Frostpunk: Season Pass – Review

Conforme aponta aquele célebre ditado – antes tarde, do que nunca. As expansões para Frostpunk deram as caras no PC faz um bom tempo, sugerindo a possibilidade da ausência de suporte para os consoles. Felizmente, não foi o caso. Anunciado e lançado logo em seguida, a Season Pass, já presente na PlayStation Store, traz três pacotes de DLC. Todos contendo novos conteúdos de gameplay, mas apenas dois deles trazem capítulos com novas histórias.

Começando pelo mais simples deles – The Rifts é uma DLC para o modo infinito. Deste modo, não apresenta uma história detalhada como nos demais capítulos do jogo. O aspecto inédito desta expansão é a construção de pontes, permitindo que o jogador acesse áreas isoladas por abismos no mapa. Portanto, a área deste DLC é moldada de forma bem específica, permeada de buracos e um relevo nada favorável à construção e busca por recursos.

The Rifts é o DLC mais barato da Season Pass, sendo vendido separadamente a R$26,90 ou US$5.00. É o conteúdo menos satisfatório do pacote, mas uma adição bem-vinda para aqueles que gostam de encarar os desafios de Frostpunk.

O próximo conteúdo adicional do jogo é o episódio “On the edge” que, cronologicamente, acontece após os eventos de New Home – o episódio principal de Frostpunk. Assim como os demais scenarios, este DLC traz uma narrativa bem trabalhada e, novamente, força o jogador a tomar decisões difíceis.

A história de On the Edge é centrada em uma região próxima a uma base militar que é fonte de recursos preciosos. Para explorar o local, os administradores de New London constroem um posto avançado. O acordo é simples, a princípio – os trabalhadores do posto avançado devem coletar o máximo de ferro possível e enviar para New London, a troca de comida e suprimentos básicos para sobrevivência. Todavia, como era de se esperar no universo de Frostpunk, rapidamente o acordo dá errado e surgem desentendimentos entre os dois povoados.

A partir disso, o jogo introduz novos sistemas de gameplay, como a possibilidade de investir e trocar recursos com outras pequenas comunidades. É preciso exercer uma certa diplomacia com tais povos também, o DLC constantemente apresenta algumas escolhas que influenciam na relação dos mesmos.

Não é surpresa que a administração bem executada, assim como a agência do jogador, vão definir a prosperidade ou não de cada comunidade. On the edge, dá, portanto, um toque de “frescor” ao gameplay com esses aspectos de diplomacia. É um capítulo brilhante, assim como o conjunto de Frostpunk.

Por fim, a season pass introduz também o capítulo “O último outono” – scenario mais diversificado e com várias mecânicas inéditas. Dentro da cronologia do universo do game, este episódio é o primeiro de todos, contando a história de um acampamento de trabalhadores responsáveis pelo desenvolvimento e construção do gerador de calor, se preparando para a chegada do rigoroso inverno.

A primeira e mais óbvia distinção deste conteúdo é a ambientação fora da neve, em uma área menos hostil. Como o mundo ainda não foi congelado, é possível utilizar embarcações no oceano para trazer suprimentos e novos trabalhadores para o acampamento. Não se trata de um recurso ilimitado, no entanto. O jogador terá de balancear os pedidos feitos à sede, conforme a demanda.

Além de desenvolver o acampamento, providenciando necessidades básicas como alimentação, instalações e aquecimento para a população, é preciso se atentar a outro importante problema neste episódio – a construção do gerador e a segurança dos trabalhadores. Expor as pessoas encubidas do desenvolvimento do gerador à condições insalubres e perigosas trazem repercussões sérias ao usuário administrador.

Os protestos são comuns em outros scenarios do game, mas em O Último Outono, os trabalhadores podem se organizar e fazer greves. As repercussões deste movimento podem ser sérias para a construção do projeto, necessitando que o jogador tome decisões rápidas que melhorem a segurança ou negocie com os sindicatos, por futuras condições melhores. Vale destacar que as negociações impõem um prazo para cumprimento das medidas prometidas, portanto, é importante que o jogador se atente a isso.

Assim como nas demais histórias dentro de Frostpunk, é preciso correr contra o tempo em O Último Outono. Construir um gerador funcional e sem defeitos, vai exigir uma elevada habilidade de negociação e administração do jogador. Deste modo, é recomendável que tal capítulo seja apreciado por último.

É relevante frisar que neste episódio existe uma árvore inteiramente nova de leis a serem aprovadas, todas com relação às normas trabalhistas. Se o jogador quiser, pode implantar no acampamento de construção um regime de trabalho análogo ao escravo.

De todos os conteúdos da Season Pass, O Último Outono, é, sem dúvidas, o que traz o maior leque de conteúdo inédito. É uma DLC robusta que proporciona uma experiência singular dentro do universo de Frostpunk.

A impressão que a Season Pass passa é que os novos microssistemas de gameplay são experimentos para um futuro jogo da série. São muito bem elaborados e casam muito bem com o universo de Frostpunk, agregando bastante entretenimento à experiência de jogo. Para aqueles jogadores que apreciaram o jogo-base, o pacote de conteúdo adicional é essencial, é espetacular! Convém lembrar que o jogo possui suporte à legendas em português do Brasil e a qualidade da localização na Season Pass é excelente.

A única crítica notável aos novos conteúdos da versão PS4 diz respeito à falhas de seleção nos menus do capítulo On the Edge, stutters durante o episódio e alguns raros travamentos que fecham o jogo. Provavelmente são bugs que serão facilmente corrigidos por futuros patches, mas que podem ser incômodos no momento.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela 11 bit studios.