DualSense Edge – Review
Desde o DualShock do PS1, a Sony aprimora o seu controle cada vez mais. Por exemplo, o DualShock 3 introduziu um sensor de movimentos, enquanto que o DualShock 4 trouxe o o Touch Pad e o botão Share. O DualSense continuou a evolução, trazendo gatilhos adaptáveis e o feedback tátil. De uma forma geral, no entanto, a fórmula básica dos controles se mantém a mesma desde os anos 90.
Não é novidade que existam diversos controles que oferecem mais opções (no passado, analisamos o ASTRO C40 TR, por exemplo). Pensando nesse público – que deseja mais funcionalidades além do básico – temos o DualSense Edge.
O DualSense Edge é um controle que oferece customização em diversos aspectos, tanto física quanto no software. Mas não é para qualquer público e o seu preço alto deixa claro isso.
Layout
O DualSense Edge é muito bonito. Misturando o branco do DualSense branco com tons de preto nos botões, D-Pad e Touch Pad, o DS Edge também traz os símbolos PlayStation por todo L2, R2 e Touch Pad.
O DS Edge também pesa mais (325 g) que o DS comum (280 g). Seu tamanho, no entanto, é idêntico ao do DualSense normal.
O DualSense Edge vem acompanhado de uma case exclusiva de transporte. Nela há espaço para o controle, seu cabo USB (que tem um material de revestimento um pouco diferente) e todas as peças que podem ser substituídas (há dois tipos de botões traseiros e os diferentes analógicos). Há também um acessório que prende o DualSense Edge ao cabo USB.
Esse último fica claro que é pensado para quem joga competitivamente. Se você configurar o DualSense para se comunicar apenas via cabo (e não wireless), a princípio a resposta (o input delay) deve ser menor e obrigatoriamente o cabo precisa estar conectado. Com esse acessório, você não corre risco de um mal contato no meio de uma partida decisiva.
Funcionalidades
Para entender o que o DualSense Edge oferece, é preciso destrinchar cada funcionalidade que possui.
Botões Traseiros
Uma das funções mais interessantes do DualSense Edge é o botão traseiro. Você pode ignorá-lo e não deixar nada lá, é claro, mas fazer isso é não tirar proveito do investimento que você fez.
O botão traseiro é simples de ser encaixado e há dois tipos distintos. Um deles é mais longo e fino, enquanto que o outro é menor e mais grosso. A funcionalidade de ambos tipos é a mesma, apenas utilize o que agradá-lo mais.
Após encaixado, você pode alterar nas configurações do PS5 (mais abaixo) para qual botão padrão do DualSense esse botão traseiro deve servir. Por exemplo, você pode configurar para que seja o L3, sendo mais fácil e rápido apertá-lo atrás do que pressionar o analógico. Há diversos casos e tudo dependerá de qual jogo estamos falando. Em jogos de luta, por exemplo, se o L3 puder ser configurado para algum botão, você terá acesso a mais um atalho de comando.
A única crítica que tenho aqui e entendo que seria até um pouco de trapaça, é não poder configurar o botão traseiro como uma combinação de botões. Pensando em jogos de luta, mais uma vez, seria interessante deixar o botão traseiro como triângulo + X – dois botões que dificilmente você consegue apertar isoladamente (mesma coisa com bola + quadrado). Porém, se é necessário apertar esses dois, um botão traseiro com a funcionalidade de um deles já ajuda.
Analógicos Substituíveis
Os analógicos do DualSense Edge podem ser substituídos inteiramente. Direto da embalagem você já tem instalado o analógico idêntico ao DualSense comum, sendo que a outra opção que pode usar é um analógico mais convexo, ao invés de côncavo. Pense no DualShock 3 do PS3, por exemplo: é um analógico similar ao dele.
Substituir um analógico é algo que poucos jogadores devem pensar em fazer, mas a facilidade oferecida para isso (sem precisar desmontar o controle inteiro) é, mais uma vez, pensada para quem deseja customizar seu controle de verdade.
L2/R2 Configuráveis
O L2 e R2 do DualSense Edge podem ser configurados em relação ao “caminho a ser percorrido quando pressionados”.
Explico: no DualSense comum, você aperta o L2 ou o R2 e vai até o fim. Há uma profundidade até esse “fim”. Já no Edge, para cada gatilho, há uma chave que estabelece o limite dessa profundidade. Em um ponto, o L2/R2 do Edge fica igual ao DualSense comum. Já no outro, o “caminho” é muito menor, chegando ao fim quase que instantaneamente.
Isso é útil para jogos que não precisam dessa profundidade toda (jogos de luta ou tiro, por exemplo), porém há outros que necessitam (jogos de corrida).
Mesmo na situação limite, o gatilho ainda afunda um pouco, portanto não espere como se fosse um botão de um mouse. Há ainda uma profundidade a ser percorrida.
Perfis
Por fim, o DualSense Edge possui dois botões chamados “Fn” na parte inferior, em baixo de cada analógico. Segurando o Fn da esquerda e apertando uma direção do D-Pad ou o Fn da direita de um dos quatro botões principais, você alterna entre diferentes perfis salvos.
A principal diferença dos perfis é ter botões configurados (via software) da maneira que quiser. Por exemplo, o X pode ter a função do L2 e quadrado do bola. Na acessibilidade do PS5 (e do PS4) isso já existia, mas agora você pode alterar rapidamente entre configurações distintas.
Configurações no PS5
Até agora, abordamos apenas as diferenças físicas do DualSense Edge. Mas há também funções via software e algumas bastante interessantes.
Primeiramente, quando você insere o DualSense Edge pela primeira vez em um perfil que nunca o utilizou, você é levado a uma tela que explica tudo o que citamos acima.
Em seguida, nas configurações do PS5, haverá uma seção totalmente dedicada ao Edge. Como explicado antes, é aqui que você configura os Perfis e os botões associados.
Além dos botões, há outras duas telas que, sinceramente, é até espantoso existir para o Edge mas não para o DualSense comum.
A primeira tela é ajustar a sensibilidade do controle analógico e a área inativa dele (a chamada ‘deadzone’). Ou seja, é aqui que você consegue ver se seu analógico está responsivo e ficando neutro quando desejado.
Em outras palavras, seria uma ótima tela para verificar se seu DualSense comum possui drift.
Na imagem abaixo colocamos o analógico propositalmente para cima e à direita para você ver que ele registra o movimento.
Da mesma forma que é possível ajustar a área inativa e outras configurações similares com o analógico, você pode fazer isso com os gatilhos também.
Em uma outra tela é possível avaliar se há algum problema com o L2 e R2, sendo que pode ajustar qualquer configuração que achar necessária.
Conclusão
O DualSense Edge é um excelente controle com todas as opções que você possa querer a mais do DS comum. Botão traseiro que pode mudar o seu gameplay dependendo do jogo, fácil acesso a diferentes configurações, customização dos analógicos, ajuste de nível dos gatilhos e até mesmo vários ajustes finos via software.
A bateria pode ser um problema. Em nossos testes, o DS Edge durou cerca de 5-7 horas. Não é pouco, mas também está longe do DualSense comum que pode chegar ao dobro disso.
O real problema do DualSense Edge, querendo ou não, é o seu preço. É um controle premium e sua apresentação (a case e o controle em si) junto com as funcionalidades extras deixam claro isso.
Dito isso, o DualSense Edge sem dúvida é pensado para quem joga competitivamente. É aquele jogador que realmente vai em campeonatos – sejam online ou offline. O botão traseiro e a ferramenta que evita o cabo USB de desconectar são duas coisas, entre várias, que deixam claro que é esse o público-alvo. A bateria ser curta, por exemplo, não afetará em nada quem joga direto no cabo, por exemplo – uma preocupação que um jogador comum teria, mas aquele que joga competitivo não precisaria ter.
Além disso, como dito no início da análise, existem muitos controles pensados para os jogadores competitivos, mas o layout e a “pegada” sempre diferem do DualSense. Portanto, o DualSense Edge une o útil com o agradável: o jogador que gosta do DualSense consegue ter acesso à todas as funcionalidades que um controle competitivo oferece.
Infelizmente, o jogador comum (não digo casual, mas aquele que não vai atrás de campeonatos) não vai tirar muito proveito do que o DualSense Edge oferece. Talvez uma ou outra função, como o botão traseiro, chame a atenção – mas com um preço que custa basicamente cinco DualSense comum, fica difícil a recomendação. Já para o jogador competitivo, como deixamos claro, atende muito bem ao desejado.
Seja honesto, você vai usar o DualSense Edge?
Honestamente falando? Sim. Não para jogos single-player ou do dia-a-dia. Para esses ainda uso o DualSense que veio com o PS5. Mas estou cogitando em usar com Street Fighter 6.
Desde Street Fighter IV e Street Fighter V, minha configuração de controle é a seguinte:
- Quadrado – Soco Fraco
- Triângulo – Soco Forte
- X – Chute Fraco
- O – Chute Forte
- L1 – Chute Médio
- L2 – Focus Attack / V-Skill
- R1 – 3 Chutes / V-Trigger
- R2 – 3 Socos / Soco Médio
Notou algo na configuração de SFIV? Sim, eu não tenho Soco Médio. Há maneiras meio tensas de usá-lo, que consistem em segurar o botão de três socos e tudo mais, mas na prática eu simplesmente não tenho acesso ao Soco Médio.
Em SFV eu não tinha acesso aos 3 Socos e 3 Chutes, mas eles não eram necessários. Os Critical Arts eram feitos com apenas um botão, enquanto que os EX eu acabava fazendo pressionando X+O ou Quadrado+Triângulo.
Street Fighter 6 está muito semelhante a SFIV nesse sentido. Não há Super com três botões, mas os EX (chamados de Drive) – que precisam de dois botões – são usados a rodo (você começa todo round com a barra cheia) e ter atalhos é algo que facilita a vida.
Pelo teste beta que rolou há algum tempo (veja aos 8:57 no vídeo a seguir), o L3 e R3 podem ser usados para botões. Em outras palavras, consigo configurar os botões traseiros do DualSense Edge para ser o L3 e R3 e, dessa forma, ter acesso a tudo que preciso.
Assim, SF6 se torna um exemplo de como o DS Edge pode melhorar o meu jogo.
Onde Comprar?
[content-egg-block template=offers_list groups=”DSEDGE”]Acessório analisado com uma unidade fornecida pela Sony Interactive Entertainment.