Apex Legends: Fuga – Preview
O lançamento de uma nova temporada de um Battle Royale é sempre um período de muita empolgação e esperança para a base de jogadores. É a oportunidade daqueles que se afastaram um pouco ao completarem o último passe de batalha retornarem e de novatos interessados no jogo começarem com força total sua jornada para se tornar o último sobrevivente e acumular vitórias.
Mas não só de passes de batalha vive um jogo e, notoriamente, o lançamento de uma nova temporada de Apex Legends traz seu próprio rol de novidades, com ajustes nos mapas, novas armas e uma nova Lenda pro Battle Royale de imenso sucesso desenvolvido pela Respawn. E, com a 11ª temporada do jogo chegando na próxima terça-feira, 02 de novembro, nós pudemos testar tudo que chegará às mãos dos jogadores.
Intitulada Fuga, essa temporada chega num momento crucial, já que Apex Legends tem visto os seus melhores números desde o seu lançamento e atraindo cada vez mais jogadores para a sua experiência única de gameplay. Com isso, o desafio passa a ser não só agradar aos fãs de longa data, mas manter o jogo acessível para o grande fluxo de novos interessados chegando.
Falando como um desses jogadores que ingressaram de vez no jogo só neste ano (eu joguei bem pouco lá no lançamento em 2019, mas só retornei de vez em 2021) com o lançamento da 9ª temporada, Legado, havia sempre uma constante sensação de que, mesmo com as mudanças feitas no Olympus e no Confins do Mundo, eu ainda estava em desvantagem por não ter a mesma familiaridade com o mapa.
Bom, Fuga colocará todo mundo novamente no mesmo plano de competição, com o lançamento do primeiro novo mapa desde que Olympus chegou ao jogo na Temporada 07, quase exatamente há um ano atrás. Isso mantém a tradição da Respawn de adicionar um mapa no final de cada ano e manter a rotação do jogo sempre fresca, mesmo com os constantes ajustes feitos a cada 03 meses.
Chamado de Zona de Tormenta (ou Storm Point em inglês), o mapa tem um visual muito mais tropical (apesar de não perder as tradicionais regiões montanhosas presentes em quase todo mapa do jogo). Ele trará 17 Pontos de Interesse primários, regiões com loot de chão melhor fora dessas áreas, além de contar com algumas mecânicas bem únicas em relação aos mapas anteriores.
O primeiro deles é a possibilidade de se locomover usando uma versão remodelada dos Tridentes e Canhões de Gravidade, que te permitem atravessar vastas áreas com rapidez maior do que os balões presentes em outras regiões. Nessa oportunidade que tivemos de jogar em Zona de Tormenta, essas novas formas de movimentação se mostraram fundamentais, já que é o maior mapa do jogo até aqui, 15% maior do que Confins do Mundo.
Talvez mais importante que isso é uma importante novidade: Zona de Tormenta é o primeiro mapa com elementos PvE presentes e com impacto mais direto no jogo. Zonas com esse tipo de jogabilidade já existiam em certos Pontos de Interesse (notoriamente a área da provação do Bloodhound), mas neste novo mapa eles afetarão a jogabilidade ainda mais, já que será possível enfrentar Prowlers e aranhas gigantes espalhadas pelo mapa.
Isso significa que as várias formas de vida não só te recompensarão com loot muito bem-vindo, como o dano causado à eles contará para a pontuação do seu Escudo EVO. A contagem não será 1:1 como no dano causado à outros jogadores, sendo só uma pequena fração (quando conversamos com os desenvolvedores, eles fizeram questão de apontar que é impossível alcançar o escudo vermelho só com PvE), mas ajudará os jogadores que caírem em zonas com menos adversários à não ficarem em tanta desvantagem.
Um outro aspecto que sempre deixa os jogadores salivando é a chegada de uma nova Lenda e Fuga trará uma personagem que os jogadores aguardam há bastante tempo: a Ash. Conhecida em uma outra vida como a Dra. Asleigh Reid, Ash é uma velha conhecida dos fãs da Respawn, não só tendo desempenhado um papel muito importante em Titanfall 2, mas também sendo a atual supervisora do modo Arenas adicionado na Temporada 9.
Agora ela se junta às outras Lendas em batalha, trazendo um kit de habilidades bem interessante. Sua Passiva, chamada de “Marca da Morte” faz com que as caixas de abate apareçam no mapa e, ao interagir com ela, você pode rastrear momentaneamente os responsáveis por aquele abatimento. Automaticamente essa se torna uma das Passivas mais poderosas do jogo, capaz de impactar bastante o mid ou late-game de uma partida, garantindo que, desde o começo, a Ash se mostre bem viável para o “meta”.
A Habilidade Tática, chamada de “Armadilha Voltaica”, funciona como uma “âncora” que se prende ao inimigo mais próximo, causa choque, uma pequena quantidade de dano e o mantém “preso” ao chão com sua movimentação limitada a um pequeno círculo. O jogador atingido pode se movimentar, atirar e usar habilidades livremente dentro daquela área, mas ao tentar sair, ele passa a sofrer lentidão e a ser puxado para o meio (similar à suprema da Horizon). Ela se mostrou útil em cenários de combate de curta distância, especialmente quando se tem vantagem nos números (situações de 3×2, 3×1 e 2×1) e o inimigo está tentando fugir.
Por fim, a Suprema, chamada “Invasão Dimensional” é uma ferramenta capaz de mudar completamente o rumo de uma partida para o seu time, tanto para melhor quanto para pior. Ash usa sua espada para produzir um portal dentro da linha de visão dela, fazendo com que ela seja teletransportada automaticamente e deixando, por um curto espaço de tempo, um portal que pode ser atravessado por aliados e inimigos.
Ela pode parecer similar à habilidade suprema da Wraith, mas ela conta com algumas distinções bem claras. A primeira é que, ao contrário da Wraith, você não precisa andar pelo mapa para colocar os portais, bastando mirar e usar, o que a torna bem mais rápida. Além disso, não é possível ir e voltar pelos portais, o que faz com que a decisão de usá-lo seja definitiva. Ela pode ser uma forma rápida de fugir, mas os inimigos podem te perseguir e você não tem como voltar.
Entretanto, ela funciona de forma melhor quando você está no ataque, sendo uma ótima forma de flanquear ou perseguir inimigos. No geral, o kit da Ash a faz parecer um pouco como um híbrido entre Wraith e Octane, sendo muito mais voltado para jogadores que querem estar sempre em movimento e puxando o seu time para avançar agressivamente. Resta saber se, mantendo a tradição da Respawn, ela chegará quebrada ao jogo e precisará ser nerfada rapidamente.
Mas não é só de mapas e Lendas que Apex Legends vive e a última grande novidade de Fuga é uma outra coisa que veio diretamente de Titanfall 2, a nova arma. Uma velha querida dos jogadores do multiplayer de TF2, a C.A.R. SMG chega com uma única palavra em mente: versatilidade.
Trazendo um ritmo de disparo similar ao da R-99 com um spray e coice similares ao da Volt, ela parece destinada a ocupar um espaço de destaque nos loadouts dessa temporada graças ao quão equilibrada ela é. Apesar de não ser tão efetiva usando hip-fire, ela é estupidamente eficiente ao se mirar (o que a torna eficaz até a média distância), com uma quantidade de dano que beira o absurdo para esse tipo de arma (cada tiro causa 13 de dano) dada a taxa de disparo e o tamanho do carregador ao se equipar o roxo/dourado.
Onde ela brilha definitivamente é na possibilidade de se usar dois tipos de munição com ela. Um dos principais desafios de Apex Legends é a gestão do seu inventário e a adição de uma arma que pode usar tanto munição leve quanto pesada é capaz de salvar um jogador em situações onde a munição no chão ou em caixas de abate está escassa. Adicione a isso a possibilidade de equipar carregadores de qualquer tipo e ter a mesma quantidade de balas para a munição oposta e ela deverá se mostrar tão onipresente quanto a Rampage foi ao longo da 10ª temporada.
Apesar de serem os pontos principais, não são os únicos. Os patch notes ainda não estão totalmente disponíveis, mas a Rampage deverá sofrer uma pequena redução no seu dano e um novo mod será adicionado para acelerar o tempo de recarga da Mastiff e da Repeater 30-30. Além disso, a Triple Take retorna ao loot de chão, com a G7 Scout passando a fazer parte dos drops.
Por fim, algo muito esperado pelos jogadores finalmente chegará: o rework da Wattson. A personagem que se tornou uma das favoritas do jogo quando foi lançada e se manteve presente muito mais pela sua personalidade do que pelo seu gameplay (partindo de presença carimbada em torneios para um dos menores pick-rates do jogo depois dos vários nerfs), finalmente voltará a ser uma opção viável.
O principal ponto dessas melhorias virá na velocidade e quantidade de cercas que a Wattson poderá colocar pelo mapa, permitindo que os jogadores usem a habilidade tática da personagem com mais liberdade. Além disso, a habilidade suprema dela passará a ter uma quantidade determinada de escudo a ser recuperado e não mais por tempo, tornando-a similar ao funcionamento do drone de vida da Lifeline.
Infelizmente, John Larson, o novo responsável pelo balanceamento do jogo, disse que a Wattson será a única personagem que sofrerá grandes mudanças nesse começo de temporada, com apenas um ou outro ajuste chegando para os demais. O que é justo, já que ela era amplamente considerada a personagem que mais precisava ser refeita, ainda mais após as mudanças implantadas na Rampart no meio da 10ª temporada.
Se funcionar, nos restará aguardar para saber quando o tão aguardado (por mim), retrabalho do kit do Crypto chegará às nossas mãos. Até lá, teremos mais um season pass para conquistar (com direito a Skin Evolutiva da Prowler), um novo mapa para desbravar e uma nova personagem para masterizar. E à medida que chegamos perto do aniversário de 3 anos de Apex Legends, o futuro do jogo nunca pareceu tão promissor.