Mulheres buscam maior espaço nos torneios de eSports com projetos e ajuda de jogadoras
O mercado dos games no Brasil é muito equilibrado entre homens e mulheres, segundo o relatório de 2021 da Pesquisa Game Brasil. Entretanto, quando o foco é nos eSports, os números ficam mais desiguais. A estrutura voltada para os torneios masculinos domina o cenário nacional e internacional, enquanto as jogadoras lutam para encontrar algum espaço. A boa notícia é que isso tem mudado nos últimos anos, principalmente no CS:GO, onde atletas criam projetos para incentivar equipes e jovens no setor.
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Segundo o estudo citado, as mulheres representam 51,5% dos fãs de games no Brasil atualmente. Algo que foi conquistado com o tempo, pois o setor costumava ter mais integrantes do sexo masculino. Porém, desde 2018, a participação feminina cresceu em média 38%, como mostra a reportagem do jornal Correio Braziliense, e acabou virando maioria. Esse é objetivo de alguns projetos no eSports, que ainda é amplamente dominado pelos jogadores homens.
Em entrevista para o blog Betway Insider, a ex-jogada Amanda “AMD” Abreu explicou quais são as maiores dificuldades para uma mulher se transformar em uma profissional do mundo dos games. Ela conta que sofreu com o machismo e com o preconceito, principalmente no início da carreira. Além disso, a ideia de ter um futuro profissional no CS:GO nunca foi algo que agradou os familiares, mas o tempo provou que ela estava certa. Após quase 10 anos, Amanda é considerada uma dos nomes mais importantes do eSports feminino brasileiro.
Atualmente, ela é comentarista dos torneios de Valorant, uma das apostas da Riot Games para fazer frente ao domínio do CS:GO no universo dos games. Porém, antes disso, ela competiu por diversas equipes da elite, como a BootKamp Gaming, a Havan Liberty, e a Vivo Keyd. Desde 2011, quando teve a primeira oportunidade, Amanda é a prova de que as mulheres também podem construir uma carreira nos jogos virtuais, mesmo enfrentando muitas dificuldades. Com 26 anos, ela é uma referência para quem sonha em um futuro nas competições oficiais de eSports.
Mais esforço e amizades
Uma forma de equilibrar o mercado, e isso tem sido feito nos últimos anos, é com a criação de projetos focados nas mulheres. Amanda Abreu já liderou alguns, e tem orgulho em se colocar como uma entusiasta dessa luta. Ela se uniu com outras jogadoras, como Olga Rodrigues, e fez do CS:GO uma referência nesse tema. Algo que foi conquistado gradualmente, e de forma bem complicada, pois construir novos projetos no eSports nunca foi uma tarefa fácil.
Na conversa com a equipe da Betway, site de eSports bets, Amanda afirmou que somente por ser mulher o esforço precisa ser maior, o que exige muitas forças das jovens. O objetivo dela com os projetos criados, como o movimento “#FechadoComAsMinas”, é fazer com que esse esforço seja menor e que mais pessoas tenham condições de lutar por uma oportunidade no meio profissional. Uma iniciativa que promete mudar muitas vidas no futuro.
O curioso é que todo esse esforço fez com que as jogadoras tivessem mais união, pois só assim seria possível mostrar para o mercado a importância das mulheres no eSports. A expectativa é que nas próximas pesquisas focadas no cenário brasileiro o equilíbrio entre homens e mulheres seja maior, pois isso é importante para todos os envolvidos.
Outros games
Apesar do CS:GO ser um dos jogos que mais criou oportunidades para as mulheres, o Free Fire é a maior referência nesse tema. As jogadoras profissionais estão conseguindo muito destaque, e algumas delas colecionam milhões de seguidores na internet. Isso pode parecer algo simples, mas a popularidade nas redes sociais é meio caminho para uma vida profissional bem-sucedida nos eSports.
Outros jogos, como Dota 2 e League of Legends, também estão buscando aumentar a presença das jogadoras nas competições. A ideia é incentivar as equipes e mostrar que as mulheres precisam de mais incentivo e estruturas melhores para conseguirem sonhar com o profissionalismo. Algo que está melhorando com o tempo.
Após dominar o mercado dos games no Brasil, as mulheres sonham em se destacar nos eSports. Entretanto, isso não será uma tarefa fácil, e o apoio de ex-atletas, como é o caso de Amanda Abreu, é essencial para que isso seja feito de forma eficiente.