Tannenberg – Review

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Algo que pudemos notar nos últimos anos, ou talvez nas duas últimas gerações de consoles, foi a acessibilidade a títulos indies, de menor expressão, orçamento ou mais de nicho. O que antes eram plataformas focadas em jogos de grande orçamento e de publishers maiores, hoje temos consoles mais abertos a todo e qualquer tipo de jogo.

Essa responsabilidade, agora dividida com consoles, ficava mais a cargo do PC, seja com plataformas como Steam ou antigos lançamentos avulsos. Ainda assim, certos jogos parecem encontrar melhor seu mercado ou público apenas em uma dessas plataformas. Entretanto, algumas desenvolvedoras acabam se abrindo para outras opções, mesmo que apenas para fornecer outro meio acessível para seus projetos.

A desenvolvedora M2H, em conjunto com a Blackmill Games, foram responsáveis pelo desenvolvimento, publicação e suporte de Verdun, jogo de tiro em primeira pessoa, situado durante a Primeira Guerra Mundial e com foco no realismo. Verdun, que foi lançado em abril de 2015 no PC e agosto de 2016 no PS4, não era um jogo de tiro muito convencional quando comparado aos demais concorrentes, mas ainda mostrava suas qualidades.
Tannenberg é praticamente uma sequência de Verdun, com o mesmo foco no realismo e período histórico, mas apresentando um outro lado da guerra. Enquanto o primeiro jogo mostrava os embates no fronte ocidental da Europa, com campas de batalha da França e Bélgica, aqui é apresentada a investida do império Russo contra a Alemanha e seus aliados no fronte oriental.

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Ambos os jogos são pensados para serem experiências totalmente online e multijogador, com diferentes modos de jogo, fazendo jus a todo aparato e ambientação realista aplicado aqui. Não há uma campanha, história ou missão solo, entretanto, é possível jogar os mesmos mapas online de forma offline, com partidas preenchidas por bots ou de forma customizada.

Partindo pelas opções de jogo, há praticamente 3 modos. Os básicos mata-mata e mata-mata por equipes, além do novo modo Manobra, sendo que esse último se assemelha ao modo conquista de Battlefield, por exemplo. Enquanto os mata-mata disponíveis são opções para foco direto no combate, sem objetivo, Manobra é realmente a alma de Tannenberg. Aqui é possível até 40 jogadores (evolução para os anteriores 32 de Verdun) disputarem em 2 equipes a dominação de setores em um mapa gigante. É necessário que uma equipe avance pelos setores capturando pontos estratégicos que vão garantir alguns benefícios, como artilharia mais rápida ou aumento de reforços vindos da IA, enquanto retira do inimigo seus pontos de suprimento. Vence a equipe que zerar os pontos do adversário ou aquela que capturar o QG do inimigo.

Manobra cria uma sensação real de guerra, principalmente pela criação de cenários e também pelas especializações de exército. Os mapas com variação climática e alta diversidade visual se mostram representações quase fiéis dos ambientes reais do período de guerra. Construções como fortes,bases e trincheiras, assim como variações de terreno e pontos estratégicos são os mesmos de batalhas históricas.

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Um ponto a se observar é a grande distinção de exércitos, pelotões e funções. Cada esquadrão é definido por patentes e qualificações únicas para cada. Como exemplo, apenas o líder de esquadrão pode dar ordens ou chamar uma artilharia, assim como o responsável por explosivos carrega granadas. Essas especializações favorecem bastante a jogabilidade em equipe, reforçando mais ainda o trabalho em conjunto no melhor modo de jogo disponível.

A jogabilidade em geral do título não é rápida e responsiva como outros jogos. Há um estilo único de gameplay aqui e que favorece uma aproximação mais cadenciada e estratégica. Rifles são armas mortais e podem eliminar inimigos com apenas 1 bala em quase todos os cenários possíveis. Uso de armas automáticas são feitas apenas em bases e de forma estacionária, ou seja, não é possível andar com nenhum tipo de arma automática no jogo. Com isso em mente, é preciso avaliar o combate do jogo como uma experiência diferente das disponíveis atualmente, sendo até frustrante em boa parte, já que o mercado criou tendências seguidas a risca por quase todo FPS.

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Tannenberg se fundamenta muito na realidade de guerra para seu gameplay, o que pode satisfazer alguns jogadores, mas no geral, o grande foco nisso cria situações desagradáveis que são ainda maiores quando reforçadas pelos problemas técnicos do jogo. Hitboxes imprecisas, animações grosseiras, sistema de mira ruim, bugs, erros de colisão de cenário e vários outros aspectos fazem a jogabilidade conseguir mais destaques negativos do que positivos. De toda forma, há um estilo de gameplay aqui que poderia funcionar muito melhor, seja com mais investimento, recursos, tempo de produção ou mesmo mudança de engine.

Tannenberg, assim como Verdun, não são jogos de primor visual ou técnico. Claramente o uso da Unity Engine, reconhecida mais pela sua versatilidade, praticidade e assets 2D, tem influência nisso. Já tivemos excelentes projetos em Unity, mas quase todos de forma descompromissada com aspectos técnicos ou visuais de forma realista. Tannenberg sofre com quedas na taxa de quadros por segundo, problemas de renderização e popup de objetos, texturas borradas, modelagem de personagens ruins e mais. Mesmo que as armas sejam um dos poucos destaques do jogo nesse aspecto, não salva a maioria dos erros técnicos apresentados.

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Um ponto específico para nós brasileiros e demais jogadores na América do Sul, assim como outros jogadores da África e em países onde não existem servidores para o jogo é o alto tempo de resposta do jogo. Lag de pelo menos 150 ms é comum e torna a experiência competitiva impossível de acompanhar, o que ainda é prejudicado pela falta de jogadores presentes nas partidas. É possível jogar e se divertir ainda, mas, por incrível que pareça, o jogo fica melhor quando jogado em partidas personalizadas e somente com bots ou amigos locais.

Como já dito, Tannenberg é um projeto diferente que, assim como Verdun, possuem um público mais específico. A adaptação ao estilo de jogo para controles não parece funcionar tão bem quanto ao uso de mouse e teclado no PC. Tais jogos podem encontrar um seleto público e ser um sucesso de nicho nos consoles, mas é uma tarefa mais árdua do que parece.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Blackmill Games.

Veredito

Tannenberg sendo lançado para um console acaba mostrando mais seu lado ruim do que seu estilo único. Adaptação do jogo aos controles é algo que não é bem executado e o título acaba pecando muito na parte técnica e visual. Contudo, há acertos na estrutura de equipes e principalmente no modo Manobra.

65

Tannenberg

Fabricante: M2H Game Studio / Blackmill Games

Plataforma: PS4

Gênero: Tiro em Primeira Pessoa (FPS)

Distribuidora: M2H Game Studio / Blackmill Games

Lançamento: 24/07/2020

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

Comprar na

[lightweight-accordion title="Veredict"]

Tannenberg being released for a console ends up showing more of its bad side than its unique style. Adapting the game to the controls is something not well executed and the title suffers a lot in the technical and visual parts. However, there are successes in the teams structuring and specially in the Maneuver mode.

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Tannenberg being released for a console ends up showing more of its bad side than its unique style. Adapting the game to the controls is something not well executed and the title suffers a lot in the technical and visual parts. However, there are successes in the teams structuring and specially in the Maneuver mode.

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