Apex Legends: Eclipse – Catalyst Preview
Catalyst parece sensacional. Durante toda a duração do evento de prévia da próxima temporada de Apex Legends, enquanto finalmente víamos a revelação da nova personagem que chegará ao fantástico Battle Royale da Respawn, e também na entrevista que fizemos posteriormente com a equipe responsável por dar vida a ela, essa a principal coisa passando pela minha mente.
Nascida em Boreas, mesmo planeta de origem do Seer, Catalyst é uma jovem que, tal qual várias das outras lendas do jogo, precisou se encontrar e descobrir o seu lugar naquele universo. Após passar por sua transição e se descobrir dentro do seu grupo de amigas e sua paixão por bruxaria e ocultismo, ela viu o seu mundo ser virado de cabeça pra baixo após a destruição da Lua.
Resiliente como poucos, Catalyst reencontrou seu lugar morando na Lua Destruída, ajudando no processo de reconstrução do lugar. E quando os Jogos Apex chegam e expulsam todos que ali moravam, ela resolve se juntar aos jogos para garantir que ela não irá perder o único lugar que ela conhece como lar e tudo aquilo que ela lutou tanto para construir, bem literalmente.
Em questão de lore, Catalyst é uma das personagens mais interessantes que o jogo já trouxe. Seu visual, carinhosamente apelidado de “Techno-Bruxa”, bastante emo/gótico e inspirado pela cultura de bruxaria, Wicca e outros ramos, já a diferencia por si só dos demais personagens e oferece um contraste especialmente bem-vindo para o afrofuturismo e teatralidade que inspiraram o Seer.
A relação dela com ele, em especial, é uma das mais promissoras, visto que não só Catalyst tem um considerável rancor pela maldição do nascimento do Seer. Fora que, como nos foi dito em entrevista, o contraste dele ter tido uma família amorosa apesar de tudo é diametralmente oposta a experiência de Catalyst, que, mesmo com todo seu instinto de proteger os outros, tendo sua personalidade sido definida como “uma irmã mais velha”, precisou lutar tanto para se descobrir enquanto pessoa.
Isso tudo sem falar no promissor relacionamento dela com outras figuras mencionadas pela equipe, especialmente a Loba, Bloodhound e a Rampart. E, é claro, o fato dela ser a primeira mulher trans a entrar nos jogos é algo tão importante quanto o seu background. A equipe trabalhou especificamente com o GLAAD, desenvolvedores e uma dubladora trans para garantir que Catalyst fosse uma representação real do que é ser uma mulher trans, sem cair nas armadilhas tão comuns de contar uma história sobre a transição, mas abordando todos os aspectos que a tornam uma pessoa, ativamente buscando representá-la só como um item no checklist de representatividade.
Embora a ideia de uma personagem com “personalidade protetora” pareça relativamente similar a forma como se pode descrever o Newcastle, Catalyst é uma personagem única, algo refletido em seu design e kit de habilidades. Tendo morado na Lua e trabalhado usando ferrofluido, Catalyst aprendeu a usar a tecnologia quase como uma bruxa, usando-a não só no processo de reconstrução da Lua, mas para proteger e defender aqueles ao seu redor.
O uso visual das habilidades é bem próximo do que seria uma bruxa usando magia, mas sempre mantendo a vibe tecnológica que é tão familiar aos jogadores desse universo, com direito a reservatórios de ferrofluido nas costas e campos eletromagnéticos para manipulá-los. Isso significa que, segundo a própria equipe, Catalyst é a personagem mais difícil e pesada em termos de efeitos visuais que o jogo já teve aqui, tendo o time bastante orgulho do que foram capazes de executar do ponto de vista técnico.
Em termos de habilidades, Catalyst não só traz uma nova e aparentemente bem viável opção para os personagens de defesa, mas também oferece uma intrigante resposta ao meta de scan que se desenvolveu no jogo ao longo dos anos. Barricade, a habilidade passiva dela, permite reforçar portas, exigindo que os jogadores precisem causar mais dano físico para destruí-las e até possibilitando a Catalyst reconstruir portas que já foram destruídas e que só poderão ser abertas por sua equipe.
É o tipo de habilidade que pode facilmente ajudar os jogadores a se proteger, especialmente em cenários de endgame onde você pode acabar se vendo tendo que defender áreas onde já rolaram outros combates. Naturalmente, outros counters, como a tática da Mad Maggie, por exemplo, seguem sendo bastante efetivos e é uma habilidade limitada, já que só dois vãos de porta podem ser reforçados por vez, mas, se usada corretamente, podem ajudar a resetar um combate, dando mais tempo para se curar ou construir suas defesas.
A tática da Catalyst, chamada de Piercing Strikes, permite que ela arremesse uma bola de ferrofluido que cria um pequeno campo de espinhos que são ativados quando inimigos passam por perto e causam dano, os deixam lentos e vulneráveis. É possível destruir esses pequenos campos, mas será necessário encostar bem próximos deles e ser atingido por ela ao lutar contra um time bem preparado pode facilmente te colocar em posição para ser derrotado em poucos instantes.
Por fim, a mais interessante e importante é a habilidade suprema dela. Chamado de Véu das Sombras, Catalyst constrói uma enorme parede de ferrofluido que bloqueia totalmente o campo de visão dos inimigos presos atrás dela. Ela é totalmente impermeável por habilidades de scan, seja ela a passiva ou tática do Seer ou a tática do Bloodhound, apresentando um counter completamente inesperado para uma parte tão importante do competitivo/ranqueado do jogo.
O time de desenvolvimento afirma que não foi algo feito especificamente para afetar esse meta, mas que eles estão curiosos para ver como isso vai funcionar. Um outro ponto curioso é que, após a polêmica do “flashbang” que acontecia ao ser atingido pela tática do Seer no lançamento do personagem, a suprema da Catalyst é a primeira habilidade do jogo a “cegar” temporariamente os jogadores.
Segundo a equipe, eles não consideram as duas muito parecidas, visto que, ao contrário da habilidade do Seer, Véu das Sombras não foi feita para ser lançada sobre os inimigos e os jogadores terão bastante tempo para sair do rumo dela, além de que, o efeito de cegueira só é causado quando você, conscientemente, decide atravessar a parede.
Ainda assim, é possível antecipar várias reclamações, visto que, graças à altura dessas paredes, a qual só pode ser atravessada facilmente com a tática da Horizon te jogando por cima dela, será necessário um reajuste considerável da forma como os jogadores abordam o combate. Até porque, caso a personagem ganhe popularidade, é provável que times adotem ainda mais o uso da viajante espacial, que já vem em alta há algumas temporadas.
Como um jogador que prefere jogar nessa posição de suporte, ao contrário da Vantage eu consigo me ver jogando bastante até com ela. É interessante pensar em quais tipos de combos se tornarão mais eficientes com ela, visto que trios compostos por ela, Caustic e uma lenda ofensiva ou de rastreio podem se mostrar bastante viáveis em ELOs mais altos das ranqueadas.
Isso faz com que Catalyst seja mais uma personagem muito bem-vinda, com bastante a acrescentar ao lore do jogo e ainda mais ao seu gameplay e meta. Há algo de muito divertido em pensar na forma como ela pode afetar elementos estabelecidos a tanto tempo nas dinâmicas e no meta das partidas de Battle Royale, podendo se mostrar um verdadeiro catalisador de mudanças para o futuro.