Quando Goat Simulator foi lançado há quase dez anos, o mundo era diferente. Principalmente, os ‘memes’ e o conteúdo que viralizava eram outros. Considerando o absurdo que Goat Simulator queria passar – uma cabra causando enormes confusões – o título conseguiu viralizar por suas ideias ‘estúpidas’ (e engraçadas, na época) e por esconder vários segredos em seu pequeno mundo aberto. Era um jogo diferente e conseguiu conquistar uma base de jogadores na época.
Agora, Goat Simulator 3 retorna com a mesma proposta. Ou seja, é um jogo querendo oferecer a mesma “sem-noçãozice” que vimos há quase dez anos, de novo. Em alguns aspectos isso dá certo, mas em outros falha bastante.
Primeiramente, Goat Simulator 3 possui um mundo aberto relativamente grande. Muito maior que o do primeiro jogo, mas bem menor de outros títulos. Porém, o suficiente para explorar e causar destruição em massa – e com multiplayer. Uma das grandes atrações de Goat Simulator 3 é o seu multiplayer para até quatro jogadores, seja online ou offline. São basicamente quatro cabras causando confusão simultaneamente, sendo que há até missões exclusivas para o multiplayer.
A consequência desse mundo aberto maior e com multiplayer, é a exclusividade de Goat Simulator 3 para a nova geração. É nítido ver que o tamanho do mundo e a quantidade de jogadores afetaram essa decisão. Pois o jogo em si não é muito bonito ou algo que a geração passada não consiga reproduzir – é uma questão de quantidade, de fato.
O maior problema de Goat Simulator 3 são as suas piadas. É o tempo todo uma referência, uma piada sem noção ou alguma coisa forçada para que você “ria”. Mas pessoalmente, chega a ser irritante. Por exemplo, o jogo começa com uma introdução similar a Skyrim – meme que já está saturado. Nos esgotos, você pode encontrar um palhaço (referência a It). E assim por diante.
Já quanto as piadas, há uma fábrica que, após realizar experimentos em humanos, os transformam em bananas. Outro local possui um pé-grande que escapou. É difícil citar muita coisa sem dar spoilers, mas acredite, é o tempo todo situações que deveriam ser cômicas mas que talvez fossem em outra época.
Por baixo de todas essas piadas há um jogo com um gameplay interessante. Não há um caminho a ser seguido ou história, a proposta de Goat Simulator 3 é fazer você causar o caos como e quando quiser.
Dito isso, você logo perceberá que há um objetivo base: aprimorar cada vez mais a sua base. Esse local, que é acessado em torres que servem para abrir o mapa (como os jogos da Ubisoft, sim), aumenta de tamanho e luxo conforme você vai ganhando uma espécie de fama.
A fama é recebida basicamente completando missões. Essas, por sua vez, estão espalhadas no mapa e podem ser literalmente qualquer coisa: ajudar a trazer caixas para dentro de uma garagem ou consertar um equipamento que aumenta ou diminui o tamanho das coisas.
Conforme você explora o mundo e completa as missões, itens cosméticos e upgrades vão sendo desbloqueados. É possível equipar sua cabra de diferentes formas, como chapéus e sapatos. Mas o que realmente faz a diferença no gameplay, na maioria dos casos, é o que você coloca nas costas. Há itens como jetpack, lançador de roupas, planador, lançador de feijão que brota um pé-de-feijão gigante e assim por diante.
São esses itens, ativados no R1, que ajudam a se locomover pelo mapa e alcançar os objetivos. O resto dos comandos permanece similar ao primeiro jogo, como R2 para cabecear, quadrado para lamber e levar as coisas, X para pular, etc.
Uma novidade em Goat Simulator 3 é a possibilidade de interagir com veículos. Você pode roubar carros e andar com eles normalmente.
Além das missões, há vários colecionáveis espalhados pelo mapa. As estátuas são um, mas há também chapéus como mencionado. Outro tipo de missão que você também acabará se focando são os chamados Instintos. São basicamente ações no gameplay que você deve realizar, sendo que há coisas simples como fazer alguma manobra com a sua cabra, atacar ou realizar alguma ação específica com humanos ou algo mais específico ainda em regiões do mapa.
Ou seja, se você der uma chance, verá que Goat Simulator 3 tem um gameplay interessante por baixo de tudo. A física de toda a confusão que pode acontecer no mapa chega a ser impressionante, apesar dos gráficos fracos.
Mas isso tudo não é o suficiente. O maior problema de Goat Simulator 3, além das piadas sem graça (isso pode ser um item que vai depender de cada um, no fim), é que temos basicamente um jogo de mundo aberto composto inteiramente de sidequests ruins.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Coffee Stain.
Veredito
Goat Simulator 3 é repleto de piadas sem graça, vários exageros que já foram engraçados um dia e referências bastante óbvias. Por baixo de toda essa zoeira, temos um gameplay interessante. Mas ainda assim, Goat Simulator 3 é basicamente um jogo de mundo aberto composto inteiramente de sidequests ruins.
Goat Simulator 3 is full of unfunny jokes, several once-funny exaggerations, and pretty obvious references. Underneath all this mess, we have an interesting gameplay. But still, Goat Simulator 3 is basically an open world game made entirely of bad sidequests.
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