Shadow Tactics: Blade of the Shogun – Aiko’s Choice – Review

Se há uma desenvolvedora com um talento quase sobrenatural para o desenvolvimento de jogos táticos em tempo real é a Mimimi Games. O estúdio alemão, responsável pela grande maioria dos melhores jogos do gênero na última década, como os excelentes Desperados III e Shadow Gambit: The Cursed Crew, jogos que não só davam aulas em seu gameplay, mas traziam ambientações únicas.
No entanto, o jogo que colocou o estúdio no radar da maioria dos fãs do gênero foi o já excelente Shadow Tactics: Blade of the Shogun. Lançado em 2016, era o segundo jogo da desenvolvedora, fugindo da direção do seu título de estréia, The Last Tinker: City of Colors, um jogo de plataforma inspirado em Banjo-Kazooie, e partindo para o que daria fama a eles, com um jogo de Real-Time Tactics (RTT), um variação mais hands-on de jogo de estratégia em que você assume o controle direto dos seus soldados.
É um estilo de jogo que se tornou famoso no começo dos anos 2000 por Commandos (e seu spin-off transformado em série independente Desperados), ambas com uma abordagem mais stealth para o gênero. Shadow Tactics: Blades of Shogun transferia esse estilo para uma ambientação para o Japão Feudal no ápice do shogunato. Aiko’s Choice é uma DLC standalone que expande os eventos do jogo original, se passando basicamente no meio da narrativa original e contando uma história totalmente nova.
Aiko’s Choice gira em torno de, como o nome já indica, Aiko, uma kunoichi que faz parte do grupo de heróis centrais do jogo. Tudo começa quando a antiga mentora de Aiko, a kunoichi conhecida como Lady Chiyo, passa a integrar o grupo do grande vilão do jogo-base conhecido apenas como “Kage-sama”. Lady Chyio recebe a missão de eliminar o grupo de heróis atuando em favor do Shogun.
Após quase conseguir se livrar deles em seu primeiro ataque, cabe aos heróis partirem em uma jornada para resgatar dois dos seus aliados que foram sequestrados, Takuma e Yuki, enfrentar as tropas de Kage-sama sob o comando da kunoichi e descobrir mais sobre os planos da antiga mentora de Aiko e as razões pelas quais ela não só resolveu se juntar a Kage-sama, mas seus motivos para aceitar a missão que lhe foi dada.
É, honestamente, uma narrativa bem interessante e funcional, muito similar ao jogo-base. A ambientação é muito bem construída e a relação entre Aiko e Lady Chiyo é construída de uma forma em que, apesar de estabelecer bem a mentora como uma inimiga, ainda é possível entender os sentimentos complicados da Aiko em combate e a motivação por trás decisões que ela acaba tomando, expandindo ainda mais sobre aquela que talvez seja a personagem mais legal do jogo original.
Em termos de combate, bem, Aiko’s Choice é basicamente o mesmo jogo de RTT com foco em stealth que o jogo-base já era. Isso significa que você terá controle sobre os seus heróis, movendo-os pelos cenários e decidindo como e quando usar suas habilidades para melhor lidar com cada uma das diferentes situações que vão se apresentando sem ser descoberto.
Para isso, o jogador tem diferentes ações compatíveis com o ambiente para executar, como abater inimigos e esconder seus corpos, roubar documentos ou espionar e ouvir conversas dos inimigos, tudo enquanto foge do cone de visão deles. De várias formas, a sensação que se tem é de estar jogando uma versão isométrica de um dos Assassin’s Creed originais, algo que, como fã da mencionada franquia, só aumenta o prazer de jogar Aiko’s Choice.
Um ponto que cabe mencionar é que, apesar de ser um título standalone, ele ainda é uma DLC, então você acabará se sentindo um pouco perdido indo direto pra ela ao invés de jogar o título-base em relação à história. Mesmo em relação ao gameplay, não ter conhecimento prévio sobre a forma como o jogo funciona adiciona uma nova camada de dificuldade a uma DLC que já é bem desafiadora por si só.
Mais do que um jogo de estratégia, Aiko’s Choice me parece quase que um jogo de puzzle. Ao invés de ter respostas claras para como resolver cada situação, ele te força a pensar e ser criativo sobre como despistá-los, distraí-los e criar janelas de oportunidade para que seus personagens consigam agir e conseguir o resultado que você almeja.
Dito isso, o jogo é bem divertido de se jogar e uma boa adição ao conteúdo original e, para quem é fã dele ou de outros jogos da Mimimi Games, merece estar na sua lista de compras. Além da altíssima qualidade do gameplay, ele entrega um estilo visual muito único, emulando pinturas manuais, além de uma trilha sonora e dublagem que enriquecem bastante a experiência. No geral, Aiko’s Choice é uma boa DLC que adiciona bastante ao jogo original e construindo sobre os êxitos dele para entregar uma boa experiência para os fãs.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Daedalic Entertainment.
Veredito
Shadow Tactics: Blades of Shogun – Aiko’s Choice é uma excelente DLC que adiciona níveis ainda mais desafiadores para a já excelente estrutura do jogo original. Infelizmente, seu lançamento standalone não se justifica muito, dada a necessidade de ter jogado o título original para melhor aproveitá-lo.
Shadow Tactics: Blades of Shogun – Aiko’s Choice is an excellent DLC that adds even more challenging levels to the already excellent structure of the original game. Unfortunately, its standalone release is not very justified, given the need to have played the original title to better enjoy it.
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