets it right by using strong arcade game elements. However, a bolder approach would guarantee an even larger audience for the Atari classic in its new version.

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