Labyrinth of Zangetsu é o mais novo DRPG da Acquire, empresa responsável por desenvolver jogos de outras franquias estabelecidas do gênero, como Wizardry e Class of Heroes, e publicado no Ocidente pela PQube, que vem trazendo alguns dos jogos mais recentes da Acquire para o Ocidente.
Ao contrário das franquias citadas acima, Labyrinth of Zangetsu é sim publicado pela Acquire, mas desenvolvido por outra empresa, a KaeruPanda, uma desenvolvedora japonesa cujo principal e talvez único jogo produzido até hoje seja justamente Labyrinth of Zangetsu. Fica uma especulação de que a equipe de desenvolvimento da Acquire esteja mais ocupada hoje em dia em produzir jogos para empresas maiores, como os títulos da série Octopath Traveler para a Square-Enix.
Labyrinth of Zangetsu conta a história de um universo paralelo em que o mundo luta contra uma nova praga, que seria a “Tinta da Ruína”. Essa calamidade surgiu e começou a se espalhar pelo mundo, contaminando e corrompendo tudo e todos com quem entra em contato. Os seres vivos que são atingidos por ela morrem, ou pior – enlouquecem e se tornam monstros que passam a atacar outros seres vivos.
Na cidade de Ido, pertencente a uma espécie de Japão neste outro universo, ainda existe um movimento de resistência organizado para combater essa praga e tentar ao máximo sobreviver aos avanços que ela vem fazendo ao seu redor.
Você acorda num dos calabouços de treinamento da resistência e, após um tutorial explicando como se dá a exploração, interação e combate, é aceito no movimento, logo atribuído um novo destino fora da cidade para tentar purificar um novo local e adiar mais um pouco a conquista da Tinta sobre terrenos ainda não corrompidos.
Como a grande maioria dos DRPGs, com suas exceções, como o recente Labyrinth of Galleria: The Moon Society, a história serve como pretexto para os jogadores montarem suas equipes com aventureiros de todo tipo de classe e explorar mapas, coletar tesouros e derrotar inimigos dos mais variados tipos.
Ocorre que Labyrinth of Zangetsu talvez sofra demais por tentar de menos. Os três aspectos-chave, como a exploração, interação com os cenários e o combate, são muito pouco inspirados. Nele encontramos clássicos do gênero, como terrenos que dão dano ou mudam de direção, inimigos que podem derrotar todo o grupo com um só golpe e classes que adquirem poderes novos a cada nível, mas não muito além disso.
A arte e “premissa” do jogo talvez seja seu maior e único ponto diferencial: o universo de exploração é em 3D, todo em preto-e-branco, em cenários tomados pela Tinta da Ruína. Lembra um pouco jogos monocromáticos como The Unfinished Swan, que precisa contar toda sua história em preto-e-branco, mas chega um ponto que a cor faz falta, principalmente quando a maior parte do jogo se dá na exploração dos mais diversos mapas e calabouços.
O resto do jogo, como dito, é bastante protocolar e conhecido de quem já jogou um ou alguns jogos do gênero. Não há nenhum diferencial, exceto talvez a opção de dificuldade em que o jogador decide que, caso um personagem morra, ele seja perdido para sempre no jogo, o que em 2023, eu particularmente não tomo como uma opção favorita ou bastante requisitada por jogadores.
Inclusive, mesmo que você selecione a opção “normal” e não essa “hardcore” de perder os personagens, o jogo te pergunta da mesma forma quando você toma um “game over”, e é tão fácil selecionar a opção errada de perder os personagens, que eu mesmo perdi um grupo inteiro de aventureiros em um momento no começo do jogo.
DRPGs são jogos que não requerem tanta atenção do jogador a todo momento, e incluir uma opção dessas mesmo após o jogador já ter alertado que não gostaria de perder seu grupo num “game over”, para mim é um erro imperdoável, ainda que o jogo no geral não seja difícil ou particularmente longo.
Aliás, esse é o último ponto a se falar de Labyrinth of Zangetsu: a sua duração. Não acredito que jogos devem ser longos obrigatoriamente porque o gênero costuma ter certa duração, e Labyrinth of Zangetsu traz uma duração de menos de 20 horas até finalizar o último mapa. O jogo não chega a evoluir, seja em história ou jogabilidade, e encerra a sua jornada de forma breve e sem alarde.
Labyrinth of Zangetsu acaba sendo uma adição pouco notável ao gênero de DRPG, que talvez chame alguma atenção pela escassez de lançamentos todos os anos, mas fique no final da lista para quem ainda não conhece o gênero e esteja procurando um primeiro título para se aventurar.
Jogo analisado no PS4 com código fornecido pela PQube.
Veredito
Apesar de mecanicamente decente, Labyrinth of Zangetsu é pouco inspirado e básico, se tornando uma difícil recomendação, até mesmo para fãs do gênero.
Despite being mechanically decent, Labyrinth of Zangetsu is uninspired and basic, becoming a hard sell, even for fans of the genre.
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