Existe algo especial em títulos que tentam ser o que realmente desejam, especialmente em um mercado tão “regrado” como é o caso dos FPS. Jogos como Call of Duty, Apex Legends e até mesmo Fortnite se tornaram tão grandes que a simples ideia de um novo shooter ser single player parece loucura, mas é justamente com essa nostalgia em mente que uma série lançamentos apelidados pela comunidade como os “Boomer Shooters” vem conquistando uma legião de jogadores. Misturando rock, demônios e o clássico universo de Warhammer, Boltgun chega provando que às vezes, tudo que precisamos é matar monstros ao som de uma boa trilha sonora.
Aqueles que cresceram jogando Duke Nukem e Doom vão se sentir em casa desde o primeiro segundo, Boltgun é uma grande homenagem aos primórdios do gênero. Seus gráficos pixelados são lindamente trabalhados, trazendo a sensação de se estar jogando algo da era 16 bits novamente.
É impressionante ver como toda a ambientação é bem trabalhada, mesmo com uma direção de arte à moda antiga. As fases são repletas de detalhes alienígenas e grotescos, acentuando bem a atmosfera “espaço-medieval” que a franquia é conhecida. É possível ver sangue espalhado pelas paredes, restos de inimigos jogados ao chão, fazendo com que tudo pareça ter saído direto de uma capa de rock dos anos 90.
As missões também seguem os moldes dos clássicos, estágios não lineares onde o objetivo era simplesmente chegar até certo local, tudo isso enquanto o jogador coleta itens e desbloqueia segredos no processo.
O combate, apesar de ser direto ao ponto, consegue fugir da mesmice. Os inimigos conseguem ser bastante distintos, indo de soldados mecanizados até criaturas voadoras, cada um tendo um papel diferente e importante na hora de interagir com o jogador para que ele se adapte conforme o necessário.
As armas são outro aspecto que contribuem bastante para a jogabilidade, ao invés de serem simples causadoras de dano, cada uma consegue lidar melhor com um tipo de oponente ou cenário. Precisa lutar a longas distâncias? Então a metralhadora consegue focar em alvos únicos. Está escapando de uma horda demoníaca? O laser em área consegue acabar com todos de uma só vez.
Existe também um sistema de fraqueza presente, onde mirar em qualquer criatura indica se o armamento atual é eficaz ou não, causando mais ou menos dano e deixando a experiência ainda mais dinâmica.
Aqueles que se sentem intimidados pelo design “old school” ou incomodados pelo visual podem ficar relaxados, o menu de acessibilidade permite que os jogadores alterem desde os gráficos, até mesmo o total desbloqueio das missões, agindo como se fosse uma trapaça que jogos daquela época permitiam. É possível até ligar um modo de invencibilidade semelhante ao “godmode” que muitos clássicos possuíam, perfeitos para aqueles que querem relaxar.
Seu único ponto negativo de fato é a história, que apesar de ter referências interessantes ao universo de Warhammer, por ser contada de forma tão esporádica, acaba fazendo com que o jogador sequer lembre sua existência. Isso também é outra característica que muitos jogos de tiro de antigamente tinham, mas quando se tem um universo tão rico, acaba sendo uma lástima fazê-lo aparecer tão pouco.
Como dito anteriormente, Warhammer 40k: Boltgun é um jogo que sabe bem o que quer ser, uma viagem ao passado repleta de charme oitentista, o título é uma excelente pedida para aqueles que querem um pouco de nostalgia e querem que o combate seja a principal qualidade, longe dos passes ou microtransações intrusivas que acabam arruinando diversos FPS.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Focus Entertainment.
Veredito
Warahmmer 40,000: Boltgun consegue ser uma viagem nostálgica e ao mesmo tempo um excelente jogo. Com missões extremamente divertidas, inimigos criativos e uma ambientação perfeita, fãs de jogos retrô vão se sentir em casa com um título que parecer ser um clássico direto dos anos 90.
Warhammer 40,000: Boltgun is not only a fantastic nostalgia trip, but also a fantastic game. With extremely fun missions, creative enemies and a perfect setting, old school gamers will feel right at home with a title that feels like a classic straight out of the 90s.
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