Apesar de muitos terem torcido o nariz para Outriders em seu lançamento, continuo achando que a proposta do jogo e o que acaba sendo entregue é de boa qualidade e coerente. Como disse na análise do ano passado, Outriders é uma espécie de filme B que funciona muito bem e precisa ser aceito como isso e não como algo diferente. Gameplay é o pilar do jogo e isso tudo acaba se repetindo na expansão Worldslayer.
Com uma fase técnica horrível após o lançamento e muitos meses de reparo, a confiança no título da People Can Fly não foi das maiores e só decaiu. Não fosse isso, o jogo teria tudo pra ter deslanchado ainda mais. Apesar de não ser um título tido como live service, o intuito sempre foi manter jogadores presos com novidades, como a atualização gratuita New Horizons e mais opções no endgame das Expedições.
Worldslayer vai além e entrega um pacote quase completo, com campanha nova que fecha algumas lacunas e expande a história do jogo, mais equipamentos e variações do mesmo e, principalmente, uma nova atividade endgame para manter jogadores entretidos na busca da build perfeita ou novas combinações malucas.
A campanha da expansão gira num novo perigo surgindo no extremos do planeta Enoch que seu outrider precisa investigar. Com isso, surge também uma nova possibilidade de uma vida pacífica no planeta, que pode precisar da solução de mistérios a anos esquecidos. Com uma duração de 3 a 4 horas, a história vai seguir os padrões da campanha original, sem muitas variações e peculiaridades, mas que serve principalmente para expandir a lore do jogo e valorizar novos personagens. Não espere nada absurdo, mas vale a pena conferir de toda forma.
As maiores novidades aqui são os novos itens apocalípticos, que funcionam como equipamentos encantados com habilidades além das que os itens padrões possuem. Cada item assim, independente da raridade, acaba sendo último já pela quantidade maior de atributos para criação de builds.
Obviamente itens lendários serão sempre os mais procurados, mas o novo tipo acaba abrindo um leque maior de opções, principalmente com o nível de dificuldade indo até o 40 e seu personagem alcançado agora um cap de 75 para nível do herói. Além disso, uma nova árvore de habilidades PAX é incluída com 2 ramificações diferentes para cada classe e também um sistema de ganho de bonificações por nível, criando assim os níveis de ascensão e melhorias que vão de multiplicadores de ataque a aumento de vida e armadura.
Ganhar os novos equipamentos vai ser o objetivo máximo após a conclusão da campanha e adentrando ao endgame. Além das tradicionais Expedições, um novo modo único foi adicionado ao jogo com a expansão Worldslayer, sendo os Desafios de Tarya Gratar.
Com um forte elo na história da expansão, Tarya Gratar é uma arena dinâmica com caminhos e recompensas diversas que vão depender da capacidade do jogador de se manter vivo. Escolha arenas diferentes para avançar ao próximo nível e até arenas opcionais com recompensas específicas, como uma para ganhar apenas capacetes e outra para lucas, por exemplo. Avance por cada arena, enfrente um sub-chef, escolha caminhos por outras arenas até o chefe final e saia com as melhores recompensas possíveis. Seja eliminado mais de 3 vezes e o desafio precisa ser recomeçado do zero.
Tarya Gratar é uma boa novidade e mescla o gameplay do jogo com estilo de roguelite, de certa forma. Em momento algum chega a adentrar ao estilo direto, mas usa bastante do tipo de tentativa e erro com certos limites para manter a jornada interessante. Chegar ao último chefe em níveis maiores do apocalipse é realmente tarefa para os mais determinados.
É possível ficar dezenas de horas na nova atividade sem se cansar, mas eventualmente as aleatoriedades vão deixar de serem novidades e ficará apenas o desejo de continuar por melhores recompensas. Sem mais outras opções, o jogador vai acabar se vendo em meio ao loop de Expedições e Tarya Gratar mais rápido do que gostaria, sem nenhuma outra atividade além dessas.
Apesar de bastante agradável, a nova expansão de Outriders não é muito extensa ou repleta de novidades. Fora a campanha, novos itens e um novo desafio endgame, ela falha em trazer algo que poderia incentivar mais horas investidas, como uma nova classe, alterações da campanha principal e principalmente mais evoluções e novidades para as Expedições. Há conteúdo suficiente para voltar e arriscar mais algumas horas no jogo, mas talvez não o bastante para justificar o preço da expansão em si, que seria quase o de um novo jogo.
Além disso, falta também um motivo para manter o jogador engajado após alcançar o nível máximo e builds desejadas, como um última atividade endgame cooperativa ou competitiva, onde seria possível mostrar o resultado de tantas horas de dedicação na busca do melhor personagem. Ainda não é um conteúdo excelente para o que o jogo poderia ser e é difícil saber se teremos mais pela frente, mas ainda assim, dar mais uma chance para o jogo é uma maneira garantida de mais diversão.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Square Enix.
Veredito
Worldslayer pode não justificar seu preço em conteúdo, mas com certeza faz isso em diversão. Ainda que não sejam muitas, as novidades são suficientes para garantir boas horas de entretenimento e um belo retorno a Enoch.
Worldslayer might not justify its price tag in content, but it sure does make for fun. Although not many, the new content is enough to guarantee good hours of fun and a great return to Enoch.
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