MLB The Show 21 – Review

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O ciclo de desenvolvimento de um jogo de esporte é complicado. Enquanto outros gêneros costumam ter ao menos 2 a 3 anos no forno, inclusive lançamentos anuais como Call of Duty, jogos esportivos anuais costumam ter ciclos menores, com algo entre 10 meses e um ano para trabalhar na próxima encarnação de franquias que vendem de forma bastante consistente.

Isso faz com que seja difícil mensurar o quão grande é a evolução de um ano para outro, especialmente quando as melhorias costumam ser mais nos detalhes do que grandes mudanças radicais. Mas o que esperar então de um novo jogo de esporte em um novo console? Especialmente em um ano marcado por uma pandemia?

É essa a questão para a qual MLB The Show 21 busca entregar a resposta. Enquanto jogos como Madden NFL falharam na transição para o PS5 ou simplesmente pularam uma edição para o console em busca de mais tempo de desenvolvimento, a Sony San Diego tem a vantagem de ser um estúdio 1st party trabalhando com um pouco mais de tempo para entregar a melhor experiência possível na nova plataforma.

MLB The Show 21

É até engraçado olhar o quanto The Show evoluiu desde a transição do PS3/PS Vita para o PS4. A experiência que agora chega ao PS5 (em paralelo com uma versão para PS4) é uma muito mais polida e melhorada do que aquela jamais foi. E isso é algo notável já nos primeiros instantes, com uma interface de usuário muito mais limpa e estilosa do que a muitas vezes travada UI dos últimos anos.

Tudo agora tem um acesso muito mais fácil e rápido, claramente inspirado pelo design da própria interface de usuário do PS5. Qualquer um dos modos principais pode ser acessado de forma bem intuitiva e direta com apenas alguns poucos toques de botão. É também uma que tenta capturar o estilo do jogador de capa, a estrela do San Diego Padres, Fernando Tatis Jr.

Uma revitalização visual não significa muita coisa se não se refletir em outras novidades mais importantes. Algumas delas chamam a atenção logo de cara, como o novo perfil integrado do seu jogador. Em anos anteriores, o seu jogador para o Road to the Show, modo carreira do título, existia de forma totalmente isolada, sem qualquer impacto ou relação com os demais modos.

MLB The Show 21

Agora, o seu personagem não só pode equipar itens e “estilos de jogo” (bônus que aumentam certas estatísticas mais em linha com o seu tipo de jogador, enquanto reduzem outras) desbloqueados através do Diamond Dinasty, mas há toda uma dedicação em integrar tudo aquilo que você faz a um sistema único de progressão. Isso significa que tudo o que é feito em qualquer modo de jogo te dá XP e afeta a sua progressão nos programas do Diamond Dinasty.

Isso significa que, mesmo que você comece jogando no March to October, por ex., você ainda irá desbloquear cartas, itens de perfil e outros perks que poderão ser usados, futuramente, no Diamond Dinasty. É claro, como esses programas funcionam, essencialmente, como Battle Passes, você ganhará mais fazendo missões diárias, desafios de temporada e outras coisas do tipo.

Essa é uma forma bem interessante de explorar melhor os Inning Programs que o jogo já havia implementado há alguns anos, mas é inegável que passa a sensação de, novamente, o jogo estar te direcionando especificamente o Diamond Dinasty, o modo de cartas que virou algo bem presente em títulos de esporte ao longo das últimas duas gerações.

MLB The Show 21

Talvez o maior incômodo disso seja a possibilidade de desbloquear itens que afetam bastante o seu resultado no Road to the Show. Há uma miríade de Ballplayer Packs que podem ser destravados através do 1st Inning Program (o que está disponível no momento do lançamento do título) e alguns desses itens equipáveis dão bônus gigantescos que fazem bastante diferença no começo da sua jornada no RttS, o que passa a sensação de que realmente a prioridade é te fazer gastar tempo (e talvez dinheiro real) no DD.

Mesmo com isso, MLB The Show segue sendo a série com a monetização menos agressiva que jogos como o NBA 2K em que se torna praticamente impossível jogar até mesmo os modos singleplayer sem gastar dinheiro com microtransações. No momento, não é possível comprar os packs de equipamentos com Stubs (a moeda in-game que é adquirida com dinheiro real), ainda que seja possível comprar itens específicos no marketplace vendidos por outros jogadores.

E caso você decida jogar “na moral” o RttS, a recompensa virá. Não há em momento algum a sensação de que o jogo está te bloqueando ou evitando que você tenha sucesso e progrida pelas minor leagues até chegar a MLB simplesmente porque você não quis comprar o seu sucesso. Upgrades não podem ser comprados com Stubs, então cabe a você melhorar na marra se tornando melhor no jogo e produzindo dentro de campo.

MLB The Show 21

A maior novidade que o RttS trouxe foi a possibilidade de se jogar como um 2 Way Player, ou seja, um rebatedor e arremessador ao mesmo tempo. É algo relativamente raro de se ver, com o maior exemplo atual sendo Shohei Ohtani, mas é uma decisão interessante e divertida. É possível decidir com que frequência seu jogador fará cada atividade, inclusive se será um Arremessador Titular ou Reliever, além de determinar qual posição você jogará no campo quando estiver rebatendo.

A possível crítica que se pode fazer aqui é que os modos de jogo em si, mesmo com a recauchutada visual sofrida (e os modos de personagem estão melhores do que os de anos anteriores, mesmo que ainda não esteja no nível do NBA 2K21), seguem sendo os mesmos, salvo pelo robusto modo de criação de estádios.

RttS, fora a possibilidade de ser um 2-Way Player, só trouxe mais cenas com comentaristas reais falando sobre você, mas segue evitando a presepada do modo história de outras franquias, DD ainda possui os mesmos modos, sem grandes novidades como o Conquest alguns anos atrás e o March to October segue sendo a melhor forma de jogar uma temporada da MLB sem precisar lidar com o grind de 162 partidas do modo Franchise, além do retorno de outros modos como Postseason, Home Run Derby e Retro Mode.

MLB The Show 21

O principal diferencial da edição deste ano fica por conta do novo modo de arremesso chamado Pinpoint Pitching. O Pinpoint Pitching é um jeito meio esquisito de se arremessar, mas bem interessante. Ele basicamente funciona da seguinte maneira: cada tipo de arremesso possui um “desenho” a ser feito com o analógico direito, com o jogador precisando seguir o traçado exato no timing correto para que o arremesso seja o mais preciso possível. Cada desvio do trajeto ou erro de timing afeta a precisão e, consequentemente, pode acabar facilitando a rebatida do adversário ou dando um “ball” para ele.

É um modo meio difícil de dominar e parece realmente uma novidade meu supérflua considerando que Classic, Meter e Pulse pareciam já atender ao interesse da esmagadora maioria dos jogadores e, até mesmo aqueles que queriam usar o analógico direito já tinham acesso ao Pure Analog para isso. Não quer dizer que ele não seja legal (e a possibilidade de praticar ele livremente ajuda a dominá-lo), mas é realmente algo sem muito propósito.

MLB The Show 21

O que é totalmente bem-vindo é a forma como as novidades do DualSense e do PS5 foram implantadas. Os loadings do jogo ficaram muito mais curtos e, ainda que exista uma pequena espera de poucos segundos antes das partidas, não há mais aqueles loadings cansativos antes de começar. É notório também o quanto o online do jogo funciona de forma mais estável, com a experiência sendo bem melhor do que em anos anteriores.

Já o DualSense traz toda uma nova imersão graças ao controle. Eu sempre tive problemas com algumas das gimmicks que o The Show usou com os controles da Sony, especialmente o quão irritante era o juiz gritando através do alto falante do DS4, mas aqui todas elas vem para beneficiar a experiência.

Seja através dos gatilhos um pouco mais resistentes ao arremessar para uma base para tentar fazer uma eliminação, seja com os diferentes tipos de vibração em cada ação do jogador (diferentes intensidades em arremessos, quando a bola toca no taco ou na bola, quando você se joga no chão ou rouba um home run), tudo trabalha para tornar a experiência muito mais rica.

MLB The Show 21

Por fim, um último elemento que precisa ser apontado é que, apesar de ser um jogo muito bonito, não há muita diferença gráfica entre a versão de PS4 e PS5 neste ano. Os modelos estão melhores e mais bonitos, mas a diferença não é tão gritante quanto entre as versões do NBA 2K21, por exemplo. A série continua a afinar a apresentação do título, com um ar de realmente se estar assistindo a um jogo profissional, mas é de se esperar que o The Show 22 traga uma diferença visual que justifique o pulo para o PS5.

No geral, MLB The Show 21 é um home run muito bem batido. Por mais que o não traga tantas melhorias em relação a edições passadas, ela se foca em melhor o que mais importa nessa transição para o PS5: performance sem sacrificar elementos presentes na geração passada. A ausência de outras novidades é perdoável dado o ciclo de desenvolvimento apertado e a pandemia, com o jogo ainda conseguindo entregar tudo que de melhor a franquia tem a oferecer.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Sony.

Veredito

MLB The Show 21 consegue trazer com um sucesso tremendo o melhor simulador de esportes da geração passada para o PS5, se valendo do poder da nova geração para entregar uma experiência quase irretocável e obrigatória para todo fã de baseball. A ausência de grandes novidades chama a atenção, mas não é suficiente para afetar aquilo que o jogo faz de melhor: simular o esporte.

90

MLB The Show 21

Fabricante: Sony San Diego

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Esportes

Distribuidora: Sony Interactive Entertainment

Lançamento: 20/04/2021

Dublado: Não

Legendado: Não

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

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MLB The Show 21 manages to bring with tremendous success the best sports simulator of the last generation to the PS5, using the power of the new console to deliver an almost flawless and mandatory experience for every baseball fan. The lack of big news draws attention, but it is not enough to affect what the game does best: simulate the sport.

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MLB The Show 21 manages to bring with tremendous success the best sports simulator of the last generation to the PS5, using the power of the new console to deliver an almost flawless and mandatory experience for every baseball fan. The lack of big news draws attention, but it is not enough to affect what the game does best: simulate the sport.

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