Os jogos conhecidos como ‘Games as a Service’ (GaaS) estão tentando conquistar os jogadores de diversas formas. Alguns conseguem o sucesso, como Fortnite e Destiny 2, enquanto que outros acabam falhando. Mas uma coisa é certa: para obter o sucesso, é preciso ser um bom jogo e que saiba a fórmula para ser viciante. The First Descendant possui o potencial para isso pelo que vimos no teste beta, mas há muita coisa que ainda não sabemos para afirmar que será um sucesso.
Primeiramente, é preciso esclarecer que The First Descendant possui um teste beta aberto que acontece entre os dias 19 e 25 de setembro. Será possível jogá-lo no PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e PC. O PSX Brasil teve acesso antecipado a esse beta e trazemos nossas impressões nesta matéria.
The First Descendant é um RPG de ação cooperativo em terceira pessoa gratuito. Um elemento que se destaca com facilidade são seus gráficos de alta qualidade. Infelizmente, é comum existirem pop-ins e outros bugs gráficos, mas como ainda é um beta, relevamos isso. A taxa de quadros por segundo se mantém em 60 boa parte do tempo no PS5, mas há casos que ocorrem quedas, como em alguns chefes gigantescos (o jogo chegou a travar em um deles).
A melhor comparação que podemos fazer com The First Descendant é que ele lembra bastante Destiny da Bungie. É uma estrutura similar (conteúdo cooperativo, com uma campanha e missões para 4 jogadores aproveitarem), sendo a diferença o gameplay em terceira pessoa e o sistema profundo de classes, mods e outros.
As classes de The First Descendant, os chamados Descendentes, são basicamente diferentes personagens, com suas próprias personalidades, visuais, vozes e habilidades. No modo Normal de jogo, você pode escolher entre três Descendentes no início, mas depois que você tem acesso aos outros (através de quests que você deve completar para coletar partes do personagem – à la Warframe), pode trocar a qualquer momento no hub central. Nosso teste beta tinha um modo “Boost” que trazia todos os Descendentes liberados e no nível máximo, para dar um gostinho do que todos eles podem fazer. Não sei dizer se isso terá no beta que vocês terão acesso, mas caso tenha, vale a pena dar uma olhada nisso para entender melhor os personagens.
Na história de The First Descendant, o jogador é um Descendente cuja missão é lutar contra os invasores pela sobrevivência dos humanos e para proteger o continente de Ingris. Você verá o desenrolar da história através de cutscenes bem elaboradas. Mas, pelo beta, na prática é algo simples e direto: um vilão deseja conquistar o mundo coletando três “Ironhearts” e você deve impedi-lo.
Após um tutorial e a apresentação ao gameplay (bem usual para um jogo de tiro em terceira pessoa, com a diferença de que o “melee” é no L1 + R1, pois o R3 é uma espécie de Foco da Aloy de Horizon), que conta com um gancho ativado no R1 (que é uma mecânica bem legal) e as habilidades especiais únicas da classe no L1 + um botão, nós somos levados a um hub onde é possível comprar itens (com moedas in-game), aceitar quests, conversar com outros jogadores, etc.
Como dito, The First Descendant é um jogo cooperativo, portanto é crucial montar uma party nesse hub. É possível jogar tudo sozinho, mas acredite, a diversão está no multiplayer.
A partir desse hub, você acessa as missões em um mapa. E não há muito mistério nessa parte: as missões seguem o que você espera. Elimine alvos, proteja uma área, colete itens, leve itens, etc.
Além das missões básicas, o beta permite que você enfrente os chefes do jogo e, acredite, não são fáceis. Como se trata de um RPG, você precisa evoluir os seus personagens, mas o mais importante: depende de loot e mods bem equipados para poder sobreviver. Claro, nem todos os chefes são difíceis, mas os mais desafiadores do beta chegam a intrigar o jogador a pensar que são impossíveis de serem vencidos.
Isso nos leva ao fato de que The First Descendant realmente é um GaaS. Ou seja, é fácil notar que você precisará de muito tempo para garantir boas armas, mods, evoluir todos os personagens, completar as missões e assim por diante. Ainda não sabemos onde as microtransações existirão, no entanto.
Como citado algumas vezes, o equipamento é a praticamente a base de The First Descendant. Você pode equipar um personagem com 3 armas, 4 acessórios secundários e várias sub-armas. Claro, também haverá itens para aprimorar um personagem, as estatísticas de suas armas de fogo ou adicionar novas habilidades. São inúmeras opções nesse sentido, que você vai passar horas analisando o que usar.
Conseguir uma variedade de equipamentos é algo fundamental para o crescimento, e você pode ter acesso a novos itens ao completar missões de cenário dentro do jogo, ou nas Missões Mundiais, nas quais a cooperação é crucial e onde as batalhas contra chefões enormes ocorrem.
A evolução do personagem e a aquisição e combinação de equipamentos permitem que The First Descendant seja jogado continuamente. E essa evolução motiva os jogadores a se desafiarem em tarefas mais difíceis que são gratificantes ao serem concluídas.
Uma parte, ao menos no beta, que se demonstrou um pouco decepcionante são as skins. É bastante óbvio que essa será uma parte monetizada do título, mas somente duas partes dos personagens podem ser escolhidas: a cabeça e o corpo. O corpo há algumas skins diferentes, mas a maioria é o chamado “recolor” (é a mesma roupa com cor diferente). Já a cabeça tem diferentes opções, mas chega a ser estranho em alguns casos. Com Viessa, por exemplo, a sua cabeça padrão é de cabelo comprido, mas as outras cabeças com máscaras interessantes deixam seu cabelo curto. É estranho ser obrigado a escolher uma opção que você não gostou para mexer em outra.
No fim, The First Descendant é bastante promissor, com gráficos bonitos e uma história que pode ser interessante. Recomendamos que todos testem o beta. Há alguns problemas técnicos que precisam ser corrigidos até o lançamento completo (no PS5; não jogamos a versão de PS4) e o título no single-player pode ser bastante monótono. Por isso, cogite sempre jogar com os seus amigos, pois a experiência é outra.
Beta analisado no PS5 com código fornecido pela Nexon.
