Análise – Disaster Report 4: Summer Memories

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Disaster Report é uma franquia de jogos, desenvolvida pela Granzella, com quase vinte anos de história, iniciando a trajetória em 2002 no PlayStation 2, contando com alguns lançamentos ao longo dos anos até o fatídico terremoto e tsunami de Tohoku, em 2011 no Japão. Disaster Report 4, que até então estava sendo desenvolvido para o PlayStation 3, foi cancelado, em que se assume ter sido em respeito à tragédia vivida pelos japoneses no mesmo ano.

Em 2014, a Granzella adquiriu os direitos da franquia, que até então pertenciam à Irem, Publisher original da série, e ao final de 2015, Disaster Report 4 voltou aos olhos do público como Disaster Report 4 Plus: Summer Memories, sendo desenvolvido para o PlayStation 4. Finalmente, o jogo foi lançado para a plataforma no Japão ao final de 2018. Agora, em 2020, Disaster Report 4: Summer Memories chega ao Ocidente, graças ao empenho da NIS America.

Para aqueles que nunca ouviram falar dessa série, Disaster Report é uma espécie de simulador de sobrevivência, em que você controla um personagem no meio de uma situação de desastres naturais e também causados pelo homem. Em Disaster Report 4: Summer Memories, você controla um cidadão japonês que, durante uma viagem de ônibus numa metrópole japonesa, se depara com um terremoto de escalas inimagináveis, destruindo tudo ao seu redor e causando caos na cidade inteira.

Agora cabe ao jogador sobreviver aos elementos humanos e da natureza, no meio dos escombros da cidade, para achar uma maneira de superar a tragédia, ajudar os outros e escapar o quanto antes. Essa é a premissa do jogo, que era inovadora quando a série foi lançada, e continua inovadora até os dias de hoje, em que são raros os jogos que abordam a sobrevivência humana em desastres reais e naturais. Infelizmente, para o bem ou para o mal, os elogios para o jogo acabam por aí.

Controlando o protagonista em terceira pessoa, após a customização de seu gênero, rosto, cabelo e até mesmo algumas escolhas iniciais, você deverá conversar com outros sobreviventes, interagir com objetos e desvendar certos quebra-cabeças para avançar na história.

De início, adianto que a maior parte das escolhas do jogo não afetam diretamente a história ou a jogabilidade, fora o sistema de pontuação de “moral” no jogo, em que escolhas boas que ajudam os outros, como trazer remédios para uma criança doente, te recompensam com pontos de moral, enquanto escolhas egoístas e mesquinhas, como roubar dinheiro de casas abandonadas, te penalizam de certa forma com pontos “imorais”.

Fora o sistema de escolhas, a exploração do jogo acontece com o personagem atravessando a cidade, entrando em prédios condenados pelo desastre, até mesmo vilarejos queimados. Quando sentir algum tremor, cabe ao jogador decidir se é algo que pode cair em cima dele ou uma cratera que pode abrir abaixo e sair correndo, ou se agachar para não tropeçar e se machucar durante o tremor. Nem sempre fica claro qual dos dois acaba sendo o caso, acaba sendo da intuição do jogador.

Após uma hora de jogo, você irá encontrar alguns ícones próximo da sua barra de vida. O jogo não te explica absolutamente nada e vai do jogador entender que seu personagem está com fome, com sede ou com vontade de ir ao banheiro. Então, você precisa comprar comida e bebida para usar quando esses ícones aparecerem, ou achar o banheiro mais próximo quando estiver apertado. Dito isso, depois de jogar algumas horas com meu personagem tendo sede, não afetou em nada o jogo, não ficaria surpreso se esse sistema está mais de enfeite do que para interferir em alguma coisa.

Outra confusão do jogo é a progressão da história principal e das histórias secundárias, ou como funcionam, uma espécie de side quests. Personagens aparecem, fazem pedidos ou comentam alguma coisa com o protagonista, para depois sumirem ou não terem impacto algum no jogo. A progressão da história principal também é bem confusa, porque quase nunca está claro como progredir, até que depois de falar com todos os NPCs e interagir com todos objetos, você percebe que precisava escalar um muro sem qualquer sinalização.

A história principal não tem muito nexo também. Começa bastante promissora, tanto que a primeira hora do jogo dita um tom muito interessante de sobrevivência, mas conforme vai passando o tempo, vira uma mistura de narrativas, gêneros e pontos sem explicação que, ao chegar no final absolutamente absurdo do jogo, você fica desejando que as últimas nove horas do jogo tivessem seguido o rumo da primeira.

Os gráficos do jogo também são um ponto bastante controverso. O jogo começa até que bonito, porém com uma framerate baixíssima. Em certas cenas de ação, principalmente quando tem tremores, fica bem difícil controlar direito o personagem. Em outros pontos, a framerate até melhora, mas são os gráficos que pioram sensivelmente. Também há capítulos que tanto os gráficos como o framerate sofrem, parecendo que o PlayStation 4 vai decolar, que inclusive pode acontecer com outros jogadores.

Em uma certa parte do jogo, a sensibilidade da câmera controlada pelo analógico direito muda completamente sem motivo, dificultando bastante seu controle. Nessa parte, a câmera estava tão descontrolada que acabou me causando enjôo de movimento, precisando parar de jogar naquele dia e voltar só no dia seguinte, tentando prosseguir com a história sem controlar a câmera diretamente.

Também não há o que se falar em trilha sonora, praticamente inexistente no jogo. Os efeitos sonoros variam de bem elaborados, como andar em cima de vidro quebrado, para péssimos, como os passos ao subir numa escada. O jogo é inteiramente dublado em japonês, com legendas em inglês.

O último ponto a se destacar é que o jogo tem suporte ao PlayStation VR, porém não consegui testar para informar como funciona e a qualidade do suporte. Dada a minha experiência jogando com uma televisão, não coloque muita esperança no suporte ao PlayStation VR valer a pena, num jogo com gráficos oscilantes, framerate baixa e controle de câmera pouco responsivo.

Devo admitir que Disaster Report 4: Summer Memories, pelo menos comigo, despertou aquele sentimento de ser tão ruim que você não consegue desgrudar do jogo. Porém, após dez horas de jogo, com poucos altos e muitos baixos, não é um jogo que consigo recomendar em sã consciência, especialmente pelo valor cheio. Quem sabe daqui muitos anos, quando chegar num preço muito baixo, valha a pena para os curiosos de plantão que sempre tiveram vontade de jogar um simulador de sobrevivência.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela NIS America.

Veredito

Com gráficos e performances desastrosas, além de uma história que não se leva a sério pelos motivos errados, meu relatório é que Disaster Report 4: Summer Memories peca em quase todos os aspectos a que se desafia, cujo único ponto de destaque é ser ainda um dos poucos jogos de seu gênero com pouca competição.

50

Disaster Report 4: Summer Memories

Fabricante: Granzella Inc.

Plataforma: ps4

Gênero: Aventura

Distribuidora: NIS America

Lançamento: 07/04/2020

Dublado: 0

Legendado: 0

Troféus: (inclusive platina)

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With disastrous graphics and performance, not to mention a story that doesn’t take itself seriously for the wrong reasons, my report is that Disaster Report 4: Summer Memories fails in almost every aspect, with its only redeeming point being one of the few games in its poorly competitive genre.

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With disastrous graphics and performance, not to mention a story that doesn’t take itself seriously for the wrong reasons, my report is that Disaster Report 4: Summer Memories fails in almost every aspect, with its only redeeming point being one of the few games in its poorly competitive genre.

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