Arcadegeddon – Review

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Se tem uma coisa que o último ano tem mostrado é que, por mais que às vezes a sensação seja de que é impossível acompanhar o ritmo de grandes lançamentos e títulos obrigatórios que saem todo o tempo, em certos momentos é fácil sentir-se perdido em meio a um deserto, sem ter o que jogar para matar a sua sede.

E nessas horas, nada melhor do que um bom jogo de serviço descompromissado ou um roguelite simples no qual uma, duas runs são suficientes para te manter satisfeito pela noite e relaxar do stress do dia. Especialmente se puder ser jogado com seus amigos. E ainda mais se ele for colorido, animado e bem-humorado.

E é esse nicho que Arcadegeddon parece querer preencher. Após quase um ano em early access, o jogo finalmente tem seu lançamento oficial para PS4 e PS5 acontecendo agora, com a Illfonic, estúdio que aos poucos vem criando um respeitável portfólio de jogos multiplayer, finalmente se sentindo confortável com o estado atual do jogo para oferecê-lo a um público maior.

Arcadegeddon

A ambientação do jogo é um dos primeiros pontos que destacam Aradegeddon dos demais títulos multiplayer que vemos por aí. O jogador é um dos vários jogadores conectados por Gilly, o dono de um tradicional arcade local, a um superjogo, na esperança de salvar o seu negócio das investidas da maligna mega-corporação Fun Fun Co.

Naturalmente, como toda empresa inescrupulosa, ela acaba lançando um vírus mortal com a intenção de acabar com Gilly. Cabe então aos jogadores do arcade se unirem para entrar no jogo e batalhar contra os vários chefes e inimigos criados pela Fun Fun Co. e com isso salvar o último fliperama existente na sua cidade.

É uma premissa simples, mas uma que funciona bem como uma mera desculpa para justificar a existência do mundo e as ações dos jogadores dentro dele, incluindo o foco na cooperação com outros jogadores. É clara e notória a paixão da desenvolvedora pela tradicional cultura dos arcades e fliperamas, com tudo ao redor do hub central do jogo te fazendo reviver memórias de tempos distintos.

Arcadegeddon

O contraponto para isso é que, se apela para a nostalgia de quem andava pelos fliperamas de shopping ou arcades americanos em sua decoração e ambientação, o visual e trilha sonora do jogo são inegavelmente voltados para a geração atual. Tudo é muito colorido, com uma estética neon e tons azulados, personagens que parecem ETs e vestimentas claramente inspiradas pela cultura hip-hop.

E isso vai da trilha sonora para as já mencionadas roupas, passando pela clara alusão ao grafite, skate e break dance. Incluindo aí o fato de que, ao explorar o hub, você pode falar com diferentes membros de “gangues”, que são essencialmente grupos de amigos ligados por um gosto em comum, seja ele dança, basquete, música ou outros elementos típicos da cultura urbana de hoje em dia.

A mistura desses elementos faz com que Arcadegeddon seja um jogo de alta energia. Tudo é muito brilhante, barulhento e alto e contribui para te fazer sentir energizado e empolgado para partir em sua jornada. Mesmo com o plot tendo toda essa vibe de “corporação maligna destruindo pequena empresa” todo o tom do jogo é muito leve e brincalhão, demonstrando que o jogo foi feito com a intenção de aliviar o stress e divertir antes de tudo.

Arcadegeddon

Essa mesma energia é transposta para o gameplay em si. Ao iniciar o jogo você se vê no hub, que é o arcade do Gilly. De lá, você pode começar uma run em um dos dois modos presentes, um deles co-op PvE chamado Aventura e o outro PvP, chamado Batalha. É tudo muito direto e prático, sendo inclusive possível alternar entre um modo e outro com bastante facilidade no meio de uma run.

O modo Aventura é o principal do jogo e é uma mecânica bem simples mas bem divertida. Ao iniciar uma partida, você sempre começa da primeira fase no primeiro nível de dificuldade com um taco de baseball e uma pistola, ambos com munição infinita. A partir daí, seu objetivo é simplesmente avançar pelo maior número de fases possível, com a dificuldade subindo sempre um nível a cada fase completada.

É claro, à medida que a dificuldade vai subindo, novos tipos de inimigos vão sendo apresentados, exigindo diferentes estratégias para derrotá-los. Junto à isso, você encontrará espalhados pelo mapa (e nas lojinhas vistas no meio de certas fases) armas mais poderosas que tornarão sua vida muito mais fácil.

Arcadegeddon

O objetivo no modo Aventura é acumular pontos para desbloquear vórtices que te dão acesso às desafiadoras batalhas contra chefes. Existem 4 tipos distintos de chefes e sua missão é derrotar todos os 04 em uma única run. É claro, quanto mais você demorar para fazer pontos suficientes, mais difíceis os chefes serão, já que eles têm o nível de dificuldade da fase em que você está.

É um looping de gameplay bem simples, mas bem divertido e que funciona muito bem. Ao longo das fases você pode equipar até três diferentes armas ao mesmo tempo, podendo facilmente alternar entre elas com um mero toque no triângulo. Além disso, seu personagem conta com uma Manopla, com habilidades sendo mapeadas para o L1 e R1 e cuja recarga se dá à medida em que você ganha tokens (a moeda usada para comprar coisas durante uma run).

Parte do que torna o combate tão divertido no jogo é a grande quantidade de armas à disposição e a variedade entre elas (26 no total). Não é a comparação mais precisa dada ao quão absurdo as coisas são por lá, mas me parece bastante que os desenvolvedores resolveram tirar algumas lições do vasto arsenal visto na franquia Borderlands ao criar as armas aqui. E é perceptível pois além de armas normais como SMGs, Escopetas e Snipers, também temos armas que disparam discos, que sugam a cabeça do inimigo ou que os deixam apaixonados.

Arcadegeddon

Ao terminar uma run, seja vencendo tudo ou perdendo no meio do caminho, você é recompensado com tickets pelo seu progresso, um tipo de moeda que pode ser usado para comprar itens cosméticos. Você também EXP e, ao subir de nível você ganha Tokens de Poder que podem ser utilizados para desbloquear novas habilidades para a sua Manopla ou Plugins, que servem como bônus fixos para o seu personagem, aumentos coisas como seu HP, Escudo, velocidade de cura e outros elementos.

E é nisso em que o jogo se mostra mais como um roguelite. Quanto mais você joga com uma certa arma, mais ela sobe de nível. Por consequência, você passa a poder começar uma nova run com ela, tornando o seu caminho mais simples rumo ao seu próximo objetivo.

Isso incentiva o uso de uma mesma arma, mas também te recompensa por testar os diferentes tipos à disposição. De toda forma, existem armas específicas que só podem ser equipadas durante a run (como a espada, por ex.), então há o constante incentivo para trocar.

Arcadegeddon

À medida em que você vai subindo de nível, novas coisas vão sendo desbloqueadas para facilitar a sua vida, como a possibilidade de começar com três armas ao invés de duas, um terceiro espaço para plugins e novas habilidades para serem equipadas, além da possibilidade de começar uma run já num nível de dificuldade mais alto. No geral, o jogo passa uma ótima sensação de progressão e uma progressão rápida, algo também visto na parte cosmética do jogo.

Aqui cabe dizer que, apesar de contar com microtransações, a esmagadora maioria dos itens cosméticos do jogo podem ser comprados com os tickets, com a única exceção ficando por conta das roupas Premium que Gilly vende que são exclusivamente através dessa moeda premium. Fora isso, o jogo em momento algum limita o seu progresso ou te incentiva a comprar moedas, então é algo realmente bem secundário salvo se você realmente quiser muito uma dessas roupas.

Meu único problema com a progressão do jogo é que, salvo pelo objetivo de completar o jogo ou o desejo de desbloquear os níveis mais altos das armas, o principal componente que te incentiva a continuar jogando é a existência de um leaderboard e o desejo de fazer mais pontos do que a maioria.

Arcadegeddon

Uma run completa derrotando todos os 4 chefes deve demorar algo em torno de 3 a 4 horas para ser feita, mas até você chegar nesse ponto, é necessário um certo esforço para ir evoluindo (ainda que eu tenha derrotado metade deles na segunda tentativa). Isso faz com que, caso queira manter os jogadores engajados, a Illfonic realmente precise ir adicionando mais conteúdo ao jogo através de atualizações ou há um sério risco de vê-lo rapidamente abandonado.

Isso me leva a um dos meus outros problemas com Arcadegeddon. Ele é um jogo bem divertido… Desde que você jogue com seus amigos. Em razão do processo de review, eu precisei jogar alguns runs solo e em vários pontos eu me vi entediado ou simplesmente com preguiça de continuar jogando sozinho. No entanto, testando o multiplayer, a sensação é exatamente inversa e facilmente runs de 2 horas se passaram sem que eu me tocasse do tempo.

No entanto, a parte técnica do jogo sofre em partidas multiplayer, já que o jogo compensa a quantidade de aliados aumentando a quantidade de inimigos também. Então, em certas áreas um pouco mais caóticas, mesmo no PS5, é fácil ver o framerate do jogo despencando pela dificuldade de processar a vasta quantidade de coisas acontecendo na tela. Visualmente o jogo é bem agradável e os efeitos das armas também é, mas isso acaba se perdendo com dezenas de inimigos na tela e a taxa de quadros fazendo parecer quase uma apresentação de powerpoint, além da alta repetitividade dos cenários e dos objetivos de cada uma delas.

Arcadegeddon

A última reclamação que precisa ser registrada com o jogo é a localização incompleta a qual tivemos acesso. Infelizmente, pelo menos antes do lançamento oficial, vários pontos do jogo estão em inglês com frases ou palavras soltas em português no meio. É uma mistura muito estranha e é fundamental que isso seja corrigido o quanto antes.

Dito tudo isso, eu só posso dizer que eu realmente me diverti bastante com Arcadegeddon nos momentos em que pude jogá-lo multiplayer. O modo PvP é totalmente desnecessário, mas foi bem agradável retornar a ele após o early access e ver o quanto ele melhorou de lá pra cá e o quanto ainda tem potencial para evoluir.

E é por esses elementos que eu considero a decisão de lançá-lo com um preço mais acessível e como parte do plano PS Plus Essential algo bem acertado. Caso seja assinante, dê uma chance para Arcadeggedon. Junte um ou dois ou três amigos e experimentem algumas runs. Ele tem todo potencial para se tornar um ótimo para chegar no fim do dia, sentar na poltrona, jogar conversa fora e atirar em robôs.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Illfonic.

Veredito

Arcadegeddon é um bom jogo que sabe bem o que deseja fazer e consegue entregar isso com relativo sucesso. Apesar de problemas técnicos e uma certa limitação de conteúdo, é fácil gastar horas se divertindo com seus amigos. Pena que a experiência solo deixe bastante a desejar.

75

Arcadegeddon

Fabricante: Illfonic

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Tiro em Terceira Pessoa

Distribuidora: Illfonic

Lançamento: 05/07/2022

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Arcadegeddon is a good game that knows what it wants to do and manages to deliver it with relative success. Despite a few technical issues and limited content at launch, it’s easy to spend hours having fun with friends. Unfortunately, the solo experience leaves a lot to be desired.

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Arcadegeddon is a good game that knows what it wants to do and manages to deliver it with relative success. Despite a few technical issues and limited content at launch, it’s easy to spend hours having fun with friends. Unfortunately, the solo experience leaves a lot to be desired.

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