Brawlhalla x Street Fighter – Parte II – Impressões
Brawlhalla recebeu essa semana uma nova dose de conteúdo crossover. Após trazer os ninjas Snake Eyes e Storm Shadow, da série transmidiática G.I. Joe, a equipe da Blue Mammoth Games agora nos oferece uma segunda rodada de personagens de Street Fighter, aproveitando o marco de 35 anos da franquia.
Como citei nos artigos anteriores, Brawlhalla é um jogo bastante simples e acessível, disponível em virtualmente todas plataformas, e com foco em partidas online, tanto a nível casual como competitivo. Além de tudo, o jogo tem suporte a cross-play, portanto você nunca precisa esperar até encontrar novos oponentes.
O jogo por si apresenta um enorme elenco de personagens originais, cada um representado por uma combinação de duas opções diferentes de arma, e trata crossovers como skins especiais. Ou seja, o personagem precisa ser encaixado dentro das regras do jogo e mantem os mesmos ataques comuns do personagem base, mas é na forma como os movimentos especiais são adaptados para se encaixar dentro dos frames existentes que os personagens de Street Fighter ganham destaque.
Na primeira rodada, lançada em novembro do ano passado, recebemos Ryu, Chun-Li e Akuma. Para a segunda etapa, os personagens escolhidos são Ken, do primeiro Street Fighter; Dhalsim e M. Bison, introduzidos em Street Fighter II; a carismática Sakura, da saga Alpha; e o novato Luke, de Street Fighter V. Cada um é vendido sob a forma de microtransação, ao custo de 300 Mammoth Coins, e vem munido de skins tematizadas para suas respectivas armas.
Ken, não surpreendentemente, é uma skin para Petra e portanto faz tudo aquilo que Ryu faz — mas usando um karategi vermelho! Seu Shoryuken carrega o característico efeito flamejante, mas, de resto, é exatamente o mesmo personagem.
Dhalsim surge como uma skin para Rayman. O clássico personagem sem membros da Ubisoft funciona muito bem como base nesse contexto: com as luvas, os outrora flutuantes punhos de Rayman são substituídos pelos braços elásticos do mestre yogi indiano. O clássico Yoga Fire é apresentado sob duas formas, com Dhalsim soprando chamas para baixo ou, então, formando uma trilha que ele persegue no ar para arrematar o oponente com o machado ao final da animação.
Sendo uma skin para Thor, o vilão M. Bison entra em campo equipado com um orbe e a marreta de guerra. Os ataques do orbe incluem uma adaptação perfeita do Double Knee Press e, naturalmente, o Psycho Crusher não poderia ficar de fora, mas aqui ele segue um ângulo diagonal e com um alcance muito menor. Já os ataques com a marreta são imbuídos com o Psycho Power. De forma geral, a transição para o mundo de Brawlhalla foi muito boa, e a skin da marreta com o tema da Shadaloo é aquele toque extra que você não sabia que precisava.
A eterna estudante de colegial Sakura, felizmente, se distancia de seu ídolo Ryu por ser uma skin para Lin Fei. Dessa forma, ela luta com katars e canhão. Os dragões que surgiam nos ataques especiais da personagem base são substituídos pelo seu Hadoken (direcionados ou para cima ou para baixo, ao contrário da trajetória padrão), e os ataques Shouoken o Shunpukyaku são engenhosamente encaixados dentro das possibilidades.
E, por fim, a inesperada inclusão de Luke. Embora ainda não saibamos muito sobre o futuro da série, Luke foi o último personagem inserido em Street Fighter V e está confirmado que terá alguma forma de relevância no próximo jogo (e, a título de curiosidade, foi um dos personagens escolhidos para o crossover com The King of Fighters Allstar). Seus ataques são construídos ao redor de luvas e pistolas, replicando o personagem Cross, e trazem alguns dos elementos de sua breve existência na franquia principal.
Além dos personagens, o crossover traz um segundo cenário inspirado pelo universo de Street Fighter para o mundo de Brawlhalla: Bustling Side Street. Ao contrário de Suzaku Castle, porém, esse cenário está restrito ao modo de jogo Street Brawl, onde os confrontos são limitados a partidas de 1v1 e com uma barra de vida — como um diferencial, as barreiras laterais da tela desaparecem com o tempo, permitindo que você consiga matar (ou morrer…) muito rapidamente.
Street Fighter é uma franquia muito querida no mundo inteiro e possui um elenco virtualmente infinito de personagens entre suas diferentes sagas, o que abre inúmeras possibilidades para crossovers. Oito personagens parece um número excessivo, e talvez seja, mas suspeito que esses não serão os últimos representantes da franquia que veremos por aqui…