Persona 3 Portable fez uma curiosa transição até chegar ao PlayStation 4 este ano. O aclamado JRPG da Atlus e o primeiro jogo da série Persona a começar a receber atenção de um público maior foi originalmente lançado para o PlayStation 2 no Ocidente em 2007 como Persona 3. Um ano depois, foi publicado para a mesma plataforma o Persona 3 FES, relançamento que contava com um epílogo que estendia a história por mais dezenas de horas.
Em 2010, a Atlus decidiu lançar Persona 3 para o PlayStation Portable, assim criando Persona 3 Portable. Tivemos vários jogos fazendo o pulo do PlayStation 2 para o PlayStation Portable naquela época, alguns com maiores restrições, outros com menos.
Para garantir uma experiência adequada para a plataforma, a Atlus reformulou muitos aspectos do lançamento original. A exploração do dia-a-dia, como na escola ou na cidade, não era mais em 3D. As cenas da história não mostravam mais ao fundo os sprites em 3D dos personagens, apenas uma CG fixa para cada cenário, como sala de aula, a frente da escola, e assim vai.
Dois pontos bastante relevantes foram chave nessa versão portátil do jogo: o epílogo incluído no relançamento de PlayStation 2 em Persona 3 FES foi excluído, porém incluída a possibilidade de controlar uma garota, ao invés do garoto que foi protagonista nos jogos anteriores. Novos social links foram desenvolvidos especificamente para a protagonista, aumentando não apenas o alcance em relação ao público, como também oferecendo conteúdo de certa forma inédito para fãs da série.
No site, você pode encontrar a análise original do Persona 3 Portable para o PlayStation Portable, aqui irei focar em conceitos básicos do jogo e nas mudanças para a versão de PlayStation 4.
Em Persona 3 Portable, você controla um garoto ou garota, que se mudando para o dormitório da escola Gekkoukan, na cidade de Iwatodai, descobre a existência de um mistério: uma hora extra no dia, todas as noites, a “Dark Hour”, em que pessoas comuns viram “caixões” e apenas pessoas com potencial não só percebem, como podem se movimentar na cidade nesse período.
Durante essa hora sombria, também temos o surgimento das “Shadows”, sombras que atacam aqueles que estão indefesos, e cabe aos que tem o potencial, após despertarem o seu poder Persona, defendê-los e consertar uma catástrofe que se iniciou dez anos antes e causou o descontrole dessas sombras.
Como os jogos mais recentes da franquia, os protagonistas são estudantes do colegial, que fora a preparação e exploração durante a hora sombria, frequentam a escola e tentam ao máximo desfrutar da vida adolescente. Depois da aula, eles irão interagir com seus colegas e outras pessoas na cidade, descobrindo mais sobre suas vidas e fortalecendo laços tanto de amizade como românticos.
O combate se resume ao período da hora sombria, em que de tempos em tempos, uma sombra ameaçadora ataca a cidade deve ser derrotada, além da exploração da torre de Tartarus, calabouço com centenas de andares, em que o jogador fica livre para explorar durante os seus dias e cujos andares vão sendo liberados conforme a história avança.
Em relação às melhorias do jogo para a remasterização, não são tão diferentes como no remaster de Persona 4 Golden. O jogador pode escolher entre todas as dificuldade quando inicia um novo jogo, existe a habilidade de quick save e de trocar a dificuldade a qualquer momento, além da inclusão de troféus, incluindo uma platina.
A questão é que, ao desenvolver uma versão de Persona 3 para o PlayStation Portable, a Atlus não conseguiu tornar Persona 3 Portable uma versão definitiva. Há a adição de uma nova protagonista, mas cortando todo um epílogo do relançamento de FES. Novos social links foram incluídos, mas a exploração fora da hora sombria foi toda substituída por algo parecido como point-and-click.
Não ajuda o lançamento da remasterização de Persona 3 Portable para o PlayStation 4 os rumores de que está sendo desenvolvido na Atlus um remake de Persona 3, colocando o jogo no mesmo patamar de gráficos e gameplay de Persona 5 Royal.
Admito que, jogando Persona 3 Portable pela primeira vez, o jogo ainda tem aquela faísca atraente que todos os jogos recentes da franquia tiveram, e me faz entender como a série ficou famosa a partir do lançamento do Persona 3 para o PlayStation 2.
Dito isso acredito que, talvez pelas limitações da plataforma ou algum outro motivo, a Atlus perdeu uma chance de ouro de tornar Persona 3 Portable na versão definitiva, e talvez tentando remediar isso com o rumor do desenvolvimento de um remake, a remasterização de PlayStation 4 do Persona 3 Portable seja um produto para fãs que querem revisitar especificamente este lançamento ou que não querem esperar o remake.
Jogo (versão de PS4) analisado no PS5 com código fornecido pela Atlus.
Veredito
Um hit do passado, Persona 3 Portable retorna à cena treze anos depois. Com alguns pontos ultrapassados diretamente importados do relançamento de PSP, este ainda é um jogo bastante divertido, apesar de talvez não atender às expectativas de jogadores que tiveram Persona 5 Royal como seu primeiro jogo da série.
A blast from the past, Persona 3 Portable returns to the scene after thirteen years. With a few outdated quirks directly imported from the PSP rerelease, it’s still a very fun game, although it might not be up to the standards of players that had Persona 5 Royal as their first foray into the series.
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